Capítulo 46

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Parecia típico da nossa família não ter um dia de paz que fosse.

A bala que me atingiu havia transpassado meu abdômen, mas não era comigo que eu estava preocupada. Dean caiu à minha frente, pois fora atingido no peito.

Em cheio.

No coração.

Eu não pensei duas vezes antes de correr até ele e o curar imediatamente, desesperada com a possibilidade de ele morrer ali mesmo e me deixar viúva cinco minutos depois de nos casarmos.

Ele respirou aliviado assim que eu o curei, mas precisava chegar até Sam. Felizmente, Gabriel foi mais rápido em tirá-lo da mira da janela e o curar.

– Todo mundo se afaste das janelas! – gritei.

Emmett e Carlisle já estavam com problemas para conter Jasper, considerando que eu ainda estava sangrando, e isso definitivamente alarmou todos os outros convidados humanos. Para a minha surpresa, Gabriel o botou para dormir antes de vir me curar. Ele me ajudou a levantar.

– E é por isso que eu pedi discrição. Quem foi que vocês irritaram dessa vez?

– Quer uma lista? – Dean indagou, mas não era exatamente com sarcasmo.

– A última foi a Bela Talbot, mas também tem o Gordon Walker! – disse Sam.

– Vou dar uma olhada.

Gabriel sumiu no ar perante os olhos de todos. Para alguém que me cobrava discrição, ele próprio não estava sendo discreto.

– Tá todo mundo bem? – olhei para os demais, que confirmaram que da parte deles estava tudo bem. – Padre Colin? – chamei pelo sacerdote, que havia se escondido atrás do púlpito.

– Estou aqui! – ele sinalizou, no que Dean e eu fomos até ele, o ajudando a levantar. – Meus filhos, como vocês estão...?

– Acho melhor o senhor não saber – Dean fez uma careta desconfortável. – Bem, os Dothrakis acham que um casamento sem ao menos três mortes é chato, e nós três tomamos tiros. Seria um sinal de que teremos um bom casamento? – sorriu nervoso.

– Dean, não é hora de referenciar ''Uma Canção de Gelo e Fogo''! – Sam se irritou. – Isso é sério, alguém poderia ter morrido!

– É, a gente! Ninguém mais foi ferido, o que me faz acreditar que é coisa do Gordon, mesmo!

– O próprio.

Gabriel apareceu com Gordon no meio da igreja, no que todos os olhamos assustados. Rapidamente me pus na frente de Sam e Dean.

– Expliquei aqui pro nosso amiguinho que tentar assassinar Winchesters é uma coisa estúpida e perigosa – Gabriel encarava Gordon. Eu podia sentir seu medo. – E que matar uma serva juramentada ao Senhor garante a ele uma passagem só de ida pro Inferno sem direito à perdão. Parece que Gordon não acreditou no testemunho de Kubrick e fugiu da cadeia decidido a matar vocês três. Estou certo, Walker? – o arcanjo o encarou, no que ele apenas assentiu. – Sammy, você que é o alvo principal do ódio dele, o que gostaria de fazer com ele?

Nos viramos todos para Sam, o encarando com expectativa. Ele parecia cansado de todo aquele drama com Gordon.

– Cara, só quero que me deixe em paz – Sam o olhou. – Só isso. Eu não sou o Anticristo, tá legal? Eu sou um caçador, tanto quanto você é, mas eu não saio matando indiscriminadamente como você tem feito e o seu problema comigo começou meramente porque eu não queria matar um ninho inteiro de vampiros que não faziam mal à ninguém. Você me chama de monstro, mas quem tá agindo como um aqui é você, atacando a minha família num dia que era pra ser de celebração. Ia me matar, matar meu irmão e minha cunhada por causa de uma paranoia absurda. Você precisa de ajuda, cara. Só deixa a gente em paz, e os nossos amigos. Pode ser ou tá difícil?

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