Corríamos pelo quintal junto a Nicolo, o pequeno filhote de labrador da nossa vizinha, a Sra. Moretti, que costumava passar pelo pequeno buraco do nosso muro e invadir nosso quintal para brincar comigo e meu irmão. Rodeávamos a casa toda com ele correndo logo atrás de nós, querendo nos pegar, quando cansávamos comíamos sanduiches que o papai fazia, e dividíamos com Nicolo, que adorava presunto. Depois voltávamos a correr livremente pelo quintal, observando as borboletas e pássaros que repousavam sobre as flores do jardim.
– Alec! – Meu irmão gritou ao me ver cair no chão quando tropecei em uma pedra do quintal.
Senti meu joelho arder e comecei a chorar silenciosamente, não queria que o papai ouvisse. Ele sempre se preocupava demais comigo. Fiquei sentado no chão, abraçando meus joelhos.
– Se machucou? – Adrian perguntou, parecendo preocupado. Nicolo tentava lamber meu rosto.
Balancei a cabeça afirmando que sim.
Ele começou a assoprar meu joelho ralado até que eu parasse de chorar.
– Não conta para o papai. – Lhe disse, quando a dor começará a aliviar.
– Eu jamais vou te trair, Alec. – E então sorriu para mim, me abraçando, junto a Nicolo.
{...}
– Morangos ou cerejas? – Ouvia alguém dizer ao meu lado. Só então lembrei que Sebastian estava comigo.
– Cerejas. Hoje eu quero de cerejas. – Disse, meio exasperado. Um pânico tomou conta de mim.
O medo de que Sebastian visse Adrian.
A primeira ideia que passava em minha mente era de ele tentando fazer algo ruim contra meu irmão, e aquilo estava fora de cogitação. Não podia permitir, então mesmo que minha vontade fosse de ficar ali o olhando por aquela pequena fresta, tive que evitar, e voltar para a realidade de Sebastian. Na qual ele me mandava e eu obedecia, e assim ninguém se feria. Incluindo meu irmão.
– Está tudo bem? Você parece ansioso. – Sebastian me olhava desconfiado, pude notar que ele tentou olhar pela fresta entre os bolos e as comidas vegetarianas, para saber se eu tinha visto algo, mas felizmente meu irmão já havia ido embora dali.
– Está. Sei lá... acho que está. – Tive medo que os dois ainda se encontrassem pelos corredores do mercado, então procurei segurar Sebastian ali por um tempo. – Estou em dúvida agora se quero de morangos ou de cerejas.
– Se quiser podemos levar os dois. – Sebastian procurava algo com seus olhos, ainda desconfiado.
– Não acha que é muito bolo?
– A gente dá conta. – Sorriu para mim e me deu um rápido beijo. Seus lábios gelados tocando os meus. Tentei sorrir.
Fiquei encarando os hambúrgueres de beterraba, pensando em Adrian. Estava lutando contra a vontade de chorar.
– Você quer algo dali?
– Não sei. Posso levar os hambúrgueres?
– Claro que pode. Você pode levar o que quiser. Está pensando em cortar a carne animal da sua alimentação?
– Acho que sim. Sempre tive vontade de adotar o vegetarianismo. – Eu tentava evitar tremer.
– Se você resolver se tornar, tudo bem para mim, mas antes conversarei com um nutricionista para receitar uma dieta adequada para você. Sem carne animal.
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BABY, ME CHAME DE MESTRE
RomanceAlec Sutcliff é um típico garoto do ensino médio, tomado por inseguranças e traumas advindos do passado, que acabará de se mudar para uma nova cidade. Durante uma noite, voltando de um encontro com seus novos amigos, Alec é abordado por um desconhec...