Narrado por Valentim
O dia já começou a tempos quando finalmente me levanto da cama. Me troco rapidamente, enquanto espero os empregados chegarem
Olho para a varanda. O sol brilha intensamente lá fora, e o dia está extremamente calmo.
Até ouvir alguém bater na porta freneticamente.
-Já vai! – Grito levemente irritado para quem quer que seja
Abro a porta esperando encontrar alguém do palácio, mas vejo algo totalmente diferente:
Celina. A mesma garota que havia me resgatado do pântano alguns dias atrás.
Nunca achei que nos veríamos novamente, mas lá está ela, em frente a minha porta, segurando em seus braços a outra garota que tinha ajudado no resgate.
-Que diabos é iss...
-Shhhh!
Ela me empurra para dentro do quarto e fecha a porta
-Seu pai não pode me descobrir!
-O que você está fazendo aqui, sua maluca!
-Eu...Eu......Ela parece tentar juntar força para pronunciar as palavras seguintes:
-Eu sei que nós não somos nem um pouco íntimos e você provavelmente me odeia, mas eu preciso de ajuda e não sei mais a quem recorrer!
-Primeiramente, acalme-se- Digo- Explica o que está acontecendo. Por que ela está assim?
-É uma história bem complicada, mas, pra resumir, isso aconteceu.
Ela vira a outra de costas.
Um espinho comprido está espetado abaixo de sua nuca e uma grande mancha roxa ocupa toda a parte aberta de sua blusa.
-Ela foi picada por uma Purpure Mortífera?!
-Você sabe que planta é essa?
-Uma coisa ou outra.
Poderia ser qualquer planta, mas os espinhos dessa são inconfundíveis!
Nossa, já não se vê uma dessas flores a anos! Achei que tivessem sido extintas depois do Período sangrento!
-Você sabe sobre algum antídoto para...Bom, isso?
-É um processo complicado. Envolve uma espécie de pasta curativa a base de folhas, mas não seria possível fazê-la, de qualquer forma...
-Por que não?
-Bom, entenda, Celina: quando eu quero dizer que não podemos fazer isso é porque esse não é um remédio comum. Não é algo criado por curandeiros! Só havia um grupo específico de pessoas que sabia como fazê-lo. E elas....
Passo o indicador pelo pescoço, como uma referência à forca.
-Você quer dizer que fazer esse remédio pode ser considerado bruxaria?
Concordo com a cabeça.
-E bruxaria é crime, então....Ela olha para o chão, depois para mim.
-Não se não formos pegos.
- Está dizendo para fazermos algo ilegal as escondidas de todo o reino? Não, eu não posso compactuar com isso! Eu sou um príncipe! Eu preciso dar o exemplo!
-Seu exemplo já é péssimo, se te serve de consolo.
A encaro com irritação, o que a faz bufar
-Desculpe! O que eu quero dizer é que não há uma alternativa, e você parece saber bastante sobre isso! Por favor!
Olho para ela, depois para a garota na poltrona e então para o espinho em suas costas.
Sei que vou me arrepender disso, mas o faço mesmo assim.
-Ok...Eu ajudo!
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Notas da autora:
Quem mais tava com saudades do Valentim??
A partir desse capítulo, pretendo começar a dar uma visibilidade maior pra esse personagem.
Espero que estejam gostando da história! Obrigada por lerem até aqui, e até a próxima!
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A Ladra de Lumis: Liberdade para todos
FantasíaCelina é uma garota de 20 anos que vive na terra fantástica de Lumis. Quando ainda era uma criança, acabou cometendo crimes que custaram 10 anos de sua vida. Para conseguir a tão sonhada liberdade, ela deve realizar diversas missões tão perigosas...