Capítulo Oito

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Porque não há nenhuma garantia

De que esta vida é fácil

Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços

E não há luz para quebrar a escuridão

É aí que eu olho para você

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Quando passou pela porta naquela manhã, a última coisa que Jimin queria era ter que sair novamente e enfrentar o sol quente pelo resto do dia na luta contra ervas daninhas e flores rebeldes.

Mas era exatamente o que ele faria. Porque afinal era seu trabalho. Sempre que lembrava disso tinha uma repentina vontade de chorar. Se lembrava de quando passava o dia todo entulhado de papéis, ou defendendo seu argumento em um tribunal.

Ele sonhava com aqueles seus dias enquanto aproveitava o silêncio da cozinha. Estava sentado em um dos bancos do balcão e sentia o cheiro forte do café entrando em suas narinas. Fechou os olhos.

Arquivos, assinaturas, intimações judiciais, acordos.

Oh, seus dias de glória.

— Bom dia? — porque aquilo soou como uma pergunta, Jimin jamais saberia dizer, mas quando abriu os olhos Jungkook o estava observando do outro lado do balcão com um meio sorriso. O moreno tinha olheiras profundas, o que levou Jimin a pensar se havia dormido direito ou tinha havido mais uma crise enquanto estava longe.

— Bom dia, como você está? — perguntou segurando a xícara fumegante entre as mãos com mais força e buscando analisar o rosto de Jungkook. 

— Aish, eu devo estar parecendo péssimo — disse ele puxando a jarra da cafeteira e enchendo uma xícara que estava na bandeja sobre o balcão — Comecei a ler um livro e agora não consigo parar.

Jimin secretamente suspirou de alívio por ser apenas um livro tirando o sono dele.

— Esse é o problema com os livros, viciam mais que cocaína — disse Jimin. Em seguida pressionou os lábios — Não que eu já tenha usado cocaína.

Jungkook riu e se sentou na cadeira do balcão diante dele.

— Eu não te julgaria, fazemos coisas loucas na faculdade — Jungkook disse com expressão de quem lembrava de muitas coisas constrangedoras. Jimin o encarou de forma acusadora.

— Isso me cheira a uma história muito interessante — disse Jimin levando a xícara a boca.

— Nada muito absurdo, apesar de ser jovem e cheio de vontades a maior loucura que eu fiz foi beijar um cara em cima de uma mesa de bilhar durante uma festa — disse Jungkook — O que só é surpreendente pelo fato de ele ser meu professor na época.

Jimin engasgou. Ele sentiu o café voltar em sua boca e por não encontrar saída, subir para o nariz. Ele tossiu e soltou a xícara levando a mão a boca para disfarçar a risada. Jungkook primeiro arregalou os olhos com preocupação e em seguida riu com ele.

Por aquilo Jimin não esperava. Em primeiro lugar tinha plena certeza que Jungkook era 100% hétero. E em segundo, ele não conseguia imaginar aquele Jungkook reservado e solitário tendo um porre e ficando louco a ponto de beijar um professor em uma festa.

—  Não me diga que fez isso por notas altas? — Jimin disse limpando o rosto com a manga da blusa. Jungkook negou com uma careta.

—  Na verdade ele era muito gato e eu era muito bom com as notas, obrigado — confessou o moreno. Jimin cruzou os braços sobre a bancada com um sorriso travesso nos lábios. Jungkook logo tratou de se justificar — Não é como se fosse um crime, eu já era maior de idade.

Quando A Primavera Chegar - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora