9. Skate, Tatoo e Amizade

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     Alguns dias depois, quando meus pais não estavam em casa, convenci Laila a pintar meu cabelo, foi bem difícil mas eu consegui. Prometi que diria que eu pintei sozinha, jamais colocaria o emprego e a reputação de Laila em risco. Enquanto a tinta estava no cabelo, eu peguei um livro para ler, a estante do meu quarto estava repleta de livros novos que eu teria de colocar uma meta para ler, porque as séries e filmes estavam consumindo muito o meu tempo. Laila apareceu meia hora depois para me ajudar a lavar o cabelo, depois eu o sequei e ela insistiu em me ajudar a escová-lo.

— Você está ainda mais linda, menina. — ela disse ao terminar e me virar para o espelho na minha frente. Parecia que tinha ficado mais volumoso e mais brilhoso, eu me levantei e fiquei admirando enquanto mexia nele. Me senti outra pessoa, mais bonita e com mais vida. A cor realçou meus olhos verdes claros.

— Muito obrigada, Lala. — me virei e abracei ela bem forte.

— Não foi nada, agora seja confiante quando eles chegarem. E agora eu preciso ir. — ela apertou minhas mãos e saiu do quarto.

Decidi passar uma maquiagem leve e tirar algumas fotos, mandei algumas para Rachel e Yanna, elas mandaram várias carinhas com olhos de coração. Mandei mensagem para minha mãe e ela disse que tinha acabado de entrar em casa, eu agradeci mentalmente por ela ser a primeira a chegar e desci para encontrá-la.

— Surpresa! – eu lhe disse e abri um pouco os braços dando uma volta.

— Oh, meu amor, você está linda. — Ela veio caminhando com sua saia lápis que ia até o joelho e era grudada ao corpo, eu achava minha mãe muito sensual. Sua blusa era azul e ela estava com um blazer branco. Seu cabelo crespo estava amarrado em um coque baixo e ela usava brincos grande de pérola branca.

— Você gostou mesmo?

— É claro, ficou um contraste lindo. — ela me rodeou examinando meu cabelo e passando as mãos nos fios. — Mas você sabe que seu pai não vai reagir bem, não é? E onde você foi para pintar?

— Eu pintei sozinha, aqui mesmo. E espero muito que a senhora me ajude quando ele chegar. — Ela respirou fundo.

— Você conhece o seu pai mais do que ninguém, mas conhece a mim também e sabe que nada vai lhe acontecer.

— Obrigada, mãe. — eu a abracei forte, sentia falta do seu cheiro e aconchego, minha mãe trabalhava muito em ONGs e as vezes precisava ficar ao lado de papai na empresa também.

— Eu vou me trocar, seu pai deve chegar daqui a pouco para o jantar.

— Eu vou com você.  — ela riu enquanto eu a seguia até a suíte principal.

— A Senhora Dickinson está bem? — Minha mãe perguntou enquanto tirava sapato e depois os brincos.

—Está. Eu acho que ela possa estar cansada já.

— Você acha que é melhor parar com as aulas?

— Não! — parar com as aulas significaria deixar de ver Augusto também. Me senti egoísta por pensar assim, mas eu tenho certeza de que se a gente tocasse no assunto a Sra. Dickinson diria que não é um inválida.

— Tudo bem. Eu estava pensando em convidá-la para jantar qualquer dia, ela se dedica muito a você e gostaria de retribuir melhor. — meus pais pagavam ela muito bem, mas ela também era uma grande amiga da família, então eu entendi o que ela quis dizer.

— Seria bom... — mas não seria legal se ela trouxesse o garoto problema, ele ia estragar o jantar e com certeza meu pai diria para ficar longe dele.

E eu devia mesmo ficar, mas me sentia atraída por ele de uma forma que eu não sabia explicar. Minha mãe piscou para mim e foi para o banheiro, depois de pronta nós descemos e papai não demorou a chegar. Ele nos olhou sentadas no sofá, assistindo TV, então ele me olhou e ergueu as sobrancelhas, a raiva mudando seu rosto e eu comecei a achar se foi mesmo uma boa ideia pintar o cabelo escondido.

Seu Sorriso é Meu Ponto Fraco (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora