Capítulo 38

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Elizabethville foi descrita por Sam como uma cidade decadente, mas quando chegamos lá, a coisa parecia muito, muito diferente. Parecia cheia de gente, mulheres com roupas curtas que deixariam qualquer conservador surtando, e gente bebendo e fumando por todos os lados, além de música alta rolando. Não apenas, como prostituição na cara de todo mundo e nenhum policial se importando. A coisa tava louca ali.

Nos passamos por investigadores de seguros e começamos a procurar informações sobre o homem que havia cometido suicídio. Falamos com familiares e então fomos até a igreja onde tudo havia ocorrido.

Eu precisei me esforçar muito para não deixar transparecer o susto que tomei quando percebi que o padre não era o padre e sim um demônio. Isso me fez questionar o poder das coisas feias. Se um demônio podia possuir um padre, um ativo servo de Deus, e andar livremente dentro de uma igreja, o que mais eles poderiam fazer?

, eu tinha que ter fé que o que fazíamos seria o suficiente para tirar aqueles demônios de circulação, mas a questão era: como?

Quando saímos da igreja, sussurrei a Sam:

– Tem um deles no padre.

– É sério? – me encarou assustado.

– Fala baixo – disse entredentes, segurando seu braço por um momento para que continuasse caminhando ao meu lado.

– Talvez seja melhor ligar pro Bobby.

– Calma, ainda não – entrei no Chevelle, e ele em seguida. – Pode ser só um demônio.

– Ou podem ser vários.

– O Colt ainda não tá pronto, Sam – o encarei. – Não adianta ligar pra eles agora e os deixar nervosos se a arma não tá pronta. Seja o que for, vamos averiguar sozinhos.

– Tá, mas se ficar perigoso, a gente vai dar o fora, entendeu?

– Sim, senhor – brinquei enquanto começava a dirigir.

– Então tá, vamos investigar pela cidade. Trocar de roupa e nos misturar e ver o que tá rolando.

Era bom para começar, mas não era um plano de fato. Não tínhamos como saber se o cara que se matou e o cara que surtou estavam possuídos quando as coisas aconteceram, então só nos restava esperar e observar.

Ficamos em um quarto de hotel para descansar um pouco e trocamos de roupa. Ao sairmos, começamos a olhar pelas ruas, à procura de sinais suspeitos. Eu estava à procura de demônios, mas não tinha visto nenhum além do padre.

Isso até entrarmos em um bar. O Trotter's. Era onde a maioria parecia ir e estava bem cheio quando chegamos. E assim que pus os olhos na bartender, eu soube.

– Temos companhia – disse à Sam.

– Quem?

– A garota do bar.

E não apenas, mas o padre também estava ali na bancada do bar, sendo servido por ela. Talvez os dois estivessem influenciando a cidade, como os Sete Pecados estavam fazendo com pessoas aleatórias antes, o que significava que, fossem quem fossem, não eram demônios pequenos.

– O que a gente vai fazer? – o encarei, depois que uma garçonete veio nos atender na mesa em que nos sentamos. – Como vamos encurralar aqueles dois?

– É uma boa pergunta. Precisamos descobrir onde moram, talvez colocar as armadilhas nas casas deles e os interrogar.

– Pode ser.

Eu não estava muito convencida de que aquele plano era seguro, mas, no momento, era o melhor que tínhamos. Comemos e saímos, voltando para o hotel e esperando a noite cair, quando seria mais propício a agir.

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