Eu e Alexandre estávamos quase indo embora quando Sabrina se aproximou de nós.
― Foi bom te conhecer, Eric ― Ela disse e eu sorri. ― Vejo vocês semana que vem.
Ela se afastou e saímos do local. Andamos até a minha moto e subimos.
― Tem um lugar... ― Abelinha começou a falar. ―... que eu vou para relaxar. ― agarrou a minha cintura. ― São apenas 15 minutos de moto.
Sorri ao perceber onde ele queria chegar.
― Você me orienta?
[...]
Parei o veículo e olhei para onde estávamos indo.
― Uma praia?
― Não é uma praia. É A Praia, mais conhecida como Praiade Ipanema. ― Alexandre respondeu.
Observei as ondas calmas chegando na areia e deixando um rastro de água por ela. Algumas pessoas também estavam ali. Todos pareciam relaxados apreciando o céu azul.
Eu estacionei e saimos do veículo. Andamos lado a lado e nos sentamos na areia.
Tiramos os nossos tênis e logo uma onda calma alcançou os nossos pés.
― Por quê? ― Alexandre perguntou de repente, olhando para frente. ― Por que faziam bullying com você?
― Eu era acima do peso. E provavelmente por causa da minha sexualidade também.
Ele virou o rosto para me encarar e apertou os lábios.
― Quem sabe disso?
Levei as pernas ao peito e Abelinha fez o mesmo.
― O Pedro, a Alice e a Dandara. ― Respondi, evitando contato visual. ― Foi na minha antiga escola.
Ficamos um tempo em silêncio e eu apoiei a minha cabeça no ombro de Alexandre. Ele hesitou por um momento, mas logo apoiou a sua cabeça em cima da minha e eu sorri fraco.
― Meus pais vinham aqui quando eram mais novos. ― Ele informou. ― A minha mãe disse que eles ficavam conversando e relaxando aqui na adolescência.
Respirei fundo e sorri.
― Esse lugar deve ser especial pra eles.
Não pude ver a expressão de Alexandre, mas tive certeza de que ele estava sorrindo.
― Obrigado ― Falei, olhando as ondas do mar. ―, por me trazer aqui. Essa praia é linda.
― Meu pai me trazia aqui quando eu era apenas uma garotinha. ― Mudou de assunto. ― Ele disse que eu adorava esse lugar. Eu me deitava na areia e ficava admirando o pôr do sol. ― Deu uma pausa. ― Aqui é tão calmo. Realmente me relaxa.
Levantei a cabeça para fitar os olhos castanhos de Alexandre.
Reparei nos seus olhos cor-de-chocolate e nos seus cílios grandes; suas bochechas rosadas e seus lábios carnudos.
Droga, eu não devia reparar nos lábios dele.
Nós estávamos muito perto um do outro.
![](https://img.wattpad.com/cover/278701372-288-k814227.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trancado a Sete Chaves
Teen FictionEm pausa/em andamento/em revisão *** +16 Um garoto descolado, com uma caixa de madeira e à procura de sete chaves. Essa é a vida divertida do estudante Eric Müller. *** Pode ter gatilhos como: ansiedade, depressão, bullying, violência, gordofobia e...