A noite estava calma, uma brisa suave entrava pela janela, contudo Violet se revirava na cama.
Foi muito difícil revisar seu passado, ela não contou tudo a eles… Ela se lembrava dos momentos de tristeza onde a saudade parecia perfurá-la, momentos de incertezas onde não sabia se conseguiria continuar com a senhora Eloise, ou se conseguiria a aceitação do Clã…
O pranto que chegava a noite e só Deus e seu travesseiro eram testemunhas.
Ela seguiu em frente. Não poderia voltar, aprendeu a lidar com a senhora Eloise e até se tornaram amigas, aprendeu muito com ela. Se tornou uma excelente curandeira, pois além das ervas, ela também tinha um algo mais, uma vivacidade, uma palavra amiga, um otimismo que dava esperança a quem precisava, e logo ela fora aceita e conhecida por todo o Clã.
Porém, ser curandeira não é só flores, há perdas…
Ela respirou fundo com o peso das inúmeras decisões que pesavam sobre ela.
Violet sabia quando aceitou vir que teria que revelar a verdade, mas esperava que fosse demorar mais. Ela entendia a raiva de Hian, afinal sua partida afetou Everi, que o afetou também.
Temia que agora ele a mandasse de volta ao Cla Neart, afinal lá era sua casa agora.
"Então porque sinto esse aperto no peito ao pensar em partir."
Perdendo a paciência, jogou as cobertas para o lado e se levantou. Acendeu um pequeno lampião e saiu do quarto, iria buscar um livro para ler.
O castelo estava silencioso. Ela ouvia o vento assobiando lá fora. E até o som dos grilos. Caminhou até o escritório e entrou, não estava só. Envergonhada, tentou sair rapidamente.
— Pode ficar Violet. Está sem sono? Perguntou Hian. Ele estava sentado em uma poltrona próxima à lareira, que era a única fonte de luz no lugar. O que tinha levado Violet a pensar que não tinha mais ninguém ali.
— Desculpe, não queria me intrometer. Achei que não estivesse aqui. Como não conseguia dormir, pensei em vir pegar um livro, mas não quero te atrapalhar. Ele parecia tão, só. Olhava o fogo enquanto girava a bebida do copo.
— Pegue o que quiser. — Sua voz não tinha qualquer emoção.
— Você está bem? Parece… Ele finalmente olhou para ela.
— O quê?
— Perdido… Sozinho… Deve estar sentindo falta da Everi. Sinto muito.
— Não se sente falta de quem não se conhece. - proferiu fazendo ela o olhar com os olhos estreitos, pensava que estivesse embriagado.
— Como assim? Everi foi sua esposa, acho que você já bebeu demais.
— Não o suficiente. Com o tempo descobri que a bebida não apaga as lembranças e nem a culpa. Só me deixava pior depois. — Ele a olhava e viu que ela não entendia. “ Como poderia, ela não sabia de nada”. deu uma gargalhada sem humor.
— Sente-se Violet. Vamos conversar, vou te contar uma história. — Percebeu que ela olhava para ele com receio, mas ela era curiosa e esse lado venceu. Violet se sentou na outra poltrona de frente para ele.
— Você não tem culpa da morte de Everi. E por que esquecer, os melhores momentos devem ser lembrados. O casamento de vocês foi curto, mas você deve ter amado ela, então lembre…
— Pare! — Interrompeu suspirando — Apenas ouça OK. — passou a mão o rosto. Ele precisava falar, tudo estava sufocando. “Ela entenderia.”
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O ACORDO
RomanceSINOPSE Um contrato pode gerar inúmeras mudanças e nem todas positivas. Comarc Senhor do Clã Rooco propõe um acordo a Hian Senhor do Clã Donald. Um casamento com sua filha. Comarc tem segredos, arrependimentos e está sem tempo para repara-los...