Capítulo 36

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Eu nunca tinha visto Sam tão animado quanto naquele momento. Um sorriso de orelha à orelha, feliz com o fato de que anjos realmente existiam, e ele estava tão extasiado com toda a situação que eu não tive coragem de dizer minhas preocupações em relação à aquela situação.

A distância de Springfield, Illinois à Saint Louis, Missouri era de uma hora e meia de viagem de carro, mas eu não estava tão certa em ir. Muito para meu alívio, Sam concordou que deveríamos descansar um pouco, já que não havíamos dormido, e depois decidiríamos o que fazer.

Cogitei atender as ligações de Dean, mas eu nem sabia o que diria a ele. Ele nunca foi muito de acreditar em anjos, e algo me dizia que mesmo que eu dissesse naquele momento, ele não acreditaria a menos que visse.

E ele havia visto, quando fomos reféns de Victoria.

Ainda assim, era um cabeça dura. Bobby, então, era desconfiado. O único com mente aberta ali era Sam e eu estava feliz por estarmos naquela missão juntos.

Apesar de tentar, eu não conseguia dormir, cheia de medos e preocupações e Sam percebeu, deitado na cama ao lado.

– Você realmente deveria dormir um pouco – se deitou de lado para me ver.

– Não consigo. Tenho medo de ouvir o que esse Castiel tem a me dizer, mas a falta de respostas me perturba, também. Não sei o que fazer e odeio quando isso acontece.

– Aconteça o que acontecer, nós ainda seremos sua família – sorriu. – Prometo.

– Eu sei – sorri de volta. – Mas eu acho que o Dean nunca mais vai me olhar da mesma forma, ou confiar em mim de novo, e pra mim isso é o pior de tudo.

– Se ele bancar o idiota com você, ele vai se ver comigo, garanto, porque você é a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas em muito, muito tempo, e se ele agir como um babaca de novo, eu é que darei uns esporros nele.

– Por favor, não, eu não quero que vocês briguem. Eu só queria que ele entendesse que eu não estava escondendo nada de ninguém – suspirei.

– Ele vai entender. Ele vai ter que entender.

Quando a noite caiu, depois de um cochilo mal dormido da minha parte, Sam dirigiu por mim até a cidade de Saint Louis, para a igreja que Castiel tinha endereçado.

A vizinhança parecia estranhamente quieta. Eu tive um mal pressentimento, já que da última vez que fomos a algum lugar quieto demais, meus pais estavam mortos.

Engoli a seco meu medo e avançamos para a igreja, que tinha três pares de porta em sua entrada. Nos fitamos por um momento, assentindo um para o outro. Sam foi à minha direita e eu abri a porta da entrada do meio.

Eu me vi paralisada.

Imaginava que entraríamos em uma igreja sem ninguém, com poucas luzes acesas, ou algo assim, ou que ao menos esbarraríamos com um padre.

Mas eu não sabia onde estava.

Porque de jeito nenhum aquele salão dourado e branco fazia parte da igreja onde eu deveria ter entrado. Estava sonhando? Que diabos tinha acontecido com Sam?

O pior foi perceber que minhas armas não estavam na minha cintura.

– Não se preocupa não, gracinha, não vai precisar delas aqui.

Não ousei me mover. A voz masculina às minhas costas não era a voz de antes. Não era Castiel, não podia ser.

– E não precisa ter medo, Isabella. Não tô aqui pra te machucar. Eu jamais tocaria num fio de cabelo seu, se serve de consolo.

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