- Você não pode ir comigo, s/n! - Diz colocando suas roupas em uma mala e em seguida corre para o banheiro.
Meu pai anda muito estranho ultimamente. Tem bebido mais que o normal, saído de casa do nada e sem nem avisar pra onde. Eu fico a noite inteira preocupada. Ele nao me conta nada, só diz que tudo está bem e que não preciso me preocupar.
S/n- Pai, me diz o que tá rolando, por favor! - Começo a bater na porta na esperança de ele abrir e me contar alguma coisa - Por que você está arrumando a mala? Pra onde você vai? - Escuto apenas a torneira ligada, ainda sem respostas.
Estava no ponto de choro. Ele abre a porta com força, saindo do banheiro com o rosto encharcado de água e segura meu braço apertando-o não muito forte.
Pai- S/n, eu tenho que sair da cidade por um tempo. Não posso ficar aqui...
S/n- Por que? Me responde, por favor! - Uma lágrima escorre sobre meu rosto. Percebo que doeu em seu coração me ver desse jeito, implorando por resposta.
Pai- Filha, olha - Solta um suspiro pesado. Fico atenta esperando pelas palavras que responderam minhas perguntas. - Me desculpa. Eu tenho que ir. Eu preciso! - Passa a mão sobre meu cabelo e em seguida beija minha testa - Fica tranquila, papai vai ficar bem. Vou mandar sua tia vir te buscar, e você vai morar com ela por um tempinho, tá bom? Não se preocupe.
S/n- Mais pai... - Ele me interrompe colocando a mão sobre a minha boca, me calando.
Começo escutar uns barulhos parecidos com sirenes ao lado de fora da casa.
Pai- Espero que você fique bem. - Deixa um último beijo em minha testa e corre direto para a porta dos fundos - Eu te amo, minha garotinha!
s/n- Pai...eu te - Antes que conseguisse terminar a frase, ele sai rapidamente, e uns policiais entram com tudo dentro de casa.
Fico assustada e acabo correndo pro quarto. Eles começam a revistar a casa, fazendo um barulho miserável.
Apoio o rosto encima do joelho e começo a chorar. O que eles queriam? Por que meu pai está fugindo? Que merda! Como sempre, estou sem respostas.
Ouço batidas na porta do quarto, porém fico calada. Bate novamente, e continuo sem responder. A pessoa desisti e abre a porta mesmo assim.
Tia Atsuko.
Nunca fui proxima dela. Só à vi uma vez na viagem da escola. Ela estava lá com seu filho. Meu pai nunca comentou muita sobre a mesma, o que significa que ela é quase uma estranha pra mim.
Atsuko- Ei, oii! - Diz se aproximando devagar - Sou sua tia, Atsuko. Não sei se você lembra, mas nos vimos uma vez à um tempo atrás - É eu lembro
Ainda calada, assinto com a cabeça.
Atsuko- Sei que deve estár confusa agora, é...bom, seu pai... - Suspirou olhando para baixo e depois subiu o olhar novamente, segurando minha mão - te deixou comigo, nao sei ao certo o porque, mas ele me ligou desesperado pedindo para eu ficar com você por um tempo indeterminado.
S/n- O que ele fez? - Ela limpa uma lágrima que desceu sem querer. Não tava afim de chorar na frente de alguém que eu nem conheço direito, mas não pude evitar.
Saber que ele pediu para ela ficar comigo por um tempo indeterminado, confirmou minha paranoia de que ele talvez nunca mais volte.
S/n- Ele não vai voltar, né? E se voltar, não vai ser da mesma forma. Filha da pu-
Atsuko- Ou, calma, vai ficar tudo bem! Ele vai voltar sim. Pode não ser amanhã, próxima semana, próximo ano. Mas se ele disse que vai voltar, é porque vai. - Encosta seus lábios em minha testa, deixando um beijinho demorado no local. - Preciso falar com os policiais agora. Bebe um copo d'água, vai te ajudar a relaxar um pouco. - Por fim, solta minhas mãos e sai do quarto.
Vai voltar, é? Isso me pareceu mais uma despedida tipo: "Adeus, S/n. Até nunca mais, minha garotinha" do que um "Até logo, minha garotinha".
Com apenas 15 anos vou ter que acostumar com á ausência de um pai. Se bem que não vai fazer tanta diferença assim, até porque ele quase nunca se manteve por perto desde uns anos pra cá.
*Quebra de tempo*
Atsuko- Falei com eles, acho que nunca tinha conversado com pessoas tão cabeça dura antes. - Diz entrando no quarto e indo ao meu guarda-roupa, por fim, pegando minha mala - Vou arruma-lá, você pareçe exausta.
Minutos depois ela termina. Me levanto para pegar as malas e ajudá-la a levar para o carro.
Atsuko- Você me parece bem calma pra uma pessoa que vai morar com uma "Desconhecida". - Ri
Bom, melhor do que morar sozinha.
Entro no carro e ela da partida logo em seguida.
(...)
S/n- Cacete, é enorme - Digo saindo do carro com a boca aberta ao ver a casa. Bom, claramente só estou assim porque moro, ou melhor, morava, em uma casinha minúscula.
As ruas muito bem iluminadas e silenciosas, maravilha.
Atsuko- Vem, vamo entrar. - Pego as malas, levo para dentro e tia Atsuko me ajuda a leva-las ao meu novo quarto. Ao entrar, percebo uma luz específica piscando na janela da casa á frente. Apenas ignoro e começo a observar o quarto.
Estava exausta pra caralho. Queria mesmo era tomar um banho e dormir por 16 horas seguidas.
S/n- Saco, tenho que arrumar essa mala - Suspiro cansada
Organizando tudo no guarda roupa, percebo uma caixinha brilosa encima de um apoio na parte de cima; bem bonita por sinal. Fico curiosa para saber o que avia lá, mas deixo de mão.
Por mais que meu pai não fosse muito presente na minha vida, sempre fez questão de me educar de alguma forma. Como por exemplo: "Não mexa no que é dos outros. Se você fosse 'os outros', não iria gostar que mexessem sem seu consentimento."
Ele me ensinou muita coisa que vou levar para vida toda. Eu o amo muito. Espero que aquele "Te amo" não tenha sido um Adeus.
Pego uma toalha da minha mala e me direciono ao banheiro. Tiro minha roupa, ligo o chuveiro e em seguida entro debaixo d'água. Sinto a água gelada escorrer pelo meu corpo quente.
S/n- Uuh, era disso que eu precisava. - Era como se aquilo estivesse tirando todo o peso do meu corpo que eu sobrecarreguei por anos. Eu estava sentindo como se eu estivesse começando uma nova jornada a partir dali. E meio que estava.
(...)
Ao sair do banho, vasculho minha mala na procura do meu pijama, mas que por sinal, tia Atsuko não avia conferido minha gaveta íntima onde eu guardava meus pijamas e calcinhas sex's. Não estava nem um pouco a fim de dormir com roupas casuais, então decidi ir até a sala ver se minha tia estava lá. Falho. Não estava.
S/n- Acho melhor voltar antes que alguém me veja. Tô parecendo uma galinha molhada, mano. - Subo as escadas até o segundo andar onde é o meu quarto. Reparando bem o corredor, percebo uma porta aberta com umas luzes acesas. Provavelmente led.
Apresso o passo até meu quarto para evitar contato com qualquer que seja o ser que esteja ali dentro, mas sou impedida por uma voz masculina que infelizmente fala comigo.
- Ei, tá perdida? - Me viro um pouco envergonhada pois ainda estava só de toalha. Droga. - Por que você está só de toalha? Te conheço?
Não queria passar mais nem um segundo ali, então apenas respondo:
S/n- Não sabemos. - Ele me olha confuso. Rapidamente entro no quarto e tranco a porta. - Cachorro idiota. Idiota...Porque eu estou xingando ele? - Passo a mão no cabelo confusa comigo mesma. - Eu estou ficando louca? Aff, Realmente preciso dormir.
Deito na cama apenas com a toalha sobre meu corpo.
Esse muleque é filho de tia Atsuko? Provavelmente. Acho que nunca tinha visto um garoto com os cabelos longos. Combina muito com ele. Na real, ele é bem bonitinho vai.
S/n- Pra quem eu quero mentir? - Revirou os olhos suspirando pesado - Bonitinho não. Ele na real é muito bonito. - Depois de ficar pensando e repensado sobre a pequena cena do corredor, adormeço.
𝙲𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊...
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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄 - TR - +18 (Em Revisão)
FanfictionConteúdo maduro!! S/n tsukumo começa a aprender lidar com a turbulência de sua adolescência em Tokyo após se mudar para casa de sua tia. Nisso, ela conhece os delinquentes mais gostosos da cidade, conhecidos como lideres da Toman. No começo, seu pal...