Capítulo 35

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Janelas abaixadas, cabelos ao vento, um tímido sol nos acompanhando enquanto cruzávamos, e nós dois à base de café enquanto cantávamos todos os tipos de música que Dean certamente detestaria.

Eu nunca fui muito ligada em música, apesar de adquirir parte do gosto musical de Dean durante aquele período, mas o gosto musical diferenciado de Sam definitivamente não era menos divertido.

Nunca imaginei que estaríamos cantando ''All The Small Things'' do Blink 182 juntos, como dois bobões, Sam imitando o baterista, batendo suas baquetas invisíveis no ar e fazendo caretas enquanto cantava comigo.

Say it aint so, I will not go, turn the lights off, carry me home, na, na, na, na, na, na, na, na, na, na!

Era bom poder rir à toa um pouco, pra variar. Estávamos doidos de café e açúcar e havíamos revezado na direção, não querendo pausas em motéis por estarmos muito ansiosos para respostas. Dean e Bobby haviam nos ligado umas mil vezes, mas somente Sam falou com eles e deixou bem claro que eu estava bem brava com eles.

– Cara, a gente tem que atualizar a coleção de cassetes do Dean! – olhei pra ele de relance. – Só tem músicas antigas!

– Eu sei, eu vivo dizendo pra ele instalar um sistema de som melhor no carro, algo que pelo menos comporte um MP3 ou algo assim, mas ele não deixa eu tocar no Baby.

– Bem, já sei que a próxima mudança que vamos fazer no meu garotão aqui é colocar um sistema de som melhor – eu ri. – Porque eu não tenho cassete nenhuma pra colocar nele.

– Pode deixar, vou procurar um bom pro seu carro. Ah, senti falta disso! – ele sorria enquanto a próxima música começava. – Toda essa situação com os demônios está me deixando doido!

– As coisas vão melhorar, você vai ver – o olhei rapidamente. – A gente vai lutar contra esses chifrudos juntos – estendi meu punho fechado para ele.

Rindo descrente, ele estendeu seu punho para tocar o meu.

Quase metade de um dia depois, finalmente estávamos em Illinois.

– Qual é a casa dela, mesmo? – perguntei enquanto dobrava a esquina.

– Número 69 – ele disse enquanto me ajudava a olhar ao redor. – Aquela ali, casa branca da porta marrom – apontou.

Aproximei o carro da calçada dela, desligando ele. Nos olhamos por um momento, respirando fundo e nos assegurando.

– Vamos lá – Sam sorriu e nós saímos.

Mal havíamos pisado na entrada quando a vidente abriu a porta, nos recebendo com um grande sorriso. Ela devia ter mais ou menos a minha altura, tinha cabelos negros ondulados que complementavam bem o seu rosto e estava usando uma regata dos Ramones que fazia jus ao seu belo busto.

– Oi, vocês! Bobby avisou que viriam! Eu sou Pamela, Pamela Barnes – estendeu a mão para nos cumprimentar.

– Eu sou o Sam – ele a cumprimentou.

– Sam Winchester – ela deu um discreto sorriso malicioso. – É bem mais alto do que eu imaginava. E você, é claro, deve ser Isabella, a futura senhora Winchester.

– Eu mesma – apertei sua mão.

– Venham, venham, vamos entrando – nos deu passagem. – Fiquem à vontade – disse enquanto nos conduzia para o que julguei ser sua sala de atendimentos, cheia de artefatos sobrenaturais.

Parecia ser a sala dos sonhos.

– Então, eu não imaginava que vocês viriam aqui antes da cerimônia – ela se sentou em uma mesa redonda, gesticulando para que fizéssemos o mesmo.

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