Capítulo 25 - O discurso

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Finalmente nenhum de nós dois está usando uma máscara. A sensação é libertadora.

O império está ruindo lá fora, mas o príncipe e seu capitão, o Dragão e sua cortesã, estão se beijando como se nada mais existisse. Parece glorioso. Os dedos de Qingshan estão enroscados em meus cabelos, minhas mãos estão firmes em sua cintura puxando-a contra mim. Ela é tão maravilhosa...

— Vossa alteza — ela sussurra contra meus lábios, se afastando ligeiramente. — sua coroação o aguarda.

— Achei que fossemos fugir do palácio. — eu murmuro contra os lábios dela, voltando a aprofundar nosso beijo. Podemos falar sobre impérios depois, tenho certeza. Passei anos sem governar, para quê a pressa agora?

— Você e eu sabemos muito bem que o Dragão só está neste palácio para se tornar o imperador.

— O Dragão esqueceu sua máscara em cima da cama, no quarto do pavilhão do príncipe. Teremos que adiar a cerimônia.

— Jun! — ela protesta com um tom de voz mais bravo, mas não está realmente oferecendo resistência quando me inclino para beijar seu pescoço. — O Regente deu ordens para te matar!

— Qual a novidade disso? Ele sempre quis me matar. — desço para seu colo, meus lábios percorrendo o mesmo lugar em que repousa o provocante dragão bordado na roupa dela. — Nós podemos ficar aqui quanto tempo quisermos. O Regente vai dizer que o Dragão raptou Arjun com a ajuda do capitão Shang enquanto os soldados continuam me procurando até que eu seja morto e ele possa se auto proclamar imperador.

— Você não pode deixar que isso aconteça! — ela brada, me empurrando para a cama e ficando bem longe de mim, os braços cruzados na frente do corpo.

— É claro que eu posso. — respondo e fecho os olhos. — À noite eu pego minha máscara, entro nos aposentos do Regente e o mato. Fim da história.

— E o príncipe?

Cruzo os braços atrás da cabeça.

— Posso deixa-lo viver se você insistir muito.

— Pare de brincar, Arjun.

Arqueio as sobrancelhas para ela.

— Já ouviu a história das roupas do imperador? — ela me olha aborrecida com meu humor, então continuo a história porque não estou interessado em pensar nos outros problemas que me esperam lá fora. Pelo menos não por enquanto. — Era uma vez um imperador que pensava ter as mais belas roupas do reino, mas na verdade ele estava sendo enganado por dois trapaceiros. Certa vez ele saiu em um desfile e os dois trapaceiros o iludiram tanto, que o imperador estava nu e sequer percebeu. Sabe o que eu e esse imperador da história temos em comum? — ela faz uma careta e não responde, continuando de braços cruzados encostada na parede, séria como o capitão que a fiz ser. — Nós dois estamos usando muita roupa. — termino a sentença e sei que ela está procurando alguma coisa para jogar em minha direção.

Quando não encontra ela bufa e resmunga:

— Continue fazendo piada disso tudo enquanto Nianzu e seus homens são caçados também. Você sabe que o Regente já os descobriu, certo?

Nianzu.

As palavras dela enviam adrenalina por meu corpo, tornando-o gelado. Eu me levanto em um pulo.

— Ele está bem esperando meu sinal — digo, mas não sei se para mim ou para ela. — Eles estão escondidos.

— Eles já foram vistos — ela balança a cabeça, consternada — os soldados informaram o Regente pouco antes que eu te encontrasse. Os homens do general tem ordens para prender os suspeitos e te matar. Até sua bela noiva está armada e pronta para findar com a vida do príncipe.

Qingshan e o imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora