capítulo 4

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Nikolai

Depois de sair da mesa, entro tomar banho e lá eu desabo a chorar, ficamos umas três horas procurando por um rastro sequer de Maggie, mas não encontramos nada, já estávamos cansados de tanto andar, e apesar do helicóptero estar ajudando nas buscas, clareando boa parte do caminho, ainda assim estava um pouco difícil, então digo para encerrarmos por ali.

Eu queria muito encontrar Maggie, talvez depois pudesse ser tarde demais, mas também não poderia sujeitar os homens a continuar, voltamos para casa, os amigos de Sebastian vão embora, a esposa de León, cuidou muito bem de Giulia, ela tem uma filha, que tem mais ou menos a idade de Giulia e as duas brincaram bastante. As buscas continuariam pela manhã, Sebastian prepara um jantar, mas eu estava sem fome e mal toco na comida, ele e Giulia comem, meu coração se apertava de um forma surreal, quando ela me olhava com aqueles olhinhos brilhantes e perguntava pela mãe, eu não sabia o que dizer, e queria chorar toda vez, algo dentro de mim, dizia que Maggie estava muito mal, e quem sabe até morta, mas eu não poderia perder as esperanças de encontrar ela com vida, seria o mesmo que desistir e eu não vou desistir, eu preciso encontrá-la.

Termino o banho e me deito na cama, eu estava esgotado, minha cabeça parece que ia explodir de tanto que estava doendo, pego no sono, e logo acordo, vou até o quarto de Giulia e Maggie estava lá, sentada cantando uma música que ela adorava.

Me encosto na parede e sorrio, ela estava bem, mas então ela se vira, seu rosto estava cheio de sangue.

—Nik, socorro!

Fala ela, então me levanto da cama num pulo, assustado, foi um sonho horrível, na mesma hora ouço Giulia chorar no quarto ao lado.

Vou até lá e Sebastian vai também, Giulia chorava muito e chamava pela mãe.

—Calma meu amor.

Pego ela no colo e tento acalmá-la.

Ela nunca dormiu uma noite sequer sem Maggie.

—Ei, tudo bem, querida, tudo bem, vamos lá dormir com o papai, vamos?

Ela concorda e se deita no meu ombro, passo a mão nas costas dela, acalentando ela que ainda chorava.

—Vai ficar tudo bem, meu amor.

—Vou preparar uma mamadeira pra ela.

—Não precisa Sebastian, eu faço.

—Eu faço questão, tente acalmar ela.

—Tá bom, obrigado.

Volto para meu quarto.

—Não precisa chorar, meu amor, papai está aqui, você quer tetê?

"Qué mamãe."

—Lembra que o Dino falou, que a mamãe foi comprar seu presente, logo ela volta, tá.

"Qué mamãe."

—Eu sei meu amor, não chora, o Dino vai trazer seu tetê.

Balanço ela, logo Sebastian volta com a mamadeira, deito ela na cama e dou o tetê, ela dorme grudada em mim, acabo dormindo também, sem mais sonhos ruins.

No dia seguinte, logo pela manhã, León e mais alguns homens chegam, saímos logo em seguida e continuamos na busca por Maggie, mas foi tudo em vão, ao todo tinha uns 25 homens, Gerald ia com o helicóptero, mas não encontramos nada, voltamos para casa já era mais de 12:00, a esposa de León, e suas duas irmãs, preparam algo para comermos, Giulia estava entretida brincando com a filha de León.

Dou as buscas por encerrada, eu precisava colocar a cabeça no lugar, e pensar no que fazer, mas pra isso teria que deixar Giulia segura com os avós e contar a eles o que aconteceu.

Infiltrada - Atentado Em MoscowOnde histórias criam vida. Descubra agora