𝐈 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔, katsuki bakugou

twenty-nine

Uma semana se passou desde a discussão que tive com minha mãe. As coisas só pioram a cada dia que passa. Me sinto muito mal, parece que todos aqueles problemas que vivi estão voltando, a falta de vontade pra fazer qualquer coisa também está me afetando novamente.

O estado do katsuki não parece melhorar, mas mesmo assim eu continuo indo o visitar todo santo dia. Uma hora ele terá de acordar, certo? Espero que esse momento chegue logo. Eu preciso dele.

- Já vou indo. - me despedi da minha mãe e de izuku que estavam sentados no sofá da sala.

- Tome cuidado. - ela gritou dando um sorriso, mas ainda não esqueci das coisas horríveis que ela me disse.

Mas ela aparentemente já esqueceu.

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- Eu quero aquelas margaridas ali. - apontei para um buquê de flores em uma floricultura que encontrei no caminho.

- Aqui está. - o moço da floricultura me entregou as flores.

Entreguei o dinheiro e sai do local.

Eu tenho absoluta certeza que katsuki odeia flores, mas ele não está em condições de surtar por isso. Aquele quarto é tão triste, precisa de algo com cor e cheiro.

Andando ao hospital sinto que tudo isso é tão comum agora. Se tornou parte da minha rotina, infelizmente. Eu desejo muito que ele acorde logo, isso tudo é tão ruim. Levanto, vou pra escola, chego e vou ao hospital. Minha rotina de todos os dias.

- Posso vê-lo? - perguntei a recepcionista, ela até já me conhece.

- Claro, a mãe dele acabou de ir embora. - todos os dias mitsuki passa no hospital antes de ir trabalhar.

Fui até o quarto 301 que é onde ele está.

Ao entrar o vi novamente, aquela feição serena de sempre. Nunca pensei que ia sentir tanta falta de vê-lo zangado.

- Cara, não cansa de dormir? - coloquei o buquê no criado mudo ao lado da cama e retirei as rosas que já estavam murchas. - Vamos ver tv? - liguei a televisão e coloquei em um canal qualquer.

Costumo passar a tarde inteira com ele, fazendo literalmente nada. A cada dia que passa eu me convenco mais que o certo a se fazer é desistir. Preciso seguir minha vida e procurar alguma forma de passar o tempo.

Talvez ele nunca acorde.

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Dois meses e vinte e três dias que katsuki está em coma, todo dia após a escola eu passo pra ver ele. O pessoal da escola faz visita coletiva todas as sextas.

Ainda tento me acostumar, nem imagino como deve ser ainda mais difícil pra família dele. Semana passada fez dois meses que yaoyorozu morreu, teve uma enorme cerimônia na escola.

É difícil conseguir suportar tudo isso, falar com ele e não receber uma resposta é horrível. Todos os dias choro tanto que meus olhos ficam inchados, volto pra casa e choro mais ainda quando vejo minha relação terrível com minha família.

- Vamos, acorda logo... - susurrei sentido lágrimas caírem. - eu acho que te amo, idiota. Você fica aí dormindo como se não estivesse nem ligando pra mim... - me forçei a dar um sorriso, a situação não é nem um pouco favorável. - eu não quero desistir de você, então acorda. - coloquei minha cabeça sobre seu peito, escutando seus batimentos cardíacos. - tudo bem, até amanhã. - me dei por vencida e saí do quarto. Mais um dia completo se foi.

Rotina chata, cansativa, ruim e triste. Eu quero que acabe o mais rápido possível.

Eu não sinto mais vontade de comer as coisas que eu gosto, não quero sair, não quero mais falar com meus amigos e nem com minha família. Isso está acabando comigo, eu não vou suportar que isso dure mais tempo. Quero que minha vida retorne ao normal, quero sorrir mais uma vez.