3. Evento Benificente

1.2K 183 34
                                    

As aulas com a Senhora Dickinson permaneceram sem interrupções durante o resto da semana, o senhor sem educação não apareceu mais em minhas aulas, e a Senhora Dickinson não me falou nada sobre a existência dele alí, não que ela devesse, mas eu realmente gostaria de saber.

Depois daquele dia eu resolvi não me apressar mais para ir a aula de piano, George ficou apreensivo e deve ter deduzido que foi um dia de surto meu. Olhei para ele na frente do carro pelo retrovisor, dirigia sempre muito cuidadosamente, nunca recebeu multas, nem nunca tinha sido parado, era simpático; apesar de jamais puxar assunto comigo. Vez ou outra eu falava de algo, fazia algumas perguntas e ele me respondia, mas não continuava a conversa por ele mesmo.

Estávamos indo ao shopping, mais a noite teria uma festa beneficente e mamãe queria que eu comprasse um vestido novo, não bastasse os muitos que tenho em casa. Não era legal ir ao shopping sozinha, mas eu sempre tinha que fazer esse sacrifício, já que mamãe estava sempre ocupada para ir comigo, era raro irmos juntas. Esses dia eu ia emburrada pro shopping, escolhia qualquer vestido para voltar logo. Hoje era diferente, porque Yanna me esperava lá, a mãe dela também participaria da causa, que era para ajudar crianças carentes de uma ONG. George estacionou em uma vaga e veio abrir a porta para mim.

— Obrigada. — eu saí e parei em sua frente. — George, eu estarei com Yanna, será que não podemos andar sozinhas hoje?

— Desculpe, senhorita, mas sabe das regras, eu posso andar à alguns passos de distância, se quiser.

— Sim, obrigada. – papai dava ordem restritas em relação a minha segurança e de mamãe, eu entendia, só que eu não sentia perigo em um passeio no shopping. Yanna estava no lugar que pedi, na porta da primeira loja, ela veio pro meu lado assim que me viu.

— Oi. Já sabe o modela e a cor que quer? — perguntou.

— Eu já estou cansada de rosa. – era difícil alguém me ver reclamar de algo, mas eu realmente me sentia enjoada de sempre sair de rosa.

— É verdade — ela olhou para minha saia listrada de rosa e cinza — Mas aproveita hoje que somos só nós e ignora qualquer pedido que eles tenham feito sobre suas roupas.

— Isso mesmo! — me empolguei junto com ela, raramente eu tinha momentos para sair com amigas. Andamos um pouco por algumas lojas, era uma dúvida cruel escolher vestidos para essas festas, onde teria pessoas de muitos lugares e bem vestidas. Yanna viu um vestido que ia até o pé em uma vitrine que encontrou e entramos na loja. Ela pediu um preto e foi experimentar.
— O que acha? — puxou a cortina para eu vê-la.

— Ficou muito bonito em você — juntei as mãos. Realmente estava lindo, a deixou parecendo ter mais idade.

— Eu vou levar! - ela disse para a vendedora sorridente e foi se trocar. Enquanto isso eu dei uma olhada nos outros vestidos. Dois me chamaram atenção. Um preto com bordados dourados no busto e outro marfim, bem simples, se não fosse pelas listras brilhosas, e um palmo acima do joelho. Peguei o marfim e fui experimentar. Caiu muito bem no meu corpo magrelo e esguio.

— Nossa, está linda! — Yanna colocou as mãos no rosto dramaticamente. Na verdade o vestido não tinha beleza, ele só se ajustava ao corpo e deixava com silhuetas que proporcionava um corpo que eu não tinha.

— Acho que vou levar este mesmo. – falei para a alegria da nossa vendedora.

— Vamos divar nessa festa!

— Divar – caí na gargalhada com a palavra nova que ela usou. Yanna também riu e tapou os olhos. Dei uma olhada para fora da loja, onde George nos esperava, ele fingia não olhar, mas ao me ver acenar ele levantou os dois polegares pra cima; aprovando o vestido.

Seu Sorriso é Meu Ponto Fraco (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora