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Any Gabrielly

A vida ultimamente tem sido boa, o trabalho está bom, minhas relações também... estou feliz. Nour está bem estabelecida na faculdade, as crianças estão muito bem em todos os aspectos e eu e Josh estamos cada dia mais apaixonados.

Hoje o meu pitoco Ethan completa 11 meses, sim, tudo isso! Ele está enorme e tem se mostrado cada dia mais inteligente e carinhoso. O loirinho é um amor, um manhosinho, e eu adoro ficar de chameguinho com ele, a gente passa o dia junto.

Decidi preparar uma festinha maior pra ele, com mais convidados e com uns brinquedos alugados, já que agora o pequeno está mais grandinho e pode se divertir um pouco mais, sem falar que as meninas também curtem bastante.

Já era quase o horário da festa. Eu estava tirando fotos do Ethan em sua roupinha de minion até que ele sujou a fralda e precisei subir com ele pra trocar.

O limpei como sempre, com muitos carinhos, pois ele não curte muito ficar paradinho, estava tudo indo muito bem até ele soltar uma palavrinha que tirou meu chão.

Ele me chamou de mãe.

Ethan provavelmente nem sabe o que isso significa... mesmo assim, o ato não perde o significado... já me perguntei dezenas de vezes o que eu sou para Ethan... na cabecinha dele de neném... eu acho que é uma espécie de mãe mesmo. Isso me enlouquece.

O que me preocupa é Josh. A reação dele. Nem sei como contar desse incidente. Não sei o que fazer. Eu não sei nem o que pensar... ao mesmo tempo que quero sorrir como uma boba, as consequências me vem à mente...

Pra piorar tudo, como se essa situação não me trouxesse pânico o suficiente, ele viu. Deve ter chegado com as meninas e eu não escutei. Encaro o loiro assustada e ele simplesmente se afasta e se tranca no quarto.

De repente, sinto as minhas pernas fraquejarem e meu corpo todo tremer... por que tudo na minha vida é tão complicado? Olho pro pequeno bebê em meus braços e meus olhos automaticamente se enchem de lágrimas... isso pode acabar com tanta coisa importante... a relação de Josh e Eva, a minha e do Ethan e também a nossa relação como um casal que mal começou... e então eu sinto medo... tanto medo que sou incapaz de raciocinar com clareza.

— Por que você foi falar isso, meu amor? Agora o seu pai... Ô Deus... O que será de nós... – falo baixinho meio angustiada.

— Eu... eu devia falar com ele né, bebê? É... eu devia... Será que o papai tá muito chateado com a gente?

— Eu prefiro que você nunca mais me chame assim bebê... eu prefiro não chatear o seu pai, mas eu amei ouvir você me chamando de mãe... quase que meu coração sai do peito porque... você e a Eva são as pessoinhas que eu mais amo no mundo... e... eu sei que você não entende, mas eu te amo como filho... amo mesmo! – beijo o cabelinho loiro de Ethan com lágrimas nos olhos.

Passo um tempo ali no quartinho de Ethan tentando me acalmar até ouvir gritos do lado de fora que me forçam a levantar e verificar as meninas.

Seco as minhas lágrimas tentando disfarçar ao máximo e desço em direção ao barulho.

Mamãe! – encontro Eva no gramado chorosa por ter se machucado.

— O que houve?

A Eva caiu, tia e ralo o joelho – Sarah explica.

— Ah, minha filha... – deixo Ethan no chão e me aproximo.

— Oh... ralou mesmo... vamos limpar e fazer um curativo, hm?

Tá bom...

— Vai ficar tudo bem, amor... – beijo seu rosto e a pego no colo para trazer certo conforto.

12 LETTERS | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora