Jennifer deu uma pausa para os alunos descansarem e Alexandre se aproximou de mim.
Ele pegou a sua mochila amarela e tirou do bolso lateral uma garrafinha d'água.
― Você está fazendo isso tudo para ficar perto de mim? ― ele perguntou, deixando a garrafa transparente vazia.
― Não, mas se você pensa assim, acho que você tem síndrome de protagonismo.
Céus, é claro que eu estava fazendo aquilo para ficar perto dele.
Ele deu uma curta risada e me fitou com os seus olhos castanhos.
Que olhos...
Abelinha riu de algo que pensou e cruzou os braços.
― Quem diria.
[...]
A aula de dança já tinha terminado e agora estou na minha moto.
― Minha mãe não vai gostar nada disso. ― Alexandre informou gritando um pouco.
Eu havia lhe dito que o levaria para casa.
― Eu não sou uma má influência.
― Mas eu sou.
Apertei os lábios e saí com o acelerei. Ficamos um tempo em silêncio.
― Ah, eu quero o meu baú de volta. ― Ele disse de repente.
― Ah, tudo bem. Podemos passar na minha casa e buscá-lo. ― Sugeri e o menino ficou em silêncio. ― Relaxa, não é como se eu estivesse te convidando para um jantar e você fosse conhecer a minha família inteira.
Dirigi por alguns minutos, até que finalmente cheguei no meu destino.
Deixei o veículo na garagem e entramos na sala de estar.
Pedro saiu da cozinha e nos fitou. Em poucos segundos, um sorriso ladino brotou nos seus lábios.
― Olá, crianças. ― Ele cumprimentou e eu engoli em seco.
― Oi, Sr. Müller. ― Alexandre ao meu lado respondeu, abraçando o próprio corpo e abaixando a cabeça para não fitar os olhos do meu pai.
― Ele só veio... ― Eu ia explicar, mas Pedro me interrompeu.
― Por que não janta com a gente, Alexandre? ― Ele perguntou e o menino ao meu lado me fitou.
Seus olhos clamavam por ajuda.
― Olhe, pai...
― É uma boa chance para você conhecer o Eric melhor. ― Ele implorou. ― Não vai recusar esse convite, vai?
Abelinha pigarreou e forçou um sorriso.
― Ok, eu fico. Só tenho que avisar a minha mãe que jantarei fora. ― Ele se rendeu e Pedro comemorou.
Meu pai se afastou para fazer a janta e eu sorri para Alexandre, dando de ombros.
Ele revirous os olhos e foi para o outro lado da sala para telefonar para a Violeta.
Me joguei no sofá enquanto o garoto conversava com a detetive Lopez.
― Não, mãe! O pai dele que me convidou... Mãe? Você sabe que... sim... hm, eu não sei. ― Ele olhou de soslaio para mim. ― É, o Müller vai me levar para casa. ― Disse e eu levantei uma sobrancelha. ― Ok, tchau.
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Trancado a Sete Chaves
Teen FictionEm pausa/em andamento/em revisão *** +16 Um garoto descolado, com uma caixa de madeira e à procura de sete chaves. Essa é a vida divertida do estudante Eric Müller. *** Pode ter gatilhos como: ansiedade, depressão, bullying, violência, gordofobia e...