27• Livre

2 1 0
                                    

Eu e Alexandre estávamos quase indo embora quando Sabrina se aproximou de nós.

― Foi bom te conhecer, Eric ― Ela disse e eu sorri. ― Vejo vocês semana que vem.

Ela se afastou e saímos do local. Andamos até a minha moto e subimos.

― Tem um lugar... ― Abelinha começou a falar. ―... que eu vou para relaxar. ― agarrou a minha cintura. ― São apenas 15 minutos de moto.

Sorri ao perceber onde ele queria chegar.

― Você me orienta?

[...]

Parei o veículo e olhei para onde estávamos indo.

― Uma praia?

― Não é uma praia. É A Praia, mais conhecida como Praiade Ipanema. ― Alexandre respondeu.

Observei as ondas calmas chegando na areia e deixando um rastro de água por ela. Algumas pessoas também estavam ali. Todos pareciam relaxados apreciando o céu azul.

Eu estacionei e saimos do veículo. Andamos lado a lado e nos sentamos na areia.

Tiramos os nossos tênis e logo uma onda calma alcançou os nossos pés.

― Por quê? ― Alexandre perguntou de repente, olhando para frente. ― Por que faziam bullying com você?

― Eu era acima do peso. E provavelmente por causa da minha sexualidade também.

Ele virou o rosto para me encarar e apertou os lábios.

― Quem sabe disso?

Levei as pernas ao peito e Abelinha fez o mesmo.

― O Pedro, a Alice e a Dandara. ― Respondi, evitando contato visual. ― Foi na minha antiga escola.

Ficamos um tempo em silêncio e eu apoiei a minha cabeça no ombro de Alexandre. Ele hesitou por um momento, mas logo apoiou a sua cabeça em cima da minha e eu sorri fraco.

― Meus pais vinham aqui quando eram mais novos. ― Ele informou. ― A minha mãe disse que eles ficavam conversando e relaxando aqui na adolescência.

Respirei fundo e sorri.

― Esse lugar deve ser especial pra eles.

Não pude ver a expressão de Alexandre, mas tive certeza de que ele estava sorrindo.

― Obrigado ― Falei, olhando as ondas do mar. ―, por me trazer aqui. Essa praia é linda.

― Meu pai me trazia aqui quando eu era apenas uma garotinha. ― Mudou de assunto. ― Ele disse que eu adorava esse lugar. Eu me deitava na areia e ficava admirando o pôr do sol. ― Deu uma pausa. ― Aqui é tão calmo. Realmente me relaxa.

Levantei a cabeça para fitar os olhos castanhos de Alexandre.

Reparei nos seus olhos cor-de-chocolate e nos seus cílios grandes; suas bochechas rosadas e seus lábios carnudos.

Droga, eu não devia reparar nos lábios dele.

Nós estávamos muito perto um do outro.

Trancado a Sete ChavesOnde histórias criam vida. Descubra agora