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Josh Beauchamp

Pouco mais de um mês se passou. Ethan completou seis meses ontem e até agora a carta da Sav não sai da minha cabeça.

Na real, várias coisas não saem da minha cabeça ultimamente... o meu beijo com a Any... merda... por que eu fui fazer isso? O clima está péssimo... nunca devia ter acontecido... eu me sinto... sei lá... desrespeitando a Savannah... sem falar que isso destruiu a nossa relação... espero que ela não tenha me entendido errado. Isso jamais se repetirá.

Acho que nunca irei superar e seguir em frente... Sav diz nas cartas que é o que devo fazer por mim e pelo Ethan, mas eu simplesmente não consigo sequer pensar nisso... nessa última carta ela foi bem mais direta... disse que se eu deixar o Ethan sem uma família completa por causa de teimosia ela não vai me perdoar. Essas palavras não saíram da minha cabeça desde então.

Ela me leu tão bem assim? Como? Como ela previu esse meu comportamento? Realmente eu sou um teimoso.

Outra questão que me tirou o sono foi a minha promessa... Ethan vai começar a introdução alimentar e o meu plano inicial era mandar a Any embora... mas as coisas mudaram muito... eu tenho certo apreço por ela e tem a Eva também...

Nossa relação avança a cada dia... eu me sinto realizado nesse papel que faço por ela... Eva é a minha filha do coração... eu nem acreditava que um amor assim fosse independente de sangue, mas é... de verdade. Eu não a quero longe de mim...

Daí nasce outra questão... Any vai morar aqui pra sempre? Ela faria isso? Ou melhor... até quando ela vai ficar? Longe da Eva eu sei que ela não fica... E o Ethan? Isso vai deixá-lo tão confuso... eu já imagino que ele ame muito a Any, mas me pergunto se ele pensa que ela é a mãe dele... isso eu não entenderia bem...

Enfim... vou deixar esse assunto pra depois e focar no agora.

— Josh, nós precisamos conversar – Any diz ao adentrar a sala em que eu estava.

Eu estava lendo um artigo após ter colocado a Eva na cama... esse momento se tornou parte da rotina da casa... todos os dias eu tenho essa tarefa.

— É algo sério?

— É...

— Vamos conversar no escritório então...

— Pode ser...

Já era noite, então os pequenos já dormiam.

Fomos até o escritório e nos sentamos frente a frente.

— Então... é sobre a Eva... dois assuntos... como nós estamos nessa ideia de paternidade... eu achei que devia falar contigo...

— Ah, sim...

— O primeiro é a escola pra ela, agora que ela completou três anos, é hora de pensar nisso... eu pensei em algumas opções... – me mostra uma porção de escolas em seu celular.

— Por que não a colocamos a Evinha na Le Lycée Francais que nem a Sarah? A Sina vai matricular ela lá, pois é uma escola muito boa... estudamos lá quando crianças...

— Ah... eu acho muito cara... sem falar que não vale a pena...

— Vale sim... é um colégio bilíngue e... tem uma ótima infraestrutura... lá ela vai ter acesso à melhor educação possível... eu posso arcar com essa parte, que tal?

— Não né.

— Por que não? Eu não sou o pai dela? Eu tenho que participar.

— Você não acha que já não participa demais não? A gente já mora na sua casa, come aqui, dorme aqui e você ainda enche ela de presente...

12 LETTERS | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora