É esplêndido.

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Estamos acordados, acordados às quatro e meia da manhã esperando o sol nascer no horizonte na grande janela do quarto. Eu simplesmente estou quase capotando de sono, não sou muito fã de virar a noite, mas San sempre me cutuca para continuar acordado.

Estávamos fazendo várias coisas, como cantar baixo para não acordar ninguém, roubar alguns doces da geladeira — essa parte eu fiz sozinho pois San não estava em condições de ficar em pé —, atuamos algumas cenas de Romeu e Julieta, aprendi a chorar sem motivo algum para atuações, ensinei ele a desenhar e pintar em uma mini tela, deixei San fazer mil penteados em meus longos cabelos e trocamos muitos beijos e abraços.

San estava fazendo carinho em meus cabelos, era impossível não dormir com esses dedos acariciando meu coro cabeludo. O sol está começando a aparecer, estávamos sentados na cama de frente a janela.

— Sabe, Woo. Esse é o melhor dia da minha vida. — diz San.

Sorrio e abaixo a cabeça envergonhado.

— Mesmo estando todo vermelho que nem um camarão e sem se locomover bem? — pergunto já levantando a cabeça. Ele estava me olhando com os olhos cerrados e um sorriso debochado.

— Mesmo estando vermelho que nem um camarão e sem se locomover bem, foi o melhor dia da minha vida, pois eu acabei ganhando sua atenção para cuidar de mim. — ele encosta sua testa minha e rodeia seus braços em minha cintura.

Ele me fazia tão bem em poucos segundos, ele sempre me fazia sorrir, me fazia sentir algo em meu estômago que eu não conhecia bem, sempre fazia meu coração errar duas batidas quando ele sorri e suas covinhas aparecem, minhas bochechas sempre ficam quentes e meus ombros se encolhem quando ele se aproxima de mim mais do que o esperado ou quando me elogia. Não sei bem como isso é.

Na minha opinião isso só acontecia em filmes, séries, novelas e histórias, tanto de contos de fadas como de histórias clichês. Sempre quando via um casal feliz eu me perguntava como eles se aproximavam e sabiam de todos esses sentimentos que eles nutriam, e principalmente queria saber quais destes sentimentos dava para saber que era amor.

Sentimos um dos raios da grande estrela nos atingir em cheio, o sol já estava começando a nascer, o céu estava em tons alaranjados com um toque de roxo e rosa. Estava maravilhoso.

— Você já viu o nascer do sol pessoalmente? — San pergunta.

— Não, só via em fotos, vídeos e em quadros, mas nunca pessoalmente. — respondo sem tirar os olhos do horizonte.

— O que achou?

— Maravilhoso, muito maravilhoso. É esplêndido.

As aves estavam preenchendo tamanha beleza do horizonte, elas cantavam, rodopiavam, voavam sem ao menos sentir um pingo de cansaço. As folhas das palmeiras balançavam sem parar pelo vento, as nuvens estavam fofinhas, eram inofensivas.

Meus olhos já estavam pesados, não queria dormir mas era impossível evitar, San ainda estava olhando a janela vendo o grande sol aparecer no horizonte.

— Sannie. É melhor a gente ir dormir. — digo.

— Acho que sim, você está quase dormindo. Vem, eu te ajudo. — ele me ajuda a deitar em um lado da cama e me cobre com um edredom fofinho.

Ele se cobre com o edredom e pousa um de seus braços em minha cintura, me puxando para ficar ainda mais próximo do maior.

— Boa noite dia, Sannie.

Ele gargalha baixo e beija minha testa.

— Boa noite dia, Woo.

Eu estava em paz, não me preocupava com nada ao meu redor, apenas me aconchego e aproveito o calor de seus braços para ter um ótimo descanso. Me sinto como se estivesse dentro de um ninho.

金  ≀  théâtre et art  " woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora