Você é uma caixinha de humores.

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Estou achando que andar até a casa de Yeosang foi uma má idéia, eu estou simplesmente congelando nessas ruas, é isso que dá inventar lorotas, Wooyoung.

Dobro a esquina e finalmente chego na casa daquele caloteiro, nunca irei esquecer a sua palhaçada por hoje cedo. Bato na porta 3 vezes seguidas e ouço a maçaneta ser usada para abrir a porta. Vejo um Yeosang colocando só a cabeça para fora da porta por pura segurança, ele me olha de cima abaixo.

- O que faz aqui, Woo? - ele dá um sorriso amarelo assim que termina a frase.

- Vim comer na sua casa como forma de pagamento pela 'marmota que você fez hoje cedo. - dou um sorriso fechado para o caloteiro.

- Só não entendi o porquê você bateu na porta daqui de casa sendo que você tem a chave e pode entrar na hora que você quiser. - ele arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Eu fiz questão de perder aquelas míseras chaves.

- Essa já é a quinta vez que você perde essa chave em um mês. Vamos, entre logo. - ele dá espaço para eu entrar.

- Já que insiste. - entro em sua residência e me deito no sofá da sala.

Yeosang me olha e joga minhas pernas no chão para ele se sentar.

- Ei!! - resmungo pelo tal ato e coloco minhas pernas em seu colo.

- Eai, tem comida? - pergunto me despertando no sofá.

- Não tem nada na geladeira.

- Sério? - minha barriga ronca pedindo por alimento.

- Temos que ir no mercado comprar os ingredientes.- ele pega o casaco que estava na mesinha perto do televisor.

Yeosang sempre foi muito bagunceiro, sempre quem arruma essa casa sou eu mas durante esses dias eu queria tirar uma folga, agora a casa está muito bagunçada.

— Temos uma vírgula, eu não irei sair nesse frio de novo, eu irei ficar aqui. — cruzo os braços.

— Você irá comigo e acabou. — ele me puxa para fora da casa e tranca a mesma.

Sou recebido pelo vento frio da rua, as árvores presentes no local pediam um casaco para aquecer suas folhas, pessoas passavam todas enroladas com alguma vestimenta quentinha. Eu estou parecendo um calorento no meio de tanta gente com um sobretudo bem grande e fofinho enquanto à mim só visto um casaco qualquer que nem esquentar ele esquenta, só dá charme.

— Vamos. — Yeosang me puxa para a direção do mercado com rapidez, ele está quase me arrastando no meio da calçada, por vontade própria para não passar vergonha, ajeito minha postura e o acompanho melhor sem ser arrastado.

Chegamos no mercado, Yeosang pega um carrinho para colocar os alimentos na mesma, entramos no estabelecimento e seguimos para o corredor das besteiras, onde haviam batatinhas, chocolates, biscoitos, salgadinhos, mini sanduíches e etc. Você acha mesmo que nós iríamos comer alguma coisa saudável no jantar?

Colocamos várias batatinhas e doces no carrinho e fomos no corredor dos refrigerantes, cervejas e vinhos, eu não sei o porquê os funcionários colocam todas essas bebidas juntas no mesmo corredor.

Colocamos refrigerantes de várias marcas diferentes, eu tentei colocar algumas cervejas mas Yeosang não deixou, ele pegou trauma de cerveja após a festa de Yunho.

— Vamos dar uma passeada na parte das carnes, talvez a gente pode fazer um churrasco no domingo e distribuirmos para os vizinhos. — Yeosang dá a ideia e eu só concordo, não quero que ele fique doido por um momento e me obrigue a pagar essas besteiras que estamos levando.

Olhamos os preços da carne de cada marca existente nos congeladores, essas carnes são muito caras não vai dar certo.

— Não, Woo. Vamos logo para o caixa que eu já me arrependi de ver essas carnes, esse preço está me deixando vesgo. — ele empurra o carrinho com dificuldade — já que a mesma está cheia de tanta coisa que colocamos sem olhar o preço ideal — e sai na frente.

Passamos por alguns corredores, as de bichos, ovos, frutas, móveis e quando chegamos na de limpeza para chegar no caixa, Yeosang para e fica estático, fazendo eu esbarrar nele sem querer, para sua reação ele continuava estático.

— O que foi, hyung? — indago. Como presente, ganho um pelo vácuo por parte de Yeosang.

Já sem paciência, olho para frente do mesmo e vejo o motivo. Era Seonghwa indeciso com um dos amaciantes, se ele levava o verde ou o rosa. Ao seu lado estava San, ele estava entediado e sempre revirava os olhos quando Seonghwa falava sobre a função dos dois amaciantes.

Seonghwa olha para o terceiro amaciante à sua esquerda mas seus olhos se direcionam à Yeosang. O mesmo desesperado empurra o carrinho cheinho de besteiras para não causar uma má impressão, infelizmente o carrinho acabou atingindo uma senhorinha que estava com seu carrinho de compras cheio de verduras e legumes, o carrinho de Yeosang acabou a derrubando na cesta de maçãs verdes e vermelhas próxima ao corredor das frutas.

Engraçado que essa senhorinha é a mesma que Yeosang quase atropela no dia do teatro. Coitada da senhorinha, caiu nas mãos do Yeosang.

— Oh, Yeosang. Que surpresa boa estar aqui.

— Olá, Seonghwa. Digo o mesmo. — ele fala um pouco tímido pela proximidade do mesmo.

Eu continuava olhando para a coitada da senhorinha tentando se levantar da cesta de maçãs quando sinto uma cutucada em meu ombro fazendo eu dar um pulinho pelo susto.

— Olá, Woo. — ouço uma voz conhecida e me viro para cumprimentar o dono da voz.

— Olá, Sannie. — cumprimento o maior dando uma mera bagunçada em seus cabelos escuros como forma de afeto. Seu cabelo é muito macio.

— Você e o Yeosang acabaram de chegar? Não estou vendo o carrinho. — indagou.

— Sim. A gente acabou de chegar. — minto.

— Sei lá. Você está um pouco nervoso, suas bochechas estão em formato de maçãs fofas, parece até que está mentindo. — ele arqueia uma de suas sobrancelhas e dá um sorriso fechado mostrando suas fascinantes covinhas.

— Eu... Eu não estou mentindo, San. Não mesmo. — fico ainda mais nervoso, coloco minhas mãos para trás das minhas costas e fico olhando para outro ponto fixo sem ser os olhos profundos do maior à minha frente. Sou péssimo em mentir.

San começa a rir baixinho e acaricia o topo da minha cabeça. Se Yeosang estivesse aqui eu não estaria nessa furada. Ai esse Yeosang vai me matar de tanta besteira, ele solta a bomba, sai correndo e a bomba acaba caindo em minhas mãos.

— Você é uma caixinha de humores. — diz o maior que estava à minha frente.

— Por que? — indago surpreso.

— À 29 segundos, você estava nervoso por mentir e agora está com uma carinha brava. Isso é uma de suas qualidades rápidas que eu admiro em você.

Socorro. Help. Aider. Hulp. Hilfe. Ayuda. Aiuto.

金  ≀  théâtre et art  " woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora