Capítulo 9

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– Então esse é o seu grande plano, Dean? Você ficou maluco?! De todas as suas ideias, essa é a pior!

Eu estava a dois passos de bater na porta do quarto dos Winchesters quando ouvi Sam falando. Gritando, para ser mais exata.

– Aí, ó, fica calmo, tá? Não é pra tanto – ouvi Dean rebater.

– Não é pra tanto?! Você quer mesmo que eu acredite que isso é pelo bem da Bella e não porque você se sente culpado por não termos salvado o chefe Swan?! Ela só tem dezoito anos, Dean, ela tem uma oportunidade de viver uma vida longe disso tudo, uma chance que nunca tivemos!

– Acha que eu não sei?! Acha que eu não disse isso pra ela? Ela não quer, Sammy, e ela deixou bem claro que se nós não ensinarmos a caçar, ela vai encontrar alguém que ensine, e você sabe tão bem quanto eu que tá cheio de maluco por aí! Ela não é uma garotinha assustada, tá legal?

– Difícil ser uma depois de você ter entregado o facão na mão dela.

Um momento de silêncio aterrador.

– Era o direito dela matar aquele desgraçado – Dean continuou.

– Direito dela de sujar as mãos de sangue? Aquilo foi praticamente um batismo de sangue, você praticamente deu a sua benção pra ela ser uma caçadora!

– Se você estivesse no lugar dela, se estivesse frente a frente com o demônio do olho amarelo e te dessem a oportunidade de matar o infeliz, você não mataria?

– Não é a mesma coisa.

– É a mesma coisa, sim. Mesma coisa, monstro diferente.

– Trazer ela com a gente na estrada é uma péssima ideia.

– Boa sorte convencendo ela a não vir.

– Dean... Eu sei que você não tá legal depois de tudo que aconteceu com o papai, e ainda mais depois do lance com o Charlie, mas...

– Isso não tem nada a ver com eles – o mais velho se irritou.

– Não? Tem certeza? Porque tudo que eu vejo aqui é a sua culpa falando mais alto e um desespero gigantesco. Eu sei que acha que cuidar da Bella é uma forma de compensar alguma coisa, mas você mesmo disse que não dá pra salvar todo mundo.

– Eu não quero mais falar disso. Você não tem nenhum argumento convincente, então a Bella vem com a gente.

E antes que eu tivesse tempo de reagir, a porta se abriu e eu dei de cara com ele. Dean disfarçou para que Sam não me notasse, fechando a porta atrás de si.

– Desculpa, eu ia bater – apontei para a porta.

– Esquenta não – ele deu um sorriso de canto. – Quer sair e comer alguma coisa?

– Agora? – franzi o cenho.

– Certeza que deve ter um lugar aberto por aí. Você vem ou não?

Eu estava ansiosa demais para voltar para o quarto e tentar dormir de novo, além do fato de que nós precisávamos conversar, então o segui até o Impala como havia feito de manhã.

– Então... – pigarreei enquanto ele dirigia. – Pelo visto eu vou ter que procurar outras pessoas pra me ensinar.

– Não, não – respondeu sem tirar os olhos da rua. – Só dá um tempinho pra ele se acostumar. A ideia de ter mais alguém com a gente é meio... Assustadora.

– Assustadora? – o fitei. – Por que? Pensei que o pai de vocês fosse caçador também.

– Ele era um caçador, mas a única vez em que nós três estivemos juntos caçando foi pra pegar um demônio.

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