pinceladas são preenchidas sobre a tela, mais idéias vêm em minha mente, aquele olhar que ele lança encima de mim e para a minha tela é tão brilhante, parece um solzinho. Stully está bem quietinho, ele nem se mexeu depois que San o pegou no colo.
Várias idéias aparecem em minha mente neste momento, será que eu coloco algumas borboletas no fundo? Será que eu coloco uma borboletinha no narizinho do gatinho? Esta cena é tão linda à minha frente que dá vontade de abraçar os dois.
Coloco uma pequena porcentagem de tinta branca nos cabelos de San, seus cabelos são tão sedosos e tem cheiro de côco. Vejo que o gatinho olha para a janela que está atrás de mim e dá curtas miadas, olho para trás e vejo um passarinho olhando para gente.
— Que passarinho diferente, né, Woo? — San indaga.
— Sim, sua coloração é bem prateada. — respondi ainda olhando para a bela ave.
O passarinho voa para os ares deixando nós três que nem bobos olhando sua partida. Olho para frente para continuar a pintar.
San ainda continua olhando a janela junto com Stully, devem estar criando teorias da descendência da ave para ter esse tipo de coloração.
13:16, hora de acabar as últimas pinceladas bem detalhadas no gatinho e sua borboletinha localizada no nariz.
— Woo, agora podemos ver? — perguntou pela vigésima terceira vez nesse dia.
— Calma, já estou acabando, Sannie. — tranquilizo.
— Woo, eu quero ver logo.
— Calma.
— Pode?
— Ainda não.
— E agora?
— Não.
— Pode agora?
— Hyung...agora não. — o olho já sem paciência.
Ele encolhe os ombros e olha para baixo. Melhor assim. Término as pinceladas, agora só falta pegar a canetinha para passar minha grande assinatura.
— E agora pode? — escuto a pergunta mais ouvida só hoje.
Já com a paciência esvaziada me levanto devagar do puff e me aproximo de San que ainda estava sentado, só que agora está sem o gatinho em seu colo.
Ele me olha risonho, ele sabe que eu me mordo de raiva quando insistem em algo.
Avanço para cima dele e ataco para a minha maravilhosa arma, as cócegas. Avanço para a região da barriga e como esperado, altas risadas são preenchidas na sala.
— Para... Wooyoung...chega...aí minha barriga!! — diz San em meio aos risos.
Acabo rindo junto pois sua risada é contagiante, seus olhos estão lacrimejantes de tantas risadas soltas, suas covinhas estão mais radiantes que nunca e o jeito que ele arqueia as costas de tanto rir é como se ele levasse um choque. Amo esses pequenos detalhes que o completa.
Paro a distribuição de cócegas em sua barriga percebendo que ele já estava sem ar e me deito ao seu lado no sofá bem espaçoso.
— Nunca mais te apresso para terminar seus quadros. — disse.
— Acho bom mesmo.
Rimos um pouco ainda em sequelas da cena anterior. Levanto do sofá indo para o puff convidativo da cor bege. Pego a tão sonhada caneta e coloco minha assinatura na tinta, muitos não entendem as assinaturas que eu faço, bom que essa é a minha marca registrada.
Estranho, a caneta não sai para fazer a assinatura, essa caneta além de cara, dura sete meses de duração, tenho a certeza porquê eu comprei na feira do outro lado da cidade.
Balanço e balanço novamente, passo diversas vezes em minha pele para ver se dá para sair um pouco de tinta, sem sucesso.
— Tudo bem, Woo? — San pergunta.
— Não, a tinta da minha caneta não quer sair. Que ódio. — respondo um pouco irritado.
— Vem cá, deixa eu ver esse probleminha.
Vou até ele e dou a caneta. Ele olha com cuidado e balança um pouco a caneta, risca um pouco em sua pele mas não sai nada. Ele pega a parte de cima da caneta e tira o bloquinho que dá a visão do tubinho de tinta.
— Olha, aqui fica a tinta, só basta apertar um pouco. — diz San se aproximando um pouco demais, atrapalho meu espaço social.
— É... Obrigado, San. — pego a caneta e tento me afastar, o mesmo segura o meu braço levemente me fazendo me aproximar do maior.
— Woo, eu amo seus olhos dilatados. — elogiou olhando para todos os detalhes do meu rosto, incrível que a pessoa olha no dia que eu não fiz minha hidratação.
— Obrigado, eu acho. — sorrio fechado já sentindo minhas bochechas esquentarem.
San pega em meu queixo e se aproxima fechando os olhos lentamente.
Socorro.
O coitado até tenta quebrar a distância de nossas faces, mas a tinta não deixou. De tanto eu balançar e sem querer apertar pelo valor do momento, a tinta sai espirrando com tudo na face do maior, fazendo o mesmo se afastar rapidamente sentindo o geladinho da tinta.
— Ah, olha, funcionou. — digo nervoso e volto rapidamente para o puff.
— Que saco. — resmungou subindo para o andar de cima.
Respiro fundo sentindo várias coisas em minha barriga e garganta, espero que aquilo fique por aqui mesmo. Faço minha famosa assinatura um pouco trêmulo e tampo a caneta.
Isso iria acontecer mesmo, eu não sabia o que iria fazer naquele momento...sei lá, acho que eu iria retribuir. Entendo que nos conhecemos a pouco tempo mas é tanta coisa que temos em comum, tanta coisa que nos conecta, tanta coisa que sentimos.
Vejo San descendo as escadas enxugando o rosto com uma toalha pequena com cuidado.
— Desculpa, San.
— Incidentes acontecem, Woo. — sorriu fechado se sentando novamente no sofá.
— Bom, eu já acabei, traz o Stully para ele ver o quadro também.
O mesmo se levanta apressadone bem animado indo buscar o seu bichinho, vejo que o gatinho estava sentado ao meu lado o tempo todo sem a gente perceber. O mesmo acaricia minhas pernas cobertas pela calça jeans e pula em meu colo, logo vendo a grande tela a nossa frente.
— Woo, eu não achei o- Stully? Já está aí? — San dá uma freada olhando o gato de braços cruzados fazendo seu semblante ficar "bravo" o repreendendo, o que acaba tirando poucas risadas de minha parte.
San se aproxima de nós, ficando atrás, olhando a tela.
— Aí, que lindinho, Woo. — San pega a tela é abraça a mesma, ainda bem que a tinta secou a tempo.
— Obrigado, Woo. Você é o melhor pintor do mundo. — agradece sorrindo abertamente.
Sinceramente, eu amo demais esse sorriso.
Sorrio junto e abraço o gatinho negro de olhos brilhantes.
Não posso dizer como esse dia foi longo, mas posso resumir. Vimos vários filmes e séries, demos banho no Stully forçadamente, pois o mesmo ideia de paixão a água, brincamos na piscina junto com um cachorro que entrou na casa (?). Diz o San que esse cachorro é de seu primo que está viajando e deixou seu doguinho aqui.
Cozinhamos várias sobremesas e panquecas sem sucesso da minha parte, fiz vários penteados nos cabelos negros e brilhosos de San, e na maioria do tempo, eu percebi que o maior era um verdadeiro grudento, não parava de me abraçar por trás ou de frente, não reclamei, apenas retribui seu calor.
Posso dizer que o dia foi incrível com alguém que realmente tentou me lascar um beijo hoje.
— lorealfull
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金 ≀ théâtre et art " woosan
FanficᏪ 𖥻ꨶ Wooyoung encontra uma grande inspiração que talvez seja melhor do que flores e belas paisagens. Ꮺ 𖥻ꨶ ⚠ Esta estória é de minha autoria. Portanto, não cometa plágio. ⚠ #10 | San (03/11/2021) #17 | Yunho (05/12/2021) #01 | Woo (17/12/2021) #04...