TRINTA E NOVE

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Pov's Annabeth

Não sei se posso respirar, isso não é possível, eu não posso estar diante do hotel aonde fiquei hospedada quando estava na faculdade, de férias. 
Ou seja o mesmo hotel aonde eu conheci o Percy, o pai da minha filha, o cara que eu mais amo nesse mundo. 
Estou parada, não consigo me mexer. 

- Annie - o Percy me chama. 
- O que? - o encaro. 
- Você está bem? - pergunta - é que eu te chamei algumas vezes. 
- Estou bem sim - tento sorrir - é que eu pensei que nunca mais iria voltar a ficar aqui. 
- Por que? - sorri - esse é um ótimo hotel. 
- Sim - digo - é que faz tanto tempo. 
- Sim - concorda. 

Entramos no hotel em silêncio e o Percy pediu um quarto com duas camas. 
Fico surpresa, pois pensei que ele iria querer dormir comigo, reviver o passado. 
Não teria outro motivo para ele nos hospedar aqui. 
Ficamos com o quarto 64, e entramos no elevador. 

- Incrível - digo - esse lugar não mudou nada - é exatamente como me lembro. 
- Também só tem quatro anos que estivemos aqui - diz sorrindo.
- É - suspiro.

Ficamos em silêncio, quando saímos do elevador eu senti um frio na barriga por que eu tinha ficado no quarto 69 e era perto daqui. 
Me lembrei de quantas vezes eu sai desse elevador quando eu estava voltando do quarto do Percy ou quando eu estava indo pra lá e torcendo para o meu diretor não me ver.
Estou sentada na cama enquanto encaro as paredes, eu não sei o que vou fazer. 
Eu queria que a minha filha estivesse aqui comigo. 

- Está pensativa - o Percy se senta ao meu lado. 
- Saudades da Emily- sussurro - desde que ela nasceu eu não fiquei longe dela. 
- Logo estará com ela - diz sorrindo. 
- Se lembra quando nos conhecemos? - pergunto. 
- Sim - me encara - você estava na varanda olhando a cidade. No começo fiquei com receio de te perturbar já que você estava tão concentrada, mas eu não resisti. 
- Não resistiu? - sussurro. 
- Você estava tão linda - continua. 
- Fizemos sexo depois do primeiro beijo - me lembro - e depois continuamos a fazer até você ir para San Francisco. 
- Eu deveria ter ficado aqui - diz pensativo - foi um erro voltar para San Francisco. 
- Mas você não podia deixar a Júlia sozinha - digo baixo. 
- Ela logo viria morar conigo- suspira - mas só vemos as oportunidades quando elas já passaram. 

Suspiro e pego na mão do Percy.  Eu já errei muito, mas agora eu não vou errar mais, eu não posso mais perder o meu amor.

- O passado já foi- sorrio - mas agora podemos construir o nosso futuro. 
- Tem razão - ele sorri e beija o meu rosto com carinho - mas eu queria muito ter ficado ao seu lado na gravidez. 
- Não foi fácil- admito - normalmente eu já sou meio depressiva, e com a gravidez eu fiquei pior, ao mesmo tempo que eu estava feliz com a chegada dos meus pequenos eu estava triste e me sentindo sozinha. 

O Percy aperta a minha mão devagar e beija os meus lábios. 

- Não gosto nem de imaginar o que passou aqui - diz - quando o bebê nasceu morto. 
- Quando pensei que os dois tivessem morrido eu também queria morrer - digo - sentir eles por tanto tempo e depois não poder os segurar nos meus braços seria uma dor agoniante.

O Percy me encara e me abraça muito forte e chora comigo.

O meu coração está acelerado, estou sentindo que dessa vez eu vou ser feliz de verdade. 

- Vamos ser felizes - o Percy diz sorrindo, é  como se ele tivesse lido os meus pensamentos 
- Vamos sim - o abraço - a vida está nos dando uma segunda chance meu amor.

Ficamos abraçados durante alguns minutos, apenas um sentindo a respiração do outro, era o que eu estava precisando : um abraço da única pessoa que será capaz de entender o que estou sentindo. 

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