𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 - 23

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As horas se passaram e você continuava na mesma posição na cama desde que se deitou nela, havia perdido a noção do tempo e das coisas que aconteciam a sua volta, não sabia quanto tempo havia ficado na mesma posição. Sua mente refazia todas as cenas possíveis do ocorrido de mais cedo, porém, o barulho do corpo do homem se chocando contra o chão seguido dos tiros e a enorme poça de sangue junto de seus pés, ressoavam como ecos em sua cabeça,quando pensava que havia acabado a cena se repetia, isso havia causado um dano significativo em seu psicológico.

Era a segunda vez que presenciava uma morte diante de seus olhos, mesmo sendo forte, ou pelo menos tentando desde o início de tudo, essa segunda vez foi o seu gatilho para que chegasse em seu limite. Não queria ser tocada novamente sem seu consentimento, não queria ter que passar por aquilo novamente.

Levantou-se da cama indo para o banheiro, tirou toda a roupa que tinha no corpo e logo em seguida entrou no box ligando o chuveiro.

Enquanto tomava um banho, esfregava com força todos os lugares que haviam te tocado. Mesmo esfregando várias e várias vezes ao ponto de deixar sua pele vermelha e ardendo, ainda podia sentir todos aqueles toques com clareza.

Em um momento de pico, suas emoções explodiram tudo de uma vez. Suas lágrimas se misturavam com a água enquanto ainda esfregava seu corpo, queria poder gritar o quão imunda se sentia mas sua voz não saia, por mais que tentasse era inútil, então o desespero a consumia aos poucos.

Depois de um tempo, já estava deitada na cama novamente, sua pele agora estava toda dormente e ardendo, se não fosse por causa disso ainda provavelmente estaria esfregando com toda força que podia. Seus olhos estavam inchados e vermelhos pelo longo tempo que tinha chorado.

Naquele quarto escuro e frio você não pensava em nada não fazia nenhum movimento se quer, não tinha forças para isso e não tinha vontade o suficiente.

Em algum momento seus olhos começaram a pesar, sua respiração começava a ficar mais lenta e calma. Não havia percebido quando sua mente tinha parado de te relembrar os momentos deploráveis e quando tinha dormido, porém em seu estado atual, dormir por conta do cansaço e estresse acumulado era sua melhor saída.

Por volta das oito da manhã Keisuke já estava em frente da porta de seu quarto que agora estava adentrando dentro do mesmo. Como o moreno adquiriu bastante respeito e intimidade com seus pais, ter ele sempre e frequentemente em sua casa se tornou algo normal tanto para seu pai e para sua mãe, aliás, os mais velhos já disseram várias vezes para Baji que ele já tinha se tornado parte da família.

Baji conseguiu total confiança de seus pais, coisa que nenhum dos outros meninos e nem mesmo Mikey, já que o conheceu bem antes de Keisuke, conseguiu.

Lentamente Keisuke se sentava no lado vago da cama tomando todo cuidado possível para que não acordasse e se assustasse. O olhar dele foi de encontro com seus braços que estavam pouco descobertos, o mesmo viu que estavam com tom avermelhado por todo os braços e bustos e pescoço.

Baji passou os dedos levemente pelo seu ombro fazendo um leves carícias, e por conta da região estar sensível você gemeu baixo por ainda estar dolorido o lugar, se mexeu saindo da posição que estava se virando agora de frente para o moreno.

Tendo visão completa de seu rosto agora ele podia ver com mais detalhes e tentar decifrar como se sentia.

Baji estava presente no momento em que tudo aquilo ocorreu. Sua vontade naquele momento era de subir naquele palco e matar o homem com suas próprias mãos mas se o fizesse, acabaria sendo morto também, então a única opção que restava para ele era ver toda aquela cena calado.

𝐀𝐋𝐋 𝐅𝐎𝐑 𝐔𝐒, Hanma Shuji Onde histórias criam vida. Descubra agora