Capítulo 16

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A confusão estava armada. O sargento, bem como Duane, queriam matar Sam sem pensar duas vezes, mas Dean e eu estávamos protestando. A doutora, coitada, não sabia o que fazer, já que não tinha visto nada.

– Não podemos arriscar – disse o sargento.

– Você sabe o que temos que fazer – Duane insistiu.

– Ninguém aqui vai atirar no meu irmão!

– Ele não será seu irmão por muito tempo! Você mesmo disse!

– Ninguém aqui atira em ninguém!

– Você ia atirar em mim!

– Se não calar essa boca, eu ainda vou!

– Dean, eles têm razão – Sam chamou a nossa atenção. – Eu fui infectado. Passa essa arma pra cá que eu resolvo sozinho. Eu não vou virar um daqueles monstros.

– Nós ainda temos tempo!

– Tempo pra que? – o sargento o encarou. – Olha, eu entendo, é o seu irmão e eu sinto muito, mas eu vou ter que resolver isso – puxou uma pistola.

– Olha, eu só vou falar uma vez: se fizer um movimento, vai morrer antes de bater no chão. Entendeu? Será que eu estou sendo claro?!

– Então o que vamos fazer?!

Ah, outra pergunta valendo um milhão. Aquele dia estava no ápice do bizarro e desesperador e eu não sabia o que deveria falar ou fazer.

Dean tirou do bolso suas chaves e me entregou.

– Dar o fora daqui, só isso.

– O que? – o encarei descrente.

– Pega o meu carro. Vocês têm explosivos e tem um arsenal lá. Tem poder de fogo pra acabar com qualquer coisa.

– E você? – o sargento o encarou.

Dean não respondeu, mas eu sabia a resposta e logo Sam protestou.

– Dean, não, não. Tem que ir com eles, é a sua única chance.

– Não, você não vai se livrar de mim tão fácil.

– Não, ele tá certo, venha conosco – o sargento tentou encorajá-lo.

Dean apenas o encarou.

– Está bem, é o seu funeral – ele desistiu por fim.

Eu entreguei as chaves à ele, no que Dean me olhou feio.

– O que pensa que tá fazendo?

– Podem ir – olhei para os três.

– Bella, não, vai com eles! – Sam pediu.

– Não vou deixar vocês sozinhos.

– Bella, vai logo – Dean se virou pra mim.

– Não e você não pode me obrigar – o encarei de perto. – Eu não vou e ponto final.

– Sinto muito – disse a doutora, indo para a porta. – Obrigada por tudo, agentes.

– Na verdade, nós não somos agentes – Dean sorriu sem graça, a mão na porta.

– Ah... – ela parecia estar entorpecida demais para se assustar com aquilo, então apenas saiu, no que Dean trancou a porta em seguida.

Me aproximei de Sam, me escorando à parede. Ele parecia prestes a chorar, mas Dean apenas forcou um sorriso sem graça.

– Podia ter baralho ou um futebol de mesa, né?

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