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Josh Beauchamp

Já é a segunda semana consecutiva que a Any sai com aquele carinha do hospital... Eu não gosto dele, não nego. Ela ficou toda estranha ao voltar do encontro e notei certas investidas dela para me afastar da Eva.

Eu só não entendo o porquê... seria uma espécie de retaliação?

A baixinha, aos poucos, se tornou importante para mim, ela me diverte com seu jeitinho... somos amigos... eu... amigo de uma criança... quem diria!

Por mais que ela tentasse, Eva não me largou e eu... gostei disso. Como estou afastado do trabalho e Any faz praticamente tudo relacionado ao Ethan, sobra tempo pra brincar com ela por aí.

Sempre quis ser pai de menina... se as coisas fossem diferentes... eu poderia dar uma irmãzinha pro Ethan...

Nesse exato momento, estou sozinho em casa no maior silêncio, meu filho dorme tranquilo no andar de cima e Eva e Any saíram... uma solidão me atingiu em cheio... detesto me sentir assim e sei que vai piorar nas festas de fim de ano que se aproximam... o dia de Ação de Graças é na semana que vem...

E eu até já sei como vai ser... os meus pais não tem tempo pra isso e, se duvidar, nem mensagem eu recebo esse ano, a Sina vai comemorar com a família do Noah e eu ficarei aqui jantando só, até porque o Ethan basicamente toma leite e dorme.

Será que a Any vai se importar muito de ficar aqui? Eu sou egoísta o suficiente pra isso. Ela deve ter a família dela, mas esse dia me traz lembranças dolorosas e preciso de distração.

[...]

Passando umas horas, já à noite, as duas voltaram, Eva estava com cara de choro no colo da mãe e logo me preocupei com ela.

— O que foi em, pequena? – me aproximo e pergunto.

O fofinho... – diz com um biquinho e volta a chorar.

— O coelho de pelúcia – olho confuso para Any e ela explica.

Eva costuma dormir todos os dias agarrada a um coelhinho de pelúcia, ela ama aquele troço.

— Ah... você quer um novo, Eva? Eu compro pra você... – acaricio seu rostinho limpando umas lágrimas.

— Não adianta...

Já sei!

— E... conhecer um amigão meu? Você aceita?

— Teremos que procurá-lo... mas ele é super legal... – me olha curiosa e continuo – Só tem uma coisa... é meio longe, sabe? Você terá que ir voando... que tal? – digo e ela assente mais calma.

A pego dos braços de Any e beijo a bochecha da pequena antes de segurá-la na posição de voo.

Corro com ela até o andar de cima, mais especificamente, até o meu escritório e então começamos procurar pelas prateleiras.

— Achei! Olha só Eva... – me abaixo na altura dela – esse é o Woody... eu tenho eu ele desde que eu era do seu tamanho... era o meu melhor amigo... bonito né?

Sim...

— Ele é um cowboy muito gente fina...

Legal – sorri me encarando – é fofo... posso segurar?

— Claro, querida...

A entrego e ela observa o brinquedo por alguns segundos antes de abraçá-lo – um ato tão adorável que me faz sorrir.

Amo Toy Story desde que me entendo por gente. Quando crianças, eu e Sina vivíamos maratonando, era, de longe, o nosso filme predileto... bem... ainda é. Mesmo não sendo mais para a nossa faixa etária, assistir ao filme sempre nos traz boas lembranças.

12 LETTERS | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora