Observava aquele pequeno duto de ventilação na parte superior daquela parede sem graça, dando replay nas cenas que havia presenciado a alguns minutos atrás. Minha mente avistava Sebastian, o ódio o consumindo por ver alguém tentando me machucar ou simplesmente me tocar, o sangue pelo local, sua pele quente, seus olhos vermelhos como um animal bestial e cruel, a sua vontade de me proteger, seus braços fortes cujas veias pareciam querer explodir em meio ao ódio e vontade de matar cruelmente aqueles que se levantavam contra mim.
Percebi que mordia meu dedo, ao ponto em que ele parecia querer sangrar; simultaneamente uma excitação profunda percorreu meu corpo, imaginando aquele homem alto e forte, com uma arma na mão, disposto a derrubar aqueles homens que pensavam na possibilidade de me levar para longe dali. Essa excitação me causou certa estranheza.
Quando Sebastian adentrou o quarto subterrâneo eu senti certo alivio ao vê-lo, e corri para seus braços, me jogando sobre eles e sendo recebido por um forte abraço e um beijo longo e ardente.
– Estava tão preocupado com você aqui. – Ele me apertou com força. – Está tudo bem? Me desculpe ter feito você voltar para cá. – Continuava a me prender a seus braços.
– Está tudo bem. – Segurei seu rosto e sorri para ele, e lhe disse calmamente. – Obrigado por me proteger.
– Por todo o sempre, Baby!
– Vamos subir? – Puxei ele pela mão em direção as escadas que davam para fora do quarto subterrâneo.
– Vamos, porém...
– Porém? – Lhe questionei.
– Não acho legal você ficar em casa por agora, depois desse ocorrido. Além disso o quarto ainda está...
– Ensanguentado?
– Sim. – Ele abaixou a cabeça para responder, parecendo tímido de repente.
– Podemos dormir no outro.
– Acho melhor não.
– Vai querer que eu fique no quarto subterrâneo de novo? – Senti minha voz um pouco áspera demais.
– Não. Liguei para Elizabeth, você ficará lá por um tempo. Na verdade, nós ficaremos.
– Ótimo. E onde está Pongo?
– Eu o prendi em uma caixa quando... – Ele pareceu ficar irritado por um instante.
– Ei! Esquece aqueles caras. Já acabou. Vamos aproveitar esses dias na casa de Elizabeth, deixando esse momento obscuro para trás de nossas vidas. Tudo bem? – Me aproximei do seu corpo e passei minhas mãos pela minha face.
– Combinado, Baby!
Ergui meu rosto e lhe dei um beijo, andamos de volta para casa.
Sebastian arrumou nossas malas, sem me deixar subir as escadarias, com receio que eu visse o sangue no quarto novamente. Trouxe minhas coisas, incluindo a fantasia que teria que usar constantemente na casa de Elizabeth, com todo o cuidado para que ela não notasse que era tudo superficial. Enquanto Sebastian arrumava o restante das coisas eu criava uma pequena história em minha cabeça. Me chamaria Angel, já que me apresentei com esse nome na primeira vez que a vi, meus pais moravam na Finlândia, e eu estava no país de Sebastian para estudar design. O conheci em um restaurante italiano em uma noite chuvosa, nos beijamos algumas horas depois quando ele me deixou na frente do meu apartamento, e então, a partir dali passamos a sair constantemente, até que em uma noite, no mesmo restaurante, ele me deu uma gargantilha, me pedindo em namoro e eu aceitei de imediato. Depois comemos espaguetes e meses depois eu me mudei para a sua casa, logo adotamos Pongo, e formamos uma família.
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BABY, ME CHAME DE MESTRE
RomanceAlec Sutcliff é um típico garoto do ensino médio, tomado por inseguranças e traumas advindos do passado, que acabará de se mudar para uma nova cidade. Durante uma noite, voltando de um encontro com seus novos amigos, Alec é abordado por um desconhec...