Capítulo 53

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Era uma cidadezinha até atraente, isso eu tinha que admitir. Apesar do clima mais ameno, parecia que ia chover quando chegamos.

Nos vestimos à caráter e nos passamos por agentes do Centro de Controle de Doenças, começando a investigar a vida da falecida.

Primeiramente, legista. A pobre senhora Dutton havia cuspido seus próprios dentes quando morreu, engasgando no próprio sangue, que estava presente em seu pulmão.

Quando pedimos para ver o corpo dela, senti traços de enxofre emanando do corpo, o que era uma surpresa. Não parecia o suficiente para apontar possessão, e mesmo não parecia ser um caso. Por que um demônio possuiria alguém só para matá-la?

Demônios não se livraram de corpos tão rapidamente, não quando precisavam deles para passar despercebidos entre os humanos.

Quando voltamos para o carro, Sam e Dean concordavam que muito provavelmente estavam lidando com bruxas.

Mas eu não tinha tanta certeza.

Fomos até a casa do viúvo e enquanto Dean conversava com o homem, Sam e eu nos dividimos para procurar por saquinhos de bruxa pela casa. Nada na dispensa, ou em baixo da pia, nem na área de serviço, ou nos quartos de visitas.

Sam encontrou em baixo da pia do banheiro do casal, o que fazia mais sentido, considerando que ela foi encontrada morta lá.

O quarto deles também tinha uma assinatura de enxofre no ar que quase poderia passar despercebida se eu não estivesse tão familiarizada.

– É, bruxas – disse Sam quando saímos da casa, com o saquinho que havia encontrado, abrindo e o investigando. – Isso aqui é magia negra antiga.

– Cê tá muito quieta – Dean me olhou pelo retrovisor quando voltamos pro Impala. – O que foi?

– Tinha cheiro de enxofre na falecida e tinha cheiro de enxofre no quarto deles – chamei a atenção dos dois. – Bruxas e demônios trabalham juntos?

Sam e Dean se encararam por um momento, pensativos, antes de se ajeitarem no banco da frente e Dean dar a partida.

– Nunca descartei a possibilidade – Sam disse por fim.

– De uma forma ou de outra, vamos ter que ficar de olho nesse cara – disse Dean. – Porque alguém queria a esposa dele morto e seja lá quem for, talvez volte pra pegá-lo.

E assim, voltamos para o hotel para trocar de roupas e ficar de tocaia, seguindo os passos do cara até descobrirmos algo.

Um homem típico e muito entediante. Além do trabalho, para onde eu sinceramente não entendia como conseguia ir, só havia um outro lugar onde ele havia passado naquele dia.

Ficamos observando ele, o Impala em uma esquina para que ele não nos percebesse, observando, morrendo de tédio, enquanto ele comia dentro do carro logo depois de ter comprado comida em uma lanchonete.

Quando ele saiu do carro de repente, se jogando no chão, Dean acelerou com tudo até chegarmos no estacionamento onde ele estava. Sam e eu procuramos pelo saquinho de bruxa, e Sam o encontrou bem escondido em baixo do volante, o queimando logo em seguida.

Dean precisou pressionar o viúvo até que ele cedesse e nos desse o nome de alguém que tivesse algo contra eles.

E é óbvio que era uma amante. Sempre era.

Uma amante com quem ele havia terminado uma semana antes por ela ser desiquilibrada. Se era, realmente, eu não sabia, mas com o endereço da assassina em mãos, não perdemos tempo e fomos até a casa dela.

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