2.6

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Any Gabrielly

Eu senti uma angústia sem tamanho assim que vi a minha irmã naquela maca de hospital.

Nour estava com feridas em seu braço direito, uma de suas pernas estava quebrada e em seu rosto haviam alguns curativos... vê-la assim me dá vontade de chorar.

Um bolo se forma em minha garganta, mas me controlo e engulo o choro.

— Any... como você veio tão rápido? Eu não te fiz andar de avião né? – ela se desespera ao me ver.

— Calma... não se preocupe comigo...

— Me preocupo sim... me desculpa...

— Ei... tudo bem, irmã – seguro a sua mão com carinho e passo a minha mão em seu rosto.

— Como você está?

— Cadê a Eva?

— Tá lá fora com o Josh, mas não muda de assunto...

— Bem... está tudo doendo... – diz e noto que ela está visivelmente sofrendo.

— Vou chamar a enfermeira...

— Não seja boba... é impossível não doer, Any... Sabe quando eu vou ser liberada?

— Eu não sei, você tá em observação por causa do impacto na sua cabeça...

— Oh...

— Como você soube?

— O Jack me ligou... ele inclusive tá esperando pra te ver...

— Gostou dele? – sorri fraco.

— Ele se importa contigo... isso é bom.

— Eu gosto dele de verdade, Gabs... acho que tô apaixonada...

— É mesmo? Bom saber...

— Não vá exigir nada dele, ouviu?

— Tá bom... por enquanto...

— Any! – diz num tom de repreensão e rimos.

— Você pegou um avião até aqui, não foi?

— Sim...

— Sinto muito por ter te feito vir assim pra cá... eu sei que você tem medo... Como você está?

— Eu não sei... não foi tão ruim... o Josh me ajudou.

— Oh... que bom... ele é diferente com você...

— Ah... é porque a nossa relação em si não começou bem, então é tudo meio confuso entre nós...

— Nao acho que seja bem isso, mas enfim... você precisa superar esse trauma porque eu não aguento mais viajar de trem... eu odeio, Any, só vou desse jeito pra não te magoar...

— Eu vou tentar... eu prometo... não posso viver assim...

— Já é um começo... Isso é importante...

— Irmã... quem foi o irresponsável que fez isso contigo?

— Ah, Any, eu acho que a culpa não é só do motorista... eu não prestei atenção e atravessei na hora errada...

— E o que você estava fazendo sem celular e documento, hein? Sabe o quanto isso dificultou as coisas?

— Eu estava indo comprar um café, não achei que fosse preciso... então deixei meu celular carregando no quarto e fui.

— Entendi... não corra perigo assim nunca mais, ouviu? Eu fiquei muito preocupada contigo...

— Desculpe...

12 LETTERS | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora