Tô chorando não.

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Não tinha nada para falar, na verdade eu tinha, mas eu não sabia o que dizer. Meus olhos estavam arregalados e me minha boca tremia, implorando para que eu falasse algo; eu estava nervoso, surpreso, triste e com medo. Não sabia para onde olhar, já que em todos os cantos havia um par de olhos que prestam atenção em minha face assustada.

Olho para minha frente e vejo Yeosang surpreso, os olhos levemente arregalados e sobrancelhas arqueadas, mas algo estava estranho.

Algo estranho parecido.

Vejo seu sorriso fechado aparecer, aquele sorriso cínico que sempre aparece quando estou em situações críticas que não dá para sobressair tão fácil. Fecho a cara na horas quando cínico pousa seu olhar em mim e viro minha cara para Suho que ansiava por resposta.

— Meu deus ele não sabe — diz Yeosang risonho.

— Não sabe de que? — indagou Seonghwa.

Olho para trás e vejo a carranca de San, o coitado tava até vermelho, sua perna se mexia em nervoso, seu maxilar estava mais travado que antes e ele mordia o interior de sua bochecha.

— Suho, podemos conversar? — finalmente digo algo, arrancando mais atenção das pessoas a mesa.

Vejo sua face animada desmanchar pouco a pouco, esse era meu medo. Medo de perder um grande conhecido quase amigo. Me levanto da mesa e sinto a mão de San sair do contato, apenas não digo nada em relação a isso. Sigo até a porta de dentro da casa sendo acompanhada por Suho e vários olhos curiosos.

Eu estou com medo, medo de magoá-lo demais, medo de ser indelicado, medo dele se afastar, ou até mesmo esmurrar meu novo namorado lá na mesa por conta da raiva.

Sigo até a entrada da casa, onde tinha as florzinhas que acabaram de nascer depois daquela chuva forte, Suho fecha a porta e ficando de frente a mim, estávamos apenas nós e a luz amarela.

— O que houve? — Suho dá a iniciativa.

Não digo nada, apenas olho para frente, não irei dizer nada agora.

— Não vai dizer? Você mesmo me chamou para conversar e não fala nada? — sua expressão começou a fechar.

— Deixa o Mingi sair que eu falo — respondo alto o suficiente para o ruivinho escondido nos arbustos sair do local e voltar para o jardim.

O ruivinho sai dos arbustos e passa por nós com seu sorriso radiante de criança, com certeza ele deu a volta para escutar a conversa e saber o que era aquele "ele não sabe" vindo de Yeosang. Ou até mesmo o último citado pode ter mandado o coitado ouvir a conversa para trazer notícias, ou melhor, fofoca.

Penso em como San está agora, acho que noventa e nove porcento é de raiva e um porcento de tristeza. Queria confortá-lo agora, queria pegar em sua mão e fazer carinho, queria sua companhia agora.

— Agora que Mingi saiu, pode dizer o que houve? — Suho pergunta com uma voz um pouco falha.

Dava para ver que ele estava bem mal com isso, era o que eu temia. Não machucar demais, mas já estava fazendo.

— Suho, eu não sei como começar. Tenho medo de te machucar demais, eu gosto muito de sua companhia, você é uma ótima pessoa. Você é protetor, bom de conversa, bonito, compreensivo, atencioso e super apreciável. Mas eu não posso aceitar seu pedido. — vejo seus olhos começarem a marejar. Seguro suas mãos e continuo.

— Me sinto super lisonjeado por você depositar sua admiração em mim, sua atenção, sua confiança. Mas eu não posso aceitar, eu ja tenho um namorado, e é o San. Por favor, não quero romper nossa amizade, eu gosto muito de você mas como amigo. — aperto suas mãos com delicadeza para transportar sinceridade.

金  ≀  théâtre et art  " woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora