- Alec!
- Alec!
- Alec!
- Você está bem?
- Alec?
- Você consegue me ouvir?
Um homem parado ao lado da cama balançava meu corpo, parecendo querer chamar minha atenção. Levantei assustado, nunca o havia visto antes, me afastei dos seus braços e fui para outro lado da cama, o encarando, protegendo meu corpo com meus braços.
- Meu nome é Michel, eu sou policial. Você é Alec Sutcliff?
- Sou. - Outro policial entrou no quarto e parou na porta, o ambiente estava um pouco escuro pelo fato das janelas estarem fechadas. Meu coração ainda acelerado com a adrenalina do momento.
Havia muito barulho na casa.
- O que está acontecendo? - Perguntei, sem me dar conta da situação em que estava.
- Nós finalmente te encontramos. Agora vai ficar tudo bem. - O homem sorriu para mim. - Vamos. Sua mãe e seu irmão lhe esperam lá fora.
- Eles estão aqui?
- Sim.
- Mas... Sebastian pode tentar algo. Ele me avisou. - Sentia a euforia me consumir.
- O homem que lhe colocou aqui?
Balancei a cabeça concordando.
- Ele está lá em baixo. Algemado. Ele não lhe fará mais mal, ou a nenhuma outra pessoa.
Michel colocou um casaco sobre meus ombros, me cobrindo, então segurou meu braço e o puxou calmamente, para que eu descesse com ele. Outros policiais andavam pela casa, como se buscassem coisas, alguns me olhavam com compadecimento, sem saber exatamente como reagirem, como se soubessem exatamente as coisas que eu havia passado naquela casa.
Fui levado até o gramado da casa, era de noite, quanto tempo eu havia dormido? O vento gélido batia contra meu rosto, aquele pijama que havia usado para dormir não evitava que eu o sentisse de forma intensa. O céu nublado escondia as estrelas sobre minha cabeça, as luzes eufóricas na parte frontal da casa de Sebastian eram suficientes para iluminar uma cidade inteira.
Uma multidão de pessoas e carros da polícia se espalhavam pela rua frente à casa, todos me encaravam, alguns me apontavam câmeras, seus flashes espocavam como vagalumes que dançam no ar em uma floresta escura. Ouvia os gritos da maioria deles, alguns pareciam me chamar, outros me faziam perguntas. E no meio daquela multidão vi duas pessoas, as únicas que realmente importavam.
Corri até minha mãe e meu irmão, sentindo o casaco que Michel havia colocado em mim cair sobre a grama, ao encontra-los me abraçaram juntos de imediato, minha mãe estava tomada pelas suas lagrimas, sem conseguir dizer algo.
- Oh, Meu Deus! - Foi a primeira coisa que ela conseguiu dizer. - Você está bem? - Ela olhava cada parte do meu corpo e o apertava para saber se eu estava "inteiro". - Eu tive tanto medo... - Me abraçou com força. - Meu filho... Eu tive tanto medo... Meu Deus...
- Você está bem? Aquele filho da puta fez algo com você? - Agora meu irmão falava, com seu braço atrás do meu corpo, me puxando para perto dele e da minha mãe.
- Estou. - Respondi, ainda meio apático. Tudo aquilo era tão inesperado para mim, após tantas tentativas falhas de fuga eu havia conseguido sair da casa de Sebastian, sem nem mesmo ter tentado. Apenas deitado na cama, dormindo.
Foi quando eu o vi. Saindo da casa. Com ambas as mãos atrás do corpo. Algemado. Estava sem seus óculos, usava chinelos, short e uma camisa branca.
- Seu desgraçado! Eu vou matar você! - Ouvi Adrian gritar e correr em direção a Sebastian. Dois policiais o seguraram, evitando que ele chegasse perto. Tentando o acalmar. - Está me ouvindo, filho da puta? Eu vou matar você!
Minha mãe me abraçou com força. Olhei por cima do seu ombro, e eu e Sebastian trocamos olhares, sua expressão era de tristeza, e lagrimas rolavam pelo seu rosto.
- Eu...
Te...
Amo...
Sussurrou, antes que um policial o empurrasse para o banco de trás do carro da polícia.
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BABY, ME CHAME DE MESTRE
RomanceAlec Sutcliff é um típico garoto do ensino médio, tomado por inseguranças e traumas advindos do passado, que acabará de se mudar para uma nova cidade. Durante uma noite, voltando de um encontro com seus novos amigos, Alec é abordado por um desconhec...