22• Um Jantar

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Jennifer deu uma pausa para os alunos descansarem e Alexandre se aproximou de mim.

Ele pegou a sua mochila amarela e tirou do bolso lateral uma garrafinha d'água.

― Você está fazendo isso tudo para ficar perto de mim? ― ele perguntou, deixando a garrafa transparente vazia.

― Não, mas se você pensa assim, acho que você tem síndrome de protagonismo.

Céus, é claro que eu estava fazendo aquilo para ficar perto dele.

Ele deu uma curta risada e me fitou com os seus olhos castanhos.

Que olhos...

Abelinha riu de algo que pensou e cruzou os braços.

― Quem diria.

[...]

A aula de dança já tinha terminado e agora estou na minha moto.

― Minha mãe não vai gostar nada disso. ― Alexandre informou gritando um pouco.

Eu havia lhe dito que o levaria para casa.

― Eu não sou uma má influência.

― Mas eu sou.

Apertei os lábios e saí com o acelerei. Ficamos um tempo em silêncio.

― Ah, eu quero o meu baú de volta. ― Ele disse de repente.

― Ah, tudo bem. Podemos passar na minha casa e buscá-lo. ― Sugeri e o menino ficou em silêncio. ― Relaxa, não é como se eu estivesse te convidando para um jantar e você fosse conhecer a minha família inteira.


Dirigi por alguns minutos, até que finalmente cheguei no meu destino.

Deixei o veículo na garagem e entramos na sala de estar.

Pedro saiu da cozinha e nos fitou. Em poucos segundos, um sorriso ladino brotou nos seus lábios.

― Olá, crianças. ― Ele cumprimentou e eu engoli em seco.

― Oi, Sr. Müller. ― Alexandre ao meu lado respondeu, abraçando o próprio corpo e abaixando a cabeça para não fitar os olhos do meu pai.

― Ele só veio... ― Eu ia explicar, mas Pedro me interrompeu.

― Por que não janta com a gente, Alexandre? ― Ele perguntou e o menino ao meu lado me fitou.

Seus olhos clamavam por ajuda.

― Olhe, pai...

― É uma boa chance para você conhecer o Eric melhor. ― Ele implorou. ― Não vai recusar esse convite, vai?

Abelinha pigarreou e forçou um sorriso.

― Ok, eu fico. Só tenho que avisar a minha mãe que jantarei fora. ― Ele se rendeu e Pedro comemorou.

Meu pai se afastou para fazer a janta e eu sorri para Alexandre, dando de ombros.

Ele revirous os olhos e foi para o outro lado da sala para telefonar para a Violeta.

Me joguei no sofá enquanto o garoto conversava com a detetive Lopez.

― Não, mãe! O pai dele que me convidou... Mãe? Você sabe que... sim... hm, eu não sei. ― Ele olhou de soslaio para mim. ― É, o Müller vai me levar para casa. ― Disse e eu levantei uma sobrancelha. ― Ok, tchau.

Trancado a Sete ChavesOnde histórias criam vida. Descubra agora