Joaninhas vibrantes.

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Ansiedade, este sentimento ultrapassa em mim, a ficha ainda não caiu de que eu me esqueci a minha bolsa com o gatinho dentro do carro do San, eu nunca esqueci nada na vida, eu acho.

Mas eu acho que ele ainda não percebeu esse incidente, do jeito que ele é, ele nem notou que minha bolsa está no banco do passageiro, tomara que perceba no mais tardar possível, para não prejudicar o gatinho que está lá, eu coloquei ração, mas eu acho que não durará muito tempo dentro nele, ele com certeza irá sair.

Vou para o meu quarto e tiro minhas vestimentas, vou para o armário, tiro uma calça moletom e um moletom preto. Desço as escadas, pego as chaves no pequeno criado mudo próximo a TV e saio de casa, hoje eu quero dar uma volta na vizinhança.

Caminho só para olhar as casas e o movimento da rua, várias crianças brincavam com seus brinquedos nas portas das casas, cachorros passeando com seus donos, velhinhos bebendo no final da rua, casais de adolescentes namorando nos bancos públicos próximo ao parque. A noite estava bem apresentável hoje.

Me sento em um dos banquinhos perto de uma pracinha, onde se encontrava o mesmo público de todas as idades, ainda era 21:45, para nós nessa redondeza parece que ainda é 19:00.

A brisa fria brincava com meus fios, os bagunçando, aproveito a bela brisa e fecho os olhos, me concentrando para receber tal vento em minha face e em meu corpo.

Até aí, tudo bem, o problema é que eu me assusto com alguém cutucando em meu ombro. Sinto algo quente em minhas costas, não consigo abrir os olhos de imediato, apenas abro lentamente.

- Está tudo bem? - uma voz suave ecoa em meus ouvidos me fazendo olhar para trás para identificar o dono da voz tão suave.

Vejo um homem alto, mais ou menos a minha altura só que um pouco mais alto que eu, ele tem olhos escuros, sua postura é perfeita, está usando óculos redondos de grau o que deixou ele uma gracinha, seus cabelos castanhos sendo literalmente bagunçando de um jeito educado pelo vento o deixa com ar de superioridade.

- Está. Obrigado. - dou um sorriso fechado.

- Te vi sozinho e pensei que estivesse perdido, ou talvez um pouco desanimado. - o rapaz com cacharrel de gola alta escura se senta ao meu lado, dividindo o banco comigo.

- Bom, estou um pouco desanimado pra falar a verdade. - abaixo a cabeça, olhando fixamente para o chão.

- Posso saber o por quê? Se não quiser contar, tudo bem, uhm. - sinto seu olhar parar em mim.

- Bom, é meio engraçado, eu queria levar um gatinho para casa, porém as circunstâncias não deixaram por enquanto. - digo.

- Poxa, espero que você consiga pegar o gatinho. - ele rodeia um de seus braços em meus ombros e acaricia meus ombros. Mal sabe.

Acabo sorrindo com o seu afeto repentino, ele mal me conhece e já vem com afeto, nem sei o nome dele na verdade, acho que eu devo perguntar logo.

Levanto a cabeça e olho. O mesmo estava me olhando com um sorriso radiante no rosto.

- Qual o seu nome? - indago.

- Sou Kim Jyun-myeon, ou Suho, muito prazer, e o seu?

- Sou Jung Wooyoung, ou só Wooyoung mesmo, o prazer é todo meu. - sorrio.

- O que faz nesses arredores, Kim? - indago.

- Vim tomar um pouco de ar, acabei de me mudar para uma casa aqui perto e está uma bagunça, é a primeira vez que estou morando sozinho. - respondeu olhando o horizonte.

- Sei como é. Desempacotar caixas, limpar a casa recém comprada, e se habitar é realmente uma bagunça.

Não sei como o tempo passou tão rápido, o movimento das pessoas começou a diminuir e as ruas estão quase desertas, é incrível como ele consegue puxar diferentes assuntos para começamos uma longa conversa sobre tal assunto, tanto é que já é 23:16 da noite.

- Acho melhor a gente ir para as nossas casas, Wooyoung. Nessas horas pode ser muito perigoso. - alertou.

- Sim, obrigado pela companhia, Suho. - me levanto do banco e sorrio para ele.

- Obrigado você, Woogie, posso te chamar assim? - indagou fazendo um pequeno bico nos lábios.

- Pode. Até breve, Suho. - aceno para ele e vou até a minha rua.

Não havia mais crianças brincando nas portas das casas, nem idosos estavam olhando o movimento da rua, só vejo alguns adolescentes namorando nos bancos e outros adolescentes saindo de suas casas de fininho para ir em uma festa.

Chego no meu quintal e pego a chave que está em meu bolso. Destranco a fechadura e abro a porta de casa.

- WOOYOUNG. - me assusto pelo grito e olho para trás.

- Suho? Não sabia que você morava logo em frente da minha casa. - cruzo os braços.

- Nem eu, né. Mas isso é bom? - indagou.

- Acho que sim, novo vizinho. - brinco.

- Posso pegar o seu número para eu termos mais contato, vizinho?

Atravesso a rua e fico a sua frente, é sou bem mais baixo do que imaginava ser. Ainda bem que eu tinha a caneta suja face com o primeiro cobaia, Choi San, pego a mão de Suho e anoto meu número em sua palma da mão.

- Até breve. - atravesso de novo a rua e entro em casa, fechando a porta.

Subo para o quarto e me deito na cama, em questão de segundos, escuto uma notificação ecoar em meus ouvidos, pego o celular do bolso da calça moletom e olho a tela de bloqueio.

" Olá, Woogie, sou eu o Suho ;) Tenha uma boa noite de descanso e sonhe com joaninhas vibrantes. "

Sinto minhas bochechas esquentarem e um pequeno sorriso aparecer em minha face, desbloqueio o celular e salvo o número de Suho. Bloqueio meu celular novamente e olho para o teto, eu queria colocar uma led no quarto de cor arroxeada. Parece muito adolescente padrão, mas eu gosto desse tipo de led desde minha adolescência antes dessa atualidade.

Quando eu era menor e dezembro chegava, eu pedia muito ao meu pai para colocar pisca pisca na varanda de casa, eu amava quando elas piscavam em sintonia e de várias cores vibrantes, aquilo me viciava.

Sou tirado dos meus pensamentos quando escuto outra notificação vir, olho para a tela de bloqueio e vejo que era uma mensagem de San.

" Seu safadinho, você queria pegar meu gato para levar até sua casa, né? Pois vai ficar sem o Stully e seus materiais, agora sou eu que vou ser pintor 😌 já já você vai ver meu primeiro quadro de sucesso. "

Pronto, agora ele vai dar um de pintor profissional e vai gastar todas as minhas tintas, veremos Choi, veremos.

Me viro de lado na cama e vejo que na janela dá a visão do quarto onde Suho está, ele estava sentado em sua cadeira giratória e me olha, ele dá um aceno amigável e faz gestos com as mãos para eu dormir.

- lorealfull.

金  ≀  théâtre et art  " woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora