1. Sorriso Zombeteiro

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A limousine passou pelos grandes portões de entrada da mansão, belíssima mansão da Senhora Dickinson, muito bem cuidada e boa estruturada. O chofer veio abrir a porta do carro para mim, sempre muito reservado e gentil, George já estava trabalhando com papai a 30 anos.

— Obrigada, George. — falei suavemente e ele assentiu.

Eu acharia um tédio, mas George nunca reclamou ou fez cara feia para me levar à algum lugar desde... Bom, desde que me entendo por gente. Ele sempre me levou ao colégio, as compras, a inúmeras aulas atrativas que já fiz particulares e ainda hoje, com seu bom humor, me trouxe a aula de piano. Eu achava que papai e mamãe me faziam ter todas essas aulas para eu descobrir o que fazer da minha vida, descobrir o que eu queria ser. Ou só para ter um currículo rico e bem preenchido, as vezes eu me perguntava se isso realmente importaria; considerando que tenho o sobrenome de um dos empresários mais ricos do país.

Mas eu não me incomodava, sempre gostei muito de fazer muitas atividades, sempre adorei conhecer pessoas novas e simpáticas — elas tinham que ser simpáticas, é o que aprendemos em nossas aulas de etiqueta. Mas vivendo em todo esse mundo enriquecido, eu não teria o menor problema em fazer essas aulas de etiqueta, o sangue de papai corria em minhas veias. Meu pai veio de família rica, ao contrário de minha mãe, o passado dela eu não saberia contar muito, já que ela nunca contou a fundo sua história para mim.

Mas voltando a realidade, eu segui para a porta onde a Senhora Dickinson me esperava, como sempre com um bom sorriso e braços abertos. Eu sabia da história dela e da grande casa, suas rugas em seu rosto já dizia sua idade sem perguntar, já estava na casa dos 80, nasceu na mansão Dickinson, recebeu o dom Dickinson, foi uma bela cantora no auge de sua adolescência e juventude, fez muito sucesso e quando se aposentou, fez da mansão uma escola de música. Aqui ela ensinou muitos artistas a tocar diversos instrumentos, deu aulas de canto com ajuda de seus irmãos e ajudou muitas pessoas carentes de dinheiro a ter aulas de graça.

Hoje, porém, a única aluna era eu, a Senhora Dickinson se aposentou disso também, incluindo seus irmãos que já estavam até fora do país ou não mais entre nós. Como conhecida e amiga de papai por muito tempo, ela aceitou me dar aulas de piano, até tentamos outros instrumentos, os poucos ainda não doados, mas o piano foi o que me encantou.

— Olá, menina. — me cumprimentou com um beijo na testa, como sempre fazia.

— Olá, Senhora Dickinson. A Senhora está bem? — sorri com gentileza.

— Muito bem, menina, entre. — ela me deu espaço e entrei no amplo salão de entrada.

Esperei até ela estar ao meu lado para seguirmos até uma porta ao lado esquerdo, onde ficava o ex salão de música, agora com poucos instrumentos e o meu piano de cauda preto. Sim, ele seria meu ao término da aula, como a Senhora Dickinson tinha me prometido, depois de insistir muito, já que papai podia comprar 5 iguais para mim se eu quisesse. Me sentei no banquinho bem polido em frente ao piano, a partitura já aberta em uma nova música, uma que eu não conhecia.

— Vejo que já reparou que vamos tentar uma nova música hoje, o que achou? — me perguntou ela, com sua voz fraca e rouca por conta da idade, contrastando com sua força, bravura e determinação com que se dedicava à mim todo dia. Ultrapassando o limite do combinado, que seria dois dias por semana, mas ela havia insistido para que meus pais deixassem eu vir todos os dias, além deu aprender mais rápido, lhe fazia companhia, como ela tinha dito. Uma companhia a mais, já que ela tinha muitos empregados para cuidar de toda a mansão.

— Fico contente, é claro, eu só não estou lembrada se reconheço esta música. — encolhi os ombros.

— Oh, menina, não se preocupe, está aqui para isso. — começamos com a aula então, eu ficava muito contente com a dedicação dela comigo, e ela com os meus progressos.

A Senhora Dickinson teve problemas quando nova e nunca teve filhos, isso nunca a impediu de amar os outros, de seguir com seus outros sonhos e de se erguer com qualquer outra coisa que a fizesse feliz, ficou viúva à dois anos atrás. Eu não me lembrava do senhor Dickinson, mas papai conta que ele esteve no meu aniversário de 16 anos, ono este em que perdeu fatalmente a vida em um acidente de carro.

A melodia em que eu estava tocando soava tão boa nos meus ouvido que fechei meus olhos, somente na parte que eu já tinha gravado na cabeça, mas era muito fácil de pegar esta nova melodia. Abri os olhos com a estrofe seguinte e soltei um pequeno grito de susto, parei os dedos no piano e levei uma mão ao peito, como se fosse acalmar o coração agora bem acelerado. Na porta, antes vazia, havia um rapaz encostado no batente dela, seus braços estavam cruzados no peito, seu cabelo caía um pouco na testa, ele estava bem vestido com uma calça social e uma blusa social também de cor azul escura, que ficou bem com o bronzeado de sua pele. Reparei nesses detalhes todos muito rápido, mas foi tempo o suficiente para a Senhora Dickinson ir até o rapaz alto e com bom porte e trazê-lo para perto de mim. Fiz um esforço para recobrar os sentidos e levantar, estendendo a mão com um cumprimento educado, como haviam me ensinado.

— Menina Joana, este é Augusto.

— Olá, muito prazer. — eu disse, o coração ainda acelerado, não pelo susto, e sim pela beleza e o sorriso zombeteiro em seu rosto.

— Oi, Joana, sim? — a voz dele era suave, não parecia ser para alguém tão mais velho. Eu não sabia a idade dele, claro, mas me parecia ter uns 7 anos a mais do que os meus 17.

— É... sim. — eu gaguejei, sentindo o rosto esquentar de vergonha. Ele ainda me olhava nos olhos com um sorriso zombeteiro.

— Quer ficar para ver como a menina toca, Augusto? — A Senhora Dickinson tinha um largo sorriso no rosto, bem insinuante, devo acrescentar.

— Sim, eu vou ficar. — respondeu, mesmo depois da minha reza mentalmente para que ele dissesse "não". Ele se escorou em um canto da parede agora. Me sentei novamente, bem mais nervosa que antes, olhei para a Senhora Dickinson e ela me encorajou a continuar. Passei os dedos pelas teclas do piano e prossegui com a música, errando bem mais as notas agora.


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Bem vindos! História em andamento, já escrevi 20 capítulos e conforme eu for revisando, eu vou soltando. Só peço um pouco de paciência, pois ainda estou terminando ela. Comentem o que acharam e não esqueçam da estrelinha, ajuda muito a nós, escritores. Boa leitura e bom feriado.🥰

Obs: o Wattpad anda com alguns erros, então eu escrevo as falas colocando o travessão e ele muda para hífen. E no final está dando erro também, mas dá pra se achar.

Rj, 15 de novembro, 2021. - 08:07am

Aletra de gatilho sensível:

ATENÇÃO: Fumar faz mal para a sua saúde, ele pode causa doenças como: câncer, câncer de boca, cegueira, envelhecimento, fumante passivo, impotência sexual, infarto, trombose e gangrena, morte e parto prematuro. Eu sou totalmente contra ao fundo de qualquer intorpecente químico, seja cigarro, drogas ou bebidas alcoólicas. Além de serem proibidos para menores de 18 anos! Este livro trata-se de um romance fictício.

Você verá falar sobre bebidas e uma vez sobre cigarro. Mas nada que seja insensível aos olhos.

*Pessoal hoje é dia 20/12/2021 e eu tinha retirado essa história pois estava participando de um concurso para ter o livro publicado, como outro autor super talentoso ganhou, eu posso estar voltando o livro novamente para o Wattapd! Sorte de vocês que vão poder ler gratuitamente. 🥰

Vou postar 1 ou 2 capítulo por dia até terminar de postar ele todo. Talvez eu faça algumas mudanças, mas avisarei caso aja alguma. Boa semana para todos. ❤

Seu Sorriso é Meu Ponto Fraco (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora