-20- A DRAMÁTICA HISTÓRIA DE ALEC SUTCLIFF

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Era uma noite chuvosa quando Agatha St. German e Hugo Sutcliff se encontraram abaixo das folhas molhadas de um teixo, passaram longos minutos trocando sorrisos e olhares até que Hugo finalmente teve a coragem de conversar com ela, mesmo sendo tímido. Quando a chuva finalmente foi embora, deixando para trás aquele rastro de água sobre a grama e aquele cheiro de terra molhada, Agatha permitiu que Hugo a levasse até a porta de sua casa. Por coincidência ele não morava tão longe dali, sendo assim, após esse dia ambos passaram a se encontrar com frequência, quase como uma vontade do destino.

Com o passar dos dias eles entendiam cada vez mais que algo estava sendo criado entre os dois, e foi em uma sala de cinema, sob os olhares de Marlon Brando, que ambos decidiram se beijar pela primeira vez. Hugo se apaixonará perdidamente pela face angelical e dramática de Agatha, enquanto ela se perdeu profundamente nos olhos azuis oceânicos dele. Essa paixão os levou até o quarto de Hugo em uma tarde de domingo, e algumas semanas depois ela gerou a primeira amável consequência, que foi amorosamente batizada de Adrian St. German Sutcliff.

Os pais de Agatha vinham de uma família tradicional, que não via com bons olhos a ideia de sua única filha ter um filho sem estar em um casamento, para resolver isso Hugo foi até sua casa em uma sexta–feira à noite com um anel, e a propôs em frente aos seus pais. O pai de Agatha, Joseph St. German, ordenou que o casamento fosse antes da criança nascer, enquanto sua mãe, Cyntia St. German, apenas disse que o casamento deveria ocorrer antes que sua barriga revelasse que havia um feto ali, assim ela poderia usar um vestido de noiva justo. Nada para sua mãe era mais importante que a estética.

Hugo e Agatha não ligavam para o que os pais dela decidiam por ela, eles só queriam estar juntos, e assim criarem sua família. Um casamento primaveril ocorreu alguns dias depois, felizmente, antes que Cyntia St. German acabasse por se afundar em suas crises de desespero para que o casamento ocorresse de forma perfeita. Os pais de Hugo, Sr. e Sra. Sutcliff, viajaram o país para poder estar presente durante o casamento do seu filho, junto a eles vinha o irmão mais novo de Hugo, Cliff Sutcliff.

Após o casamento Agatha e Hugo passaram quinze dias em lua de mel longe de tudo e todos, e então simplesmente voltaram...

Viviam como uma família feliz em um bairro calmo da cidade, repleto de gramas verdes, Hugo trabalhava duro para suprir todas as necessidades da esposa e do filho, mas logo Agatha ansiou por voltar a se dedicar também a sua carreira, e quando Adrian completou três anos de idade ela decidiu que estava na hora de retoma-la e voltar a trabalhar, mas uma nova consequência do seu amor por Hugo adiou sua vontade por mais alguns anos, essa nova consequência se chamava Alec Sutcliff.

Numa noite de dezembro, às 22h45m, uma criança vinha ao mundo, seus olhos eram tão pretos quanto a escuridão, e seu rosto parecia ter sido desenhado por anjos melodramáticos. A felicidade dos seus pais era contagiante, assim como dos avós paternos e maternos, que logo estavam invadindo a casa do casal para encher a criança de presentes.

Hugo amava profundamente sua esposa, assim como amava seu filho mais velho, Adrian, mas ele sempre sentiu que havia algo diferente em Alec, e quanto mais ele o via crescer mais notava sua essência angelical, doce e inocente. Adrian era fã de esportes, gostava de correr e quebrar coisas, principalmente garotos que tentassem mexer com seu irmão mais novo, enquanto ele, Alec, era o inverso. Era uma criança sensível, sentimental e delicada, que gostava de aprender coisas novas e caminhar pelo quintal de casa em busca de pedras que tivessem formas bonitas, também gostava de assistir filmes e ver livros com muitas figuras que o ensinassem coisas novas. Mal esperava para finalmente poder entrar na escola.

Alec também amava sua mãe e seu irmão, mas sentia uma conexão profunda com seu pai, por isso sempre o seguia para onde quer que ele fosse, gostava de se jogar em seus braços enquanto assistiam na sala de estar, juntos e sozinhos. Não que ele não gostasse de estar com sua mãe e irmão, mas no fundo meio que gostava quando eles saiam e assim tinha seu pai só para ele.

BABY, ME CHAME DE MESTREOnde histórias criam vida. Descubra agora