A chuva engrossava, o vento aumentava, as folhas das árvores se balançavam mais que o normal, as ondas aumentavam o ritmo, a areia estava ainda mais pegajosa; e estávamos alí, dançando animadamente. San estava animado, eu estava alerta, mas estávamos felizes por estarmos juntos mesmo nessa chuva.
As nuvens estavam bem mais escuras que antes e dá para ver alguns clarões, tenho que levar esse teimoso para casa antes que um raio caia sobre nós.
— San, acho melhor a gente voltar — me separo do abraço apertado do mais velho e aponto para as nuvens.
— Mas está tão bom aqui, Woo — o mesmo faz birra se sentando na areia cruzando os braços.
— Vamos logo, ou vou ter que te arrastar — digo pegando meus sapatos — agora bem molhados —, me direcionando para a calçada de pedras.
Nem olho para trás, com certeza ele arranjou o senso de que pode se machucar nessa chuva e está indo atrás de mim para retornarmos até o sítio. A areia está bem pegajosa, nem parece aquela areia fofinha e branca antes de chover, já estava escuro a estrada pra cidadezinha, vou ter que ir agarrado em San pra chegar no sítio.
Chego na calçada de pedras e solto um grande suspiro, não aguentava mais aquela areia, olho para trás na esperança de que San estava vindo logo atrás, mas não, ele ainda está sentado naquela chuva.
— San!!! — grito chamando o mesmo.
O mais velho gesticula com as mãos em sinal negativo, me deixando a raiva subir e correr até o mais velho. Ele estava convencido de que não iria sair da praia. Puxo seus braços fortes com intenção de arrastar o mais velho até a calçada, mas acabo arrancando risadas do mesmo; eu estava o puxando com todas as minhas forças, mas ele não saia do lugar de jeito nenhum.
— San... por favor...vamos logo — digo pausadamente, eu estava cansado demais de tanto correr e puxar.
— Se eu for embora com você, você vai me dar sorvete? — perguntou com um pequeno sorriso.
— Mas onde tem sorvete a essa hora, San? E está chovendo muito — suspiro alto.
— Então eu não vou.
Olho para o mais velho olhando as ondas cada vez mais brutas em nossa frente, as águas estavam quase invadindo onde nós estamos. Penso em todas as formas de tirá-lo dali; dando pirulitos, fazer algumas pinturas do mesmo, mas acho que não irá funcionar, só se...
— San quem chegar por último no sítio é a mulher do padre!! — grito e saio correndo.
Eu sabia que San iria correr para não ser a mulher do padre porque ele leva essas coisas a sério, então com certeza ele está correndo atrás de mim agora. Ele literalmente é uma criança.
Ouço seus passos rápidos atrás de mim, e alguns resmungos como: "isso não vale!", "você que vai ser a mulher do padre!", "ai! Minha bermuda está cheia de areia!". A chuva cada vez mais aumentava, impedindo minha visão da calçada e da cidadezinha.
— Woo! Eu não consigo ver nada! — San reclama alto.
— Eu também, me dê sua mão — estendo minha mão para o nada na esperança dele pegá-la.
Sinto sua mão tatear a minha até o braço e voltar para minha mão novamente, segurando firme.
— Vamos andando, se corrermos vai ser pior e podemos cair em algo — alerto.
Não sabíamos onde estávamos no momento, mas sabíamos que estávamos na cidadezinha e não tem como errar no percurso até o sítio. Nossas mãos estavam estrelaçadas, o mais velho segurava forte para não se perder e vivia grudado a mim, eu sentia o seu braço livre em meus ombros.
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金 ≀ théâtre et art " woosan
FanfictionᏪ 𖥻ꨶ Wooyoung encontra uma grande inspiração que talvez seja melhor do que flores e belas paisagens. Ꮺ 𖥻ꨶ ⚠ Esta estória é de minha autoria. Portanto, não cometa plágio. ⚠ #10 | San (03/11/2021) #17 | Yunho (05/12/2021) #01 | Woo (17/12/2021) #04...