Capítulo 9: Púrpura Mortífera

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Narrado por Valentim

  O dia já começou a tempos quando finalmente me levanto da cama. Me troco rapidamente, enquanto espero os empregados chegarem

  Olho para a varanda. O sol brilha intensamente lá fora, e o dia está extremamente calmo.

  Até ouvir alguém bater na porta freneticamente.

  -Já vai! – Grito levemente irritado para quem quer que seja

  Abro a porta esperando encontrar alguém do palácio, mas vejo algo totalmente diferente:

  Celina. A mesma garota que havia me resgatado do pântano alguns dias atrás.

  Nunca achei que nos veríamos novamente, mas lá está ela, em frente a minha porta, segurando em seus braços a outra garota que tinha ajudado no resgate.

  -Que diabos é iss...

  -Shhhh!

  Ela me empurra para dentro do quarto e fecha a porta

  -Seu pai não pode me descobrir!

  -O que você está fazendo aqui, sua maluca!

  -Eu...Eu......

  Ela parece tentar juntar força para pronunciar as palavras seguintes:

  -Eu sei que nós não somos nem um pouco íntimos e você provavelmente me odeia, mas eu preciso de ajuda e não sei mais a quem recorrer!

  -Primeiramente, acalme-se- Digo- Explica o que está acontecendo. Por que ela está assim?

  -É uma história bem complicada, mas, pra resumir, isso aconteceu.

  Ela vira a outra de costas.

  Um espinho comprido está espetado abaixo de sua nuca e uma grande mancha roxa ocupa toda a parte aberta de sua blusa.

  -Ela foi picada por uma Purpure Mortífera?!

  -Você sabe que planta é essa?

  -Uma coisa ou outra.

  Poderia ser qualquer planta, mas os espinhos dessa são inconfundíveis!

  Nossa, já não se vê uma dessas flores a anos! Achei que tivessem sido extintas depois do Período sangrento!

-Você sabe sobre algum antídoto para...Bom, isso?

-É um processo complicado. Envolve uma espécie de pasta curativa a base de folhas, mas não seria possível fazê-la, de qualquer forma...

  -Por que não?

  -Bom, entenda, Celina: quando eu quero dizer que não podemos fazer isso é porque esse não é um remédio comum. Não é algo criado por curandeiros! Só havia um grupo específico de pessoas que sabia como fazê-lo. E elas....

Passo o indicador pelo pescoço, como uma referência à forca.

-Você quer dizer que fazer esse remédio pode ser considerado bruxaria?

Concordo com a cabeça.

-E bruxaria é crime, então....

  Ela olha para o chão, depois para mim.

-Não se não formos pegos.

- Está dizendo para fazermos algo ilegal as escondidas de todo o reino? Não, eu não posso compactuar com isso! Eu sou um príncipe! Eu preciso dar o exemplo!

  -Seu exemplo já é péssimo, se te serve de consolo.

  A encaro com irritação, o que a faz bufar

  -Desculpe! O que eu quero dizer é que não há uma alternativa, e você parece saber bastante sobre isso! Por favor!

  Olho para ela, depois para a garota na poltrona e então para o espinho em suas costas.

  Sei que vou me arrepender disso, mas o faço mesmo assim.

  -Ok...Eu ajudo!

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Notas da autora:

Quem mais tava com saudades do Valentim??

A partir desse capítulo, pretendo começar a dar uma visibilidade maior pra esse personagem.

Espero que estejam gostando da história! Obrigada por lerem até aqui, e até a próxima!

A Ladra de Lumis: Liberdade para todosOnde histórias criam vida. Descubra agora