-4- APRESENTO-VOS SEBASTIAN ANTONOFF

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Observando detalhadamente Sebastian, era possível notar que ele era um homem que seria considerado por muitos como alguém de uma beleza de extremo impacto. Seus cabelos eram tão escuros quanto uma noite nublada, e algumas mexas caiam em sua testa, próximo aos seus óculos, lhe dando um certo charme. Seu rosto era perfeitamente simétrico, seus lábios eram rosados, seus olhos negros e intensamente penetrantes chamavam atenção mesmo estando cobertos pelo vidro das lentes. Tinha um corpo alto e forte, cujos músculos marcavam na camisa social, braços compridos para combinar com sua altura repousavam ao lado do seu corpo. Ele era um perfeito contraste entre e o preto e o branco. Quando ficava parado me encarando parecia estar pronto para ser fotografado por uma campanha de roupas sociais da Yves Saint Laurent.

– Como eu disse anteriormente, quando sair do trabalho irei comprar algumas roupas para você. Por agora irá usar essas aqui. – Ele pegou em seu closet, e me entregou, eu estava parado perto da cama.

Sebastian ficou me olhando, esperando que eu as vestisse. Era uma camisa, uma calça, uma cueca samba-canção xadrez, e um casaco grande. Ele havia dito que no abrigo subterrâneo fazia mais frio, então eu deveria usar um casaco mais grosso. Me virei de costas, tirando meu roupão e comecei a vestir as roupas. Primeiramente a cueca, depois a camisa, em seguida a calça, e depois o casaco. Tudo ficava grande em mim, e eu tinha que ficar puxando para cima, para evitar que a calça caísse. O corpo dele era muito mais desenvolvido que o meu, então ele provavelmente ficaria perfeitamente normal com aquelas roupas, enquanto meu corpo esguio não conseguia segura-las.

Me virei de frente para ele, e vi que sorria tranquilamente me olhando.

– Você ficou engraçado com essas roupas grandes. Ficou encantador na verdade. – Senti meu rosto corar, e comecei a estalar meus dedos, algo que sempre fazia quando estava envergonhado. – Vamos, vou te levar de volta para o quarto. Não preciso pedir novamente para você manter descrição no caminho né? – Ele voltou a ficar sério.

Segurou em minha mão e me levou consigo para o quintal da casa. No caminho pegou a cesta que eu havia visto sobre a plataforma escura em sua cozinha. Sebastian destrancou a porta dos fundos e continuou a me puxar em direção ao quarto abaixo do chão, eu olhava em volta, estudando o local que agora não estava mais tão escuro devido os primeiros raios de luz solar que começavam a aparecer no céu, distantes.

Desci a escada primeiro, e ele veio logo atrás.

– Espero profundamente que algum dia você fique apto a morar comigo na casa de cima. – Sorriu docilmente para mim.

Então segurou em meu rosto, fiquei paralisado, foi se aproximando cada vez mais, não podia acreditar que ele realmente faria aquilo, mas tive a certeza apenas quando senti seus lábios tocando os meus, extremamente suaves e macios. Depois ele se afastou e sorriu novamente para mim.

– Daqui a algumas horas estarei de volta, então jantaremos juntos. Essa comida é para você. – Olhou em direção a cesta que ele havia colocado no chão. – Enquanto eu estiver fora não quero que fique com fome. – Sorriu pela última vez, ao soltar meu rosto e fechar a porta do quarto. A grande porta preta estava mais uma vez selada. E eu mais uma vez estava tão trancafiado quanto os pássaros que costumava ver em uma loja de animais no caminho da escola quando tinha sete anos. Dessa vez, ao menos, não tinha uma corrente presa em minha perna.

{...}

Acordei algumas horas depois de ter me cansado de passar horas buscando alguma maneira de fugir dali, havia tentado quebrar o espelho do banheiro para usar como arma, mas obviamente isso não foi possível, já que ele estava perfeitamente coberto por um vidro blindado. Tudo que havia naquele quarto ou estava fixado na parede, ou era de plástico, ou leve demais para se acertar a cabeça de alguém e deixa-lo inconsciente.

BABY, ME CHAME DE MESTREOnde histórias criam vida. Descubra agora