Quando A Primavera Chegar - Jikook

Capítulo Doze

Eu entendi que você nunca será meu

E tudo bem

Estou apenas quebrando por dentro

E um dia talvez ele fique

E comece a seguir o caminho até ele

E um dia

Olhará nos olhos dele

E ao invés de quebrar

Vai chamá-lo de "meu"

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Jimin não se sentia daquela forma desde o colegial, quando Hajun que na época ele jurava ser o grande amor de sua vida, o convidou para tomar um milk shake depois da aula na sorveteria da esquina.

Mas Hajun era hétero e queria a ajuda de Jimin para conseguir um beijo de Lisa, sua amiga na época. Óbvio que foi decepcionante e ele chorou a noite toda jurando que jamais amaria novamente. Tudo bem que ele não precisava se oferecer para ser o vigia enquanto os dois se engoliam, mas aquilo não vinha ao caso.

Ele se curou, porque o coração adolescente ainda era imaturo e quando ele passou a compreender o mundo, seu coração já não se feria com a mesma facilidade. Porque Jimin entendeu que ninguém tem a obrigação de amar ninguém, e que o amor não é algo que se possa ganhar a força, é algo conquistado.

Tanto que ele sequer chorou quando Jiae o traiu com seu primo. Ele apenas gritou como um bom ator para manter a dignidade e em seguida disse que estava tudo acabado. Duas horas depois estava em um bar aos beijos com um estranho que ele nunca viu novamente, porque Park Jimin não era do tipo que se apegava.

Não com facilidade pelo menos, mas quando acontecia tendia a ser um desastre.

E ele estava prevendo uma catástrofe das grandes, porque ele obviamente conhecia os sinais que o maldito coração dava quando estava prestes a se jogar em um buraco.

— Quer que eu traga mais travesseiros? — a voz de Ji Eun o trouxe de volta a realidade. A realidade onde ele estava deitado na cama de Jungkook como um intruso.

— Não precisa, eu nem gosto de dormir com mais de um — disse ele.

Ji Eun afofou novamente os travesseiros que estavam em suas costas. 

— Se precisar de mais alguma coisa diga agora ou cale-se para sempre, depois que eu for para o meu quarto ninguém está autorizado a me acordar — ela disse.

— Estou ótimo, Ji Eun. Muito obrigada — ele disse. Ela se afastou e o olhou, o mesmo olhar desconfiado estava em seu rosto desde o jantar e Jimin não estava mais aguentando aquele julgamento silencioso — O que foi?

— Você não é hétero — ela se virou como se estivesse satisfeita em declarar seus pensamentos e andou até a porta — Boa noite, Jimin.

— Como você pode saber disso? — ele perguntou em voz alta e ela apenas deu de ombros e girou na porta com um sorrisinho muito malicioso no rosto. Em seguida saiu do quarto sem dizer uma palavra. Jimin bufou.

Ele olhou em volta. Obviamente o quarto de Jungkook era maior que o dele. Tinha uma cama maior de dossel e o que parecia ser a porta de um closet. Dois sofás frente a frente e uma mesa de centro com um enfeite brega e abstrato. O papel de parede era mais escuro do que o restante da casa, um azul profundo.