Capítulo Vinte e Sete

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Como uma única palavra

Pode fazer um coração se abrir

Eu posso ter apenas um fósforo

Mas posso fazer uma explosão

E todas aquelass coisas que eu não disse

Bolas demolidoras na minha mente

Vou gritar bem alto esta noite

Você pode ouvir minha voz? 

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A entrada do tribunal estava repleta não apenas de repórteres, mas também de curiosos e os seguranças que formavam uma barreira para que quem precisasse passar conseguisse fazer isso sem o assédio da multidão. Afinal, Jeon Jungkook dar as caras depois de dois anos de exílio em uma situação como aquela era quase um evento que se assemelha a cerimônia do Oscar.

Faltavam cerca de trinta minutos para o início do julgamento quando finalmente o carro preto estacionou na entrada. Os flashes das câmeras dispararam na direção dele de imediato e os murmúrios dos repórteres começaram antes que o homem e a mulher descessem. Ji Eun estremeceu ao ver todas aquelas câmeras e microfones apontados em sua direção. Ela deu a volta no carro e Yoongi entregou a chave ao manobrista antes de colocar o braço em volta do ombro dela e puxá-la para perto.

— Não precisa responder nada, apenas mantenha a cabeça abaixada e fique perto de mim. Não escute nada do que dizem — sussurrou ele. Ji Eun assentiu e começou a subir os degraus sentindo suas pernas bambas. Talvez tenha sido péssima idéia usar salto alto quando tinha que subir uma escada enorme como aquela diante de uma multidão.

Ela podia ouvir os gritos dos repórteres estendendo seus gravadores. Algumas frases pareciam bem claras como questionamentos sobre ela ser ou não amante de Jungkook. Outros perguntavam como ela se sentia sabendo que pode ter sido a causa do suícidio de Dahye. Algumas pessoas na multidão apenas gritavam palavrões e xingamentos obscenos. 

Ji Eun normalmente era uma pessoa que quando afrontada encarava tudo de frente e batia o pé. Mas era diferente ali. Ela se sentia exposta, se sentia pequena e impotente diante de todas aquelas pessoas que pareciam odiá-la sem nem conhecê-la.

Um homem conseguiu se escapar da multidão e Ji Eun se assustou quando estendeu o gravador bem diante do rosto dela com um olhar quase psicótico.

— Como se sente por se relacionar com um estuprador? — perguntou ele. Ji Eun estremeceu. Olhando nos olhos do homem ela pode ver a carga de ódio que ele destilação a ela. Ela sequer sabia seu nome e tinha certeza que se não fossem as matérias na internet, ele não saberia o dela. Uma pessoa que ela jamais viu na vida a odiava por conta de uma mentira?

Yoongi o empurrou, logo em seguida um segurança agarrou o homem e o levou de volta ao meio da multidão. Ele tentou puxar Ji Eun para continuar, mas ela não se moveu. Seus pés pareciam ficar cravados no degrau enquanto ela olhava para aquelas pessoas.

Ódio. Como podiam sentir ódio de alguém que não conheciam? Eles não sabia nada sobre sua história, nada sobre o que ela passou. Viram uma imagem de um ângulo errado e acharam nisso motivo suficiente para acreditar que ela era uma pessoa horrível?

Como podiam acreditar que ela teria qualquer tipo de relação com um abusador? Se ao menos soubessem o que ela havia passado nas mãos de um jamais diriam que ela teria coragem de algo do tipo.

Quando A Primavera Chegar - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora