4. Primeiro Champanhe

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— Olha, os Wilson. Com licença, meninos, vou cumprimentá-los. — a Senhora Dickinson saiu antes que eu pudesse dizer algo, deixando um Augusto de sorriso zombeteiro a minha frente.

— Ora ora, se não é a menininha do papai — ele abriu um sorriso maior e mais falso. Eu não o entendia.

— Como? — perguntei, realmente interessada em saber o que ele sabia sobre mim.

— Está linda, Senhorita Joana. — e então ele estava sério, rapidamente mudando o humor.

— O-obrigada. — o que havia de errado comigo para gaguejar sempre na frente deste estranho?

— Quer beber algo? — ele perguntou quando um garçom passou na hora. Eu me virei na outra direção para dizer que uma amiga tinha ido pegar para mim, mas não vi sinal de Yanna em parte alguma. — E então?

— Sim, obrigada — ele me entrou a taça e dei um gole hesitante. As bolhas fizeram cócegas na minha garganta e eu sorri.

— Nunca bebeu? — olhei para ele, por um instante tinha me esquecido de sua presença, ele me olhava atento e meio sorridente.

— Na verdade, não.

— Ande, beba mais. —  ele fez um gesto para eu beber outro gole.

— Oh não, não posso. — abaixei um pouco a mão que segurava o copo.

— Seus pais não te deixam beber? — com os olhos brilhantes ele aproximou o rosto do meu.

— Eles deixam, sim. — eu ergui o copo até a boca e ele se afastou. Como ainda me olhava, eu dei mais um gole.

— O que achou?

— É bom. —  eu sorri um pouco sem graça por ele me observar.

— Tão ingênua — de repente ele se afastava e eu não sabia se tinha ouvido bem. E antes que pudesse processar seu distanciamento, papai apareceu na minha frente e tirou o copo de minha mão.

– Um gole — ele colocou o copo na bandeja de um garçom e pegou minha mão na sua. —  Quem era o rapaz, minha querida?

— Ninguém, papai. — ele me levou de volta até nossa mesa, um casal de idosos também se juntara a mamãe e as duas mulheres conversavam.

— Já vai começar. – papai chamou atenção para a pequena cerimônia que teria. Uma mulher de vestido longo e branco foi para frente de um pequeno palco e deu início. Agradeceu a presença de todos, disse alguns nomes mais importantes, percebi, que incluiu o de papai.

Ela falou sobre a ONG em questão e fez uma pequena homenagem para o organizador do evento. Um senhor, um dos senhores que estavam lá em casa hoje, percebi. Olhei para os lados para procurar por Yanna, ela estava na mesa com seus pais, um pouco distante da gente, ela também me olhava e sorriu quando teve minha total atenção; não um sorriso normal, mas um bem insinuante. Fingi não reparar isso e procurei por outra certa pessoa, em vão, porque depois de instante varrendo o lugar com os olhos, não o encontrei.

O decorrer da noite foi tudo bem, comemos, pessoas fizeram discurso, teve uma contagem de quanto foi arrecadado para a ONG e algumas crianças lindas apareceram lá para agradecer; nos enchendo os olhos de lágrimas. Papai e mamãe se preparavam para ir embora quando a Senhora Dickinson apareceu para cumprimentá-los. Augusto ao seu lado.

— Senhora Dickinson, eu a estava procurando — papai se abaixou para lhe abraçar. Mamãe também a comprimentou e depois de uma conversa mínima ela virou-se para apresentar Augusto. Eu fiquei de cabeça baixa o tempo todo, mas bem atenta à conversa.

— Este é Augusto, um jovem rapaz que adotei da instituição que participo todo ano. Ele estava lá a muitos anos, eu me lembro de ter visto ele bem pequeno lá. — ela fez uma cara bondosa enquanto afagava seu ombro.

Seu Sorriso é Meu Ponto Fraco (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora