Sooyoung cheirava a condicionador de bebê e morangos.Ela estava com os cabelos molhados, vestia-se a um sobretudo de lã, calça de moletom e uma camisa fina, o que fazia Jiwoo constatar que ela simplesmente calçou os pés e desceu para o parque próximo ao bosque.
Caminhavam de mãos dadas sem nada a dizer. Jiwoo poderia despejar a raiva que adquiriu do irmão nos últimos tempos, ou o que tinha feito com ele, mas não sabia como começar e se deveria começar. Seria melhor manter silêncio até que Sooyoung quebrasse o gelo.
— Posso te fazer uma pergunta?! — disse Sooyoung e Jiwoo balançou a cabeça positivamente. - Por que me fez aceitar o convite de seu irmão para ir ao baile?! Digo, eu achei que queria ir comigo.
— Eu queria, mas eu tinha de me redimir de alguma forma.
— E não podia ser de algum outro jeito?! Sei lá, sem que eu precisasse presenciar aquele mico no ginásio. Céus, até a Haseul foi envolvida.
— Jo Haseul é uma lenda caridosa, fez por pena e eu nem fiquei sabendo. — Ha gargalhou. — Olha, vai ser só uma noite. Dance uma valsa com ele e depois poderemos ficar juntas pelo resto do baile.
— E depois?! Como vai ser?! Sabe, Jiwoo, eu recebi muitas boas propostas fora daqui, e eu não posso me prender a uma cidadezinha que não valoriza o meu sonho, eu só não queria sair daqui sabendo que não foi tudo perfeito com você.
— Mas vai ser.
— Vai ser?! Você sempre coloca o seu irmão entre a gente. Eu achei legal ele ter falado comigo, me pedido desculpas pelas brincadeiras idiotas que fez, mas era para acabar ali. As investidas dele me deixam sem jeito.
— Sem jeito, tipo... Desconfortável?!
— Sem jeito de dizer que não estou a fim. Eu só aceitei ir ao baile com ele porque pareceu que você não queria ir comigo. Eu sei, eu sei, sua família não sabe de você, mas por exemplo, a Hyunjin e a Heejin foram juntas no baile antepassado, e elas eram amigas. Não significaria necessariamente que iríamos juntas por ter algo.
— Eu queria muito ir com você, sério, não duvide disso.
— Eu não duvido, só não entendo por que você tem que abdicar de tudo o que gosta pelo seu irmão - Kim permaneceu cabisbaixa já que essa era uma pergunta que ela se fazia com frequência. - Ei, eu não falei por mal, tá?!
- Sim, eu sei, não me machucou - Sooyoung sorriu dócil e a deu um beijo na bochecha.
- Ei, quer ir para a minha casa?!
O coração de Jiwoo disparou. Ela não conseguiu responder por fala, apenas acenou com a cabeça e foi sendo guiada pela maior para uma casa de grande jardim e aspecto bem tradicionalista.
A casa de Sooyoung era linda. Cada vaso, cada quadro, cada planta bem colocada em posições estratégicas para sugar as energias e neutralizá-las.
Sooyoung cumprimentou os pais e apresentou Jiwoo para eles, esta que cumprimentou os mais velhos. Subiram as escadas para o sótão e lá acomodaram-se no enorme e quentinho quarto de Ha.
Era um dos quartos mais bonitos que Jiwoo já vira. Tinha muitas pinturas por toda parte e transmitia uma paz incrível. Kim não sabia se era pelo fato das plantas neutralizarem o ambiente ou se era pela paz que a família Ha tinha.
De qualquer forma, era muito aconchegante ficar naquele sótão, olhar a rua pela janela arredondada observar a névoa densa se formar pelo gramado.
Sooyoung se jogou na cama e estendeu a mão para que a Jiwoo fizesse o mesmo. A mais baixa se sentou na pontinha e teve a cintura puxada pela dançarina, que a aninhou em seu braço e entrelaçou suas mãos.
Só então que Jiwoo pôde notar que o teto tinha sido pintado por Sooyoung. Era uma galáxia escura e calma, com pontinhos simulando delicadas estrelas como um subterfúgio da insanidade mundana.
Parecia que tudo vindo de Sooyoung era mais calmo, tranquilo e aconchegante, provavelmente por ela ser essa pessoa e não se cansar de transmitir paz. Lá no fundo, Jiwoo queria passar o resto de sua vida aninhada a Sooyoung, a ouvindo sussurrar uma música de ninar e lhe fazendo carinho aos cabelos.
Vagarosamente, Sooyoung segurou o queixo de Jiwoo e a tomou aos lábios num beijo acolhedor. Kim ergueu o seu tronco e passou uma das pernas pela cintura da mais alta, deixando-a deslizar as palmas por suas costas. O beijo foi ganhando intensidade e o quarto que antes era quentinho, agora fervia como se abaixo dele, uma chama tivesse sido acessa, Sooyoung se afastou, fincando os quadris aos seus para voltar a beijá-la.
Ha inverteu as posições e deixou que as pernas de Jiwoo passassem-se por sua cintura, subindo a sua blusa com as mãos para retirá-la. Ha era como as suas pinturas; demonstrava calmaria, mas era só olhar mais de perto que poderia ver a tamanha brutalidade e precisão que as pinceladas foram dadas, e em como o resultado final viria a agradar quem visse.
O cheiro forte de maçã entranhava nas narinas de Jiwoo e o sufocamento a saciava por ter passado tanto tempo longe daquela pele macia. Afundar-se por entre o pescoço de Sooyoung, beijar-lhe na região e aspirar o seu doce aroma a embriagava. Ha estava no comando e Kim não se importava em ser comandada. Ela queria ser uma devota adoradora da princesa coreana, que daria tudo de si para deixá-la feliz, sem perceber que na verdade, os bons momentos eram vivenciados por ela.
Em meio a um conjunto de sentimentos recordados, o celular de Jiwoo tocava dentro da bolsa; era o seu pai e ele estava preocupado com a sua saída. Ele dizia que tinha conseguido a sua localização em tempo real e que estaria a caminho.
Enquanto isso, Jiwoo poderia suar, grunhir e viver os prazeres em visão de pinturas abstratas antes de ser descoberta.
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prom - chuuves
Fanfiction| 이달의 소녀 | onde para que seu irmão gêmeo, lhe consiga ingressos para o show de seu grupo favorito, jiwoo aceita o ajudar a conquistar uma garota antes de saber que se tratava de sooyoung, a estrela do clube de dança do IVE High School e sua paixão...