Eu disse.

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Eu sinceramente não sei o que dizer sobre o que mais aconteceu naquela noite. Foi cansativa, cheia de provocações e um Yeosang super bravo por causa de Sandy. Essa menina vivia se atirando no coitado do Seonghwa, por conta disso, o mais novo ainda bravo não saía de perto do mais velho para nada. Eu estava torcendo para Mingi sair, nada contra ele, eu só queria que ele levasse essa garota até onde ela saiu e voltar, para a minha alegria, ela se foi, mas o Mingi foi com ela também e não voltou, para a minha tristeza, eu vi ela trocando os números com San, pareciam que se conheciam à anos.

Depois da saída indesejável de Sandy, eu fui para o quarto que estou hospedado, não estava totalmente cansado, mas eu não queria encarar mais nada à noite. Tomo um banho rápido e quente, não ligo o secador para não gastar energia e deixo meus cabelos enxugarem pelo vento forte do horizonte. Pego o meu tão amado caderninho e um pincel fino, observo uma pequena tábua de madeira próxima ao cômodo perto da cama. Me direciono até o cômodo já pegando a tábua e me sento na ponta da grande cama. Irei usar a tábua para misturar as tintas, despejo pouca quantidade de tintas na tábua e encaro o caderninho já aberto na página desejável.

Hoje eu não queria inspirações, hoje eu quero soltar meus sentimentos atuais nesta pequena filha, não importa quanto tempo irei levar para fazer, apenas irei deixar a borboleta sair do casulo.

Começo com uma tinta escura, me deixando levar pelo pincel, ele sabia o que estava fazendo, enquanto minha mão era guiada pelo pincel, eu penso se poderei ter minha criatividade e um ótimo ponto de vista daqui à alguns anos. Sempre me disseram que: quanto mais o tempo passa, mais a criatividade acaba, as pinceladas morreram, as tintas irão bagunçar a tela e ficarem incompreensíveis, eu tenho medo de que isso seja verdade, medo de ter que parar com a minha grande paixão de infância.

Eu era uma criança criativa, inventiva palavras que acabavam soltando risadas das pessoas, desenhava histórias que minha mãe contava do meu jeito, eu aprendia a desenhar e pintar conforme o tempo passava e amadurecia, eu gostava de expressar tudo com meu jeito. Eu tinha vários sonhos, ser pintor e médico, ajudar as pessoas era a minha especialidade. Quando eu ia para cara de minhas primas eu sempre pegava o kit médico de brinquedo para atender meus pacientes de pelúcia, eu amava aquele tempo. Hoje eu estava aqui, sendo o que eu sempre quis e não estava com vontade de abandonar e ir para a minha segunda paixão.

Sem perceber eu havia acabado de pintar, bastava apenas finalizar com a minha assinatura, encaro a folha impressionado pela pintura que acabei de fazer. Era San, mas não era ele, na verdade eu não sei oque eu fiz, estava bem misturados. San estava como sempre muito bonito, mas seus olhos estavam diferentes, não era os dele e sim do...Suho?

Seus olhos estavam iluminados como uma grande constelação, eu não sei o porquê de ter desenhado o San com os olhos de Suho, o que me surpreende são as cores da pintura, uma boa porcentagem eram de cores sem vida e tristes, já a baixa porcentagem eram de cores bem alegres e glamourosas, definitivamente eu demonstrei tudo omque eu guardava em mim. Assino a pequena folha e guardo as tintas e lavo os pincéis sujos e a tábua manchada de tintas, levo a tábua e os pincéis para a janela de vidro para secar naturalmente.

Sinto minha pele encostar no corrimão frio, o vento batendo em meus cabelos era algo surreal, era tanto frescor em um momento só. Olho para baixo e vejo Suho conversando com alguém, na verdade ele estava mais que flertando, seus olhos eram iguais a de uma águia, e sua presa era difícil de ver, estava escuro e não dá para ver perfeitamente, mas havia uma parte em vermelho cereja que ninguém usa pelo que eu saiba, só pode ser da Sandy. Será que ela vai ficar aqui?

Sem nem ligar para mais nada, deixo o caderninho aberto na cômoda e me deito na cama, me entregando ao sono convidativo.

[...]

Me remexo bastante na cama, não conseguia dormir por horas, pela primeira vez eu achei a cama desconfortável. Tateio meu celular no cômodo ao lado do caderninho e olho que horas são, são duas e trinta e cinco da manhã. Minha garganta está seca e veio a vontade de beber água.

Saio do quarto e me deparo com o corredor escuro, acendo a lanterna do celular para iluminar todo o trajeto até a famosa geladeira. Desço as escadas bem devagar para não fazer barulho, vou até a cozinha sentindo a grande emoção de ver a geladeira. Abro a mesma e demoro para avistar a jarra d'água, quando finalmente avisto, ela estava ao lado de uma garrafa de refrigerante, por que não?

Pego o refrigerante e despejo em um copo de vidro, coloco em uma ótima quantidade e bebo. Para quê água se tem um refrigerante disposto para te ajudar a cessar a sede?

— Se eu fosse você eu não beberia isso em plena madrugada — ouço um sussurra diante em meu ouvido me fazendo engasgar. Sinto algumas palmadas em minhas costas e bebo mais refrigerante para me recompor.

— Sannie, você me assustou — digo olhando para o mais velho levemente irritado.

— Desculpa, pequeno — ele me abraça por trás e deixa um selar no topo da minha cabeça.

— Hum. O que faz acordado? Achei que você tinha dormido

— Eu estava aqui a muito tempo, você que veio aqui de repente — ele faz um pequeno cafuné em meus cabelos. — O que achou da Sandy? — indagou.

— Ah...achei ela normal — respondo já um pouco desconfortável, aquela garota me causava um mal pressentimento.

— Sério? Eu achei ela super legal. Vocês deviam se conhecer melhor, se quiser eu passo o número dela para você

— Não será necessário. Obrigado. — me solto dos braços do mais velho e vou para pia lavar o copo.

— O que houve, Woo? Ficou tão estranho de repente

— Nada, San. Só acho que aquela garota não é uma boa influência — respondo com sinceridade.

— Mas ela tinha acabado de chegar, dê uma oportunidade a ela — o mesmo me vira de frente para o mais velho e acaricia meu rosto.

— Hm — resmungo e viro o rosto.

— Meu pequeno ciumento. — ele beija minhas duas bochechas.

— E quem disse que eu estou com ciúmes? — indago incrédulo.

— Eu disse. — ele segura minha cintura e sela nossos lábios em um beijo calmo.

Quando seus lábios se encaixaram com os meus, eu simples senti uma onda de tranquilidade, ele me causava serenidade, eu me sentia em um passarinho sendo cuidado pela mãe com muito amor. Sinto ele me guiar até o sofá, ele me deita com delicadeza. Nosso beijo é profundo, nossos lábios eram perfeitamente encaixados, nossas línguas dançavam como valsa, nossos estalos realizados eram melodiosos. Já faltando oxigênio para continuar o beijo, ele começa a beijar meu pescoço com um pouco de brutalidade.

Ele acariciava minha cintura e minha coxa, ele apertava e acariciava novamente. Eu só conseguia fechar os olhos para aproveitar a sensação. Sinto meus lábios serem selados com os dele novamente.

Sem querer começo a rir bastante, eu sentia um formigamento em minha barriga, San estava fazendo cócegas em mim enquanto retribuía as risadas, não sabia se era pelas cócegas ou porque achava engraçado a minha risada. Quando as cócegas cessavam lentamente, o riso também cessava e minha respiração ofegante entrava em cena.

— Woo

— Sim? — olho para o mais velho que estava em cima de mim.

— Pode ser muito cedo mas...eu acho que te amo.

lorealfull.

金  ≀  théâtre et art  " woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora