[Narrado Pelo Autor]
O dia amanheceu no Acampamento Presa Selvagem, comandado por Marcelo Rodriguez. As energia ainda não tinha retornado, e os tutores estavam preocupados. Não chamaram os outros, e permaneceram tentando concertar os geradores. O mais estranho é que os geradores estavam com carga, mas a mesma não estava sendo distribuída, como se um bloqueio fosse posto na circulação da energia elétrica. Marcelo estava muito preocupado com Luka, mas essa preocupação foi amenizada por saber que Miguel estava com ele. Marcelo confia devotamente no amigo, e sabe que ele sabe o que está fazendo.
Miguel não saiu do lado de Luka um segundo sequer. Não dormiu, apenas ficou deitado ao lado do aluno o vigiando em cada suspiro. Luka estava suando muito e isso era preocupante. Miguel pensou muito na possibilidade de levar garoto no colo até o hospital, e se Marcelo permitisse, ele o faria.
Miguel: — Por favor, uma melhora seria bom... — acariciou o rosto do garoto, mas a febre ainda estava alta. — Não, Miguel, não chore, pare de ser fraco... não é hora pra ser tão sentimental... não seja inútil agora, faça alguma coisa! — respirou fundo. — Droga, não posso... aqui não dá... pensa, Miguel, pensa...
Joaquim, Sandra e Thomas tinham saído pra ver se os tutores tinham conseguido arrumar os geradores, enquanto Diogo e Juan ainda dormiam. Logo retornaram com as más notícias. Carlim e Luigi vieram logo atrás com mais más notícias.
Carlim: — Miguel, Marcelo está chamando. Ele disse que é importante. Pode deixar que eu cuido do meu irmão.
Sandra: — Vou voltar lá. Qualquer notícia sobre a energia, eu aviso.
Thomas: — Vou com ela. Cuida dele, por favor. Ainda quero me casar com esse moleque. — Carlim sorriu e assentiu, fazendo com que Thomas se aliviasse um pouco.
Miguel se levantou da cama do Luka, e Carlim e Luigi perceberam a mudança repentina de temperatura assim que Miguel levantou o cobertor. Miguel estava na mesma temperatura que Luka, mas nem estava suando. Ele nem cheirava a suor, apenas a shampoo de bebê e sabonete de glicerina. Ao passar por ela e por Luigi, o ar fervente o acompanhou.
Joaquim: — E aí, é mesmo maldição Jinni?
Carlim: — Shiiiu. — os três olharam para Juan dormindo, mas ele estava bem tranquilo apagado. Não moveu um músculo sequer. — Sim, certeza. Ele está três graus mais quente que a temperatura normal de um kroattiano, e está aumentando. Isso aqui vai virar um forno se continuar assim.
Joaquim: — Sério? Isso não vai fazer mal pra ele?
Luigi: — Para os Savih Kroattianos, a temperatura alta que faz mal à saúde é acima dos sessenta e dois graus Celsius. Agora o Príncipe está pelos quarenta e oito, quarenta e nove. Está febril mesmo na contagem cetoriana pra quem vive em um deserto fervente.
Carlim: — Quando passar dos cinquenta, ele vai ter um colapso. Dependendo de como a energia dele está agindo, ele pode sem querer matar metade desse acampamento.
Joaquim: — Oh, caralho...
Carlim: — Vamos ter que levá-lo pra floresta, apesar de não ser a melhor escolha. Vamos precisar ser rápidos.
Luigi rapidamente passou os braços ao redor de Luka e o pegou no colo. Sentiu rapidamente o calor que o Príncipe exalava. Aquela temperatura deixou até ele com calor.
Ao saírem da cabana, encontraram Ynatta e Kennedy do lado de fora, dois Diractre. Uma manipuladora de insetos e um pirocinético, manipulador das chamas, como Luka.
Ynatta: — Vamos, a barra tá limpa. Já avisei os outros e eles não vão interferir. Trouxe o Kenny pra ajudar, caso Luka exploda e precise de alguém pra apagar as chamas. Ele também é um pirocinético.
Carlim: — Beleza. Vamos lá.
Carregaram Luka para a mata. Se afastaram um pouco, chegando próximos à cachoeira. Ynatta fez um som agudo, como um zumbido, e algumas borboletas guiaram o caminho para uma cabana improvisada, feita com folhas de bananeira e galhos. Luigi deitou Luka nas folhas de bananeira e se afastou, suando pra cacete.
Kennedy: — Uh, nossa, ele é mais quente do que eu achei quando o conheci.
Carlim: — Ele nem chegou na metade. Isso vai piorar.
Joaquim: — O que vamos fazer? Deixar ele aqui?
Ynatta: — Sim. Ele vai estar protegido aqui. Há água por perto e bastante umidade no ar. Além disso meus insetos vão ficar de olho, e qualquer ameaça terá de enfrentar a fúria dos Mantis.
Kennedy: — Eu vou ficar por perto, usando a desculpa de estar afastando animais e insetos perigosos na área. Qualquer sinal de incêndio, eu apago.
Carlim: — Beleza. Só avisando, as chamas dele são diferente das suas. — Kennedy assentiu. Ele conhece bem as habilidades de Luka... pelo menos algumas delas. — Não sabemos o porquê, mas as chamas azuis são mais perigosas que as chamas normais. De toda a família, ele é o único a ter chamas azuis. Se for fogo misturado com Magia, você estará em perigo, então cuidado. Se não conseguir apagar, chame alguém.
Luigi: — Ravick estará à espreita também.
Carlim: — Ah, me esqueci do Ravick. — deu um tapa na própria testa. — Melhor ainda, Luka não vai ficar sozinho. Assim que ele acordar, ele vai voltar.
Joaquim: — Assim espero...
Todos voltaram para o acampamento, exceto Kennedy. Com uma velocidade incrível, escalou a árvore mais próxima e permaneceu quieto em um galho, com um equilíbrio impecável. Observava em puro silêncio, como um predador à espreita.
Ynatta e Carlim foram direto passar tudo para Otávio. Ficou avisado que o acampamento está em perigo de vários lados. Luka pode derreter o parque florestal inteiro a qualquer momento... há Jinni espalhados por aí... muita coisa acontecendo, e eles estavam preocupados. Otávio pegou o rádio do acampamento e usou um transmissor para passar uma mensagem a todos.
Otávio: — Aqui é Otávio Bäumler, código 326. Todos os alunos direcionem-se às suas cabanas imediatamente. Repito, todos os alunos devem estar em suas cabanas imediatamente. Houve uma falha nos geradores, pois há uma tempestade à caminho. — rapidamente ele levantou o punho fechado em direção à janela mais próxima. O som de um trovão poderoso ecoou, assustando Carlim e Ynatta. — Pela segurança de vocês, meu pai dará uma folga. Podem voltar a dormir. 326.
Carlim: — 326?
Ynatta: — Singularidade sobrenatural que representa perigo bem próxima. Código pros alunos e tutores Diractre ficarem atentos.
Otávio: — Vão ver como Nathalie, Guilherme, Diogo e Joaquim estão. São os mais próximos do Luka, e é provável que o Djinn ataque eles de alguma forma.
Carlim: — Como sabe? — Otávio tirou o casaco de moletom cinza e o arremessou na cadeira do pai.
Otávio: — É o que eu faria se quisesse acabar com vocês. Pegaria um por um separadamente. Vocês são mais fortes juntos.
Ynatta: — Faz sentido. Vão separar o grupo.
Carlim: — Merda! — rapidamente correu até a porta e saiu.
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ABOOH : Amores Sobre-Humanos
Любовные романы[+18] O que você faria se descobrisse que não pertence ao lugar onde morou por toda sua vida? E se soubesse que o futuro de sua verdadeira casa está sendo ameaçado junto com toda sua família e você precisa fazer algo para salvar um de seus lares? Q...