Eu não estou conseguindo passar por isso
Deveria me refugiar
Em mim mesmo
Em um salvador que possa
Remendar o que foi quebrado
Desdizer essas palavras ditas
Encontrar esperança na falta de esperança
Me tirar desse desastre
Eu não estou pronto para morrer, não ainda
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Jimin não sentia nada além de um leve desconforto no ombro, mas tinha plena certeza que doeria pra caramba quando a adrenalina se esvaísse de seu corpo.
Ele subiu as escadas às pressas, o sangue fervia nas veias. Ele sentia raiva, tristeza, dor e um emaranhado de outras coisas que não sabia discernir, mas a maior delas era o medo.
Ele poderia ter morrido. Ou pior, poderia ter presenciado a morte de Jungkook ou de Ji Eun. Aquele era seu limite, ele ainda era humano apesar de tudo. Não havia dinheiro no mundo capaz de pagar pelo que ele havia vivido naquela manhã.
O sol finalmente chegou ao alto do céu e a luz alaranjada da manhã e iluminou a casa através das janelas enormes. Ele pressionava o ombro com a mão direita e segurava o revólver na mão esquerda.
Ele andou apressado até o próprio quarto e bateu a porta com força. Ainda usava as botas de borracha vermelhas e sequer percebeu que havia deixado um rastro de barro pela casa. Ele jogou a arma sobre a cama e se abaixou.
Com um gemido de dor ele conseguiu puxar a mala de debaixo e jogá-la sobre a cama. Com o braço bom ele a abriu e se virou apressado. Não passaria mais um minuto naquela casa.
— Jimin — a batida na porta foi ouvida por ele, mas ignorada. A voz de Jin estava falhando, ofegante. Realmente haviam sido os piores 15 minutos de sua vida em muito tempo, e ele francamente não encontrava nem um pouquinho de vontade de falar com alguém naquele momento. Jin forçou a maçaneta — Abre a porta.
— Eu vou terminar de arrumar minhas malas e vou embora daqui hoje mesmo — disse ele abrindo as gavetas da cômoda, era meio complicado fazer tudo com um braço só, mas Jimin estava com tanta raiva que sequer conseguia pensar direito.
— Não faça nada impulsivo, vamos conversar — Jin pediu.
Impulsivo. Ele riu com escárnio. Agora ele estava sendo impulsivo.
— Não quero conversar, eu quero ir embora — Jimin disse alto jogando suas camisetas na mala de qualquer forma.
Jimin se virou para pegar seu celular na mesa de cabeceira e na pressa esbarrou o braço no copo que ainda tinha água até a metade. O mesmo caiu no chão e se estilhaçou em mil pedaços.
— Porra! — Jimin gritou ao ver os cacos espalhados pelo chão junto com a água. Como se toda a sua ira fosse despejada naqueles cacos de vidro.
— Jimin, o que aconteceu? — Jin forçou a maçaneta novamente com um tom de preocupação.
— Foi só o copo, eu estou bem — disse percebendo que a própria voz estava ofegante e que estava difícil respirar — Eu só preciso ficar sozinho agora, Jin. Vou ficar bem, eu juro.
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Quando A Primavera Chegar - Jikook
RomancePark Jimin: o simpático e sorridente advogado que ficou desempregado por um mal entendido e precisa urgentemente de um emprego para manter seu apartamento e os estudos do irmão mais novo. Jeon Jungkook: o recluso e enigmático CEO de uma editora que...