-25- FOI NO MÊS DE DEZEMBRO

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Sebastian passava um laço vermelho na gola da camisa branca que eu usava, como se fosse uma delicada gravata borboleta, as mechas ruivas que eu havia colocado somado as lentes cor de mel combinavam perfeitamente com a roupa que havia escolhido para aquela ocasião. Ele já estava pronto, com seu belo smoking preto, seu cabelo penteado, arrumado e charmoso, e sua pele perfumada com um aroma intenso que fazia com que eu quisesse pular sobre ele e lhe beijar ferozmente.

Pongo usava um laço vermelho no pescoço para combinar com sua coleira natalina de mesma cor, com desenhos de flocos de neve, e enchia o ar com seu perfume de baunilha que Sebastian havia comprado para ele naquele dia. Para que assim todos pudessem estar de acordo com o jantar daquela noite na enorme mansão de Elizabeth Johnson.

Elizabeth Johnson, uma grande amiga de Sebastian, e também uma mulher de sucesso no mundo dos diamantes, realizava anualmente sua festa de natal, a verdade é que aparentemente Elizabeth adorava qualquer motivo para poder dar uma grande festa repleta de champagnes, caviar e magnatas. Ela e Sebastian viraram amigos a alguns anos atrás quando ele projetou a casa dos seus sonhos, a partir daí ele era chamado para todas as suas festas, mas apenas agora Sebastian se sentia seguro para me levar em uma delas.

Olhando no espelho pude sentir de certa forma que eu realmente estava atraente aquela noite, meus olhos brilhavam, minha roupa acentuava meu corpo, meu cabelo estava com todas as mechas nos lugares que deveriam estar, e Sebastian estava logo atrás de mim, parecendo um modelo da Versace, prestes a ser fotografado. Era como se fossemos, naquele momento, um casal de matar.

– Até que fiquei bonitinho né... – Comentei, sentindo a insegurança tomar conta de mim. Não costumava me elogiar, pelo contrário, passava horas na frente do espelho dizendo quais eram meus defeitos.

– Bonitinho? Talvez pudéssemos chamar o laço de Pongo de bonitinho. Mas você... Baby, você está deslumbrante e perfeito como sempre. Ainda não acredito que terei a chance de levar você comigo na festa da Liz. Todos terão inveja de mim. – Ele sorriu.

– Não seja bobo. – Dei uma risada, timidamente.

– Bobo é você por não perceber o quão perfeito é. – Me abraçou e me encarou no espelho. – Não saberia viver sem você. – Ficou sério e eu fiquei desnorteado.

Descemos a escadaria e fomos em direção ao carro, o vento gélido da noite batia em meu rosto, Sebastian me abraçou por um momento e me levou até a porta, a abrindo para mim, lhe dei um doce beijo nos lábios e me sentei no banco, colocando Pongo em meu colo. Ele estava tão cheiroso, coloquei meu nariz em sua pequena cabeça, que agora não estava tão pequena assim, o pequeno Pongo crescia cada dia mais.

O carro corria a 120km/h, enquanto Television Romance dos Pale Waves tocava na rádio, Sebastian as vezes olhava para mim e me dava um sorriso, contente por eu estar ao seu lado naquela ocasião. E de alguma forma estranha ou misteriosa eu também me sentia contente por estar ali, passará a me sentir assim desde que bloqueei pensamentos externos da minha vida antes de Sebastian, e parecia realmente surgir efeitos grandiosos.

Quando paramos no portão daquele enorme lugar e um homem no alto falante liberou a nossa entrada eu me deparei com aquela casa branca com detalhes em dourados que parecia ter saído de uma revista de arquitetura grega, vários carros paravam na frente, e homens em seus smokings e mulheres em seus longos vestidos desciam e subiam a escadaria para a porta de entrada.

Guardas de expressão sérias estavam espalhados por todo o local, luzes iluminavam toda a frente. Quando paramos o carro Sebastian me olhou mais uma vez, me deu um beijo e desceu do carro, ao meu lado um homem abriu a porta para que eu descesse, me desejando uma ótima noite assim que meus pés tocaram o chão de concreto. Sebastian lhe entregou as chaves do carro e ele foi buscar um lugar para estacionar.

BABY, ME CHAME DE MESTREOnde histórias criam vida. Descubra agora