Capítulo 2

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- MENTIROSA, NA MINHA SALA. - O Sr. Haskel berra da sua sala.

Me levanto, pego a agenda e vou para a sala dele. Seu perfume está impregnado em tudo. O homem veste seu terno impecável, e me olha com certo desprezo.

- Com licença. - Digo entrando na sala dele.

- Cadê meu café? - Ele pergunta me fitando.

- O Senhor jogou no lixo. - Falo o óbvio.

Hoje foi a primeira vez que aconteceu de dar problema no café dele, é uma situação nova.

- Aquela lavagem, não era o meu café! Qual o problema das pessoas? Será que é tão difícil fazer o básico? Eu só quero a porra de um café com creme e canela, mas parece que para se conseguir algo assim, temos que assassinar alguém. - Ele fala bravo, dramático e com seu ar superior.

- Senhor, como eu faço todos os dias pela manhã, fui à lanchonete que o Senhor gosta, e pedi o café com creme e canela, mas a canela havia acabado, eu sinto muito, mas a culpa não é minha. - Falo baixo e calmamente.

Sim, o homem me dá um pouco de medo e até me intimida, então tento ser calma e falar baixo.

- A culpa não é sua? - Ele diz e dá uma risadinha irritante com ar de escárnio, então continua. - Odeio quem se faz de vítima! A culpa é toda sua, Abels. Não tomei café, a agenda não foi passada, os contratos dos espanhóis não estão na minha mesa, o balancete do mês até o momento não está na minha mesa. O memorando avisando sobre a droga da nova lei de aumento de salários não foi entregue. Você já revisou o documento da aquisição da minha nova empresa? - Ele fala e o fito sem nem saber o que falar.

Não sabia do memorando, os tais contratos são para daqui a duas semanas, a droga do mês nem acabou, como vou dar o tal balancete pra ele? Que nova lei de salários? Eu nem fui avisada! E que nova empresa ele adquiriu? Não houve nenhuma reunião a respeito disso. Que merda!

O homem possuí um conglomerado de empresas que só cresce, se ele comprou algo não fui informada, e o contrato não foi fechado na empresa.

- Vou passar a agenda, e em seguida vou ligar para a lanchonete para saber se já tem canela. - Falo o que vem na minha mente.

- Esqueça a droga do café, meu dia já foi arruinado. Mas é assim, eu pago um salário absurdo para todos fingirem que trabalham. Se eu não arregaço as mangas e trabalho, essa empresa já teria naufragado. Só trabalho com idiotas, pessoas insuportáveis. - Ele diz gesticulando.

- Vou passar a agenda. - Digo e começo a passar a agenda.

Ele começa a me pedir várias coisas, e saio anotando tudo em uma folha de rascunho que tenho na agenda.

- Agora saia da minha sala, e tente não fazer nada estúpido. Você já acabou com o meu dia. - Ele diz grosso.

Saio da sala dele fechando a porta e vou para a minha bancada. Enfio a cara no trabalho e nem 30 minutos depois o telefone toca.

- Senhor. - Digo atendendo ao telefone, sei que é da sala dele, pois no telefone há um visor digital que mostra se a ligação é de alguma sala ou ramal, ou se é uma chamada externa.

- ABELS, CADÊ A PORRA DO MEU CAFÉ? - O Sr. Haskel berra.

Ele disse que não queria, mas precisa fazer isso, ele precisa infernar.

- Estou providenciando. - Falo puxando meu celular, para enviar uma mensagem para a lanchonete, se chegou canela posso pedir para eles entregarem o café.

- Não sei por qual motivo eu espero que as pessoas façam algo certo. Estou rodeado por pessoas incapazes. - Ele diz e encerra a ligação.

Reviro os olhos e envio uma mensagem para a lanchonete, eu tinha o telefone gravado no meu celular, achei que seria útil pegar o telefone do local, e o fiz a meses, ainda quando eu era só a estagiária.

Ragnar um Terror de ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora