16. Mal entendido

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         Eu estava com raiva do meu pai, não queria olhar pra ele e nem para minha mãe. No fundo sabia que ela sempre fazia o que ele mandava, mas ela poderia ter dado um jeito de impedí-lo. Passei aquele dia o domingo evitando falar com ele, fiquei no meu quarto lendo e troquei algumas mensagem com Augusto.

Ainda não tinha achado um apelido carinhoso pra ele, pensei em chamá-lo de "bebê" mas concluí que era exagero. Pensei brevemente sobre o dia da festa, sobre passar a noite com ele e na nossa intimidade, mas sei que não passávamos de peguetes um do outro, nosso relacionamento ainda não tinha sido definido e por incrível que pareça, isso não me incomodava. Eu tinha ele, podia abraçá-lo e beijá-lo, podia passar a mão em seu cabelo. Mas meu pensamento todo estava mais focado em Brandon, busquei resquícios da nossa infância no fundo da memória e não achei mais nada, era como se eu tivesse recebido uma lavagem cerebral dos momentos que passei com ele.

Fiquei feliz por ele ter finalmente me contado, também fiquei feliz por ele ter se tornado um bom menino, já teve uma reputação ruim, mas Rachel o sossegou. Eu pensei comigo sozinha que talvez pudéssemos voltar a ser melhores amigos, Brandon era um garoto fantástico, quando me olhou na praia, vi em seus olhos que ele estava com saudade. Eu só queria que pudéssemos viver tudo de novo, sei que eu iria amar o Bradon da infância, com suas sardas e pele queimada do sol. Ele me falou que a praia era o nosso lugar favorito.

Acordei na segunda me espreguiçando  e sorrindo porque não precisaria ir a escola por 15 dias, eu ia aproveitar muito essas férias, ia viajar para alguma ilha com minha mãe e pensei em chamar minhas amigas para acampar e talvez pudéssemos levar Bradon, Augusto e Poly. Voltei a virar pro canto da cama e fechei os olhos, não arrumei nada para fazer hoje e podia ficar na cama até tarde. Meu telefone começou a tocar e antes de atender eu olhei a hora, já passava das 9h

— Oi, amiga, fala que tem planos pra gente hoje? Não quero ficar em casa. — falei ao atender Yanna.

—Pois é melhor você ficar em casa, amiga, pesquisa seu nome no Google agora.  – me sentei na cama depressa e  sem desligar o celular, peguei o Tablet.   Pesquisei meu nome e de cara, nas manchetes recente, tinha algumas fotos de Brandon e eu abraçados na praia, citava o nome dele como meu possível namorado ou meu amigo bem íntimo.

Merda! – eu falei e esfreguei os olhos com minha mão livre.

— Amiga, não precisa me explicar, mas liga logo pra Rachel. Eu vou fazer alguma coisas aqui em casa e mais tarde eu chego aí. Te amo!

Ela desligou e eu continuei olhando as manchetes, tinha uma que não estávamos nos abraçando, mas Brandon me olhava com intensidade e carinho, podia facilmente ser interpretado como paixão contida. Liguei rapidamente para Rachel.

— Rachel, você já olhou a Internet?

— Não, por que? O que houve? Ai meu Deus, vazou fotos da festa?!

— Não, calma. Tiraram fotos minha e de brandom abraçados na praia, mas eu posso te explicar tudo, eles interpretaram errado e eu estou com muita raiva disso. Brandon me contou que somos amigos de infância, e sim eu também achei surreal...

— Amiga, calma, eu já sei de tudo. Brandon me contou. Eu que te peço desculpas por não ter te contado antes, mas senti que era algo para ele fazer, ele estava tão magoado pelo passado, mas eu disse a ele que era algo que ele tinha que lidar e bater de frente, ou nunca conseguiria seguir. Ainda mais por você ser minha amiga e ele passaria a andar no nosso grupo de amizade. Conversamos e ele entendeu que você não tinha culpa alguma. Ele chorou muito quando me contou.

— Amiga, eu fico tão aliviada! Eu também não seguirei as emoções quando ele me contou. — até agora, falando de novo, meus olhos se encheram de lágrimas.

Seu Sorriso é Meu Ponto Fraco (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora