CAPÍTULO 04: Mudança Rápida.

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Estranhamente acordei me sentindo muito bem e cheio de energia! Era como seu eu tivesse dormido por uma semana inteira e descansado tudo o que eu precisava descansar. Achei estranho, pois sempre acordo quase querendo morrer.

Percebi que acordei muito mais cedo do que deveria e também não conseguiria voltar a dormir. Aproveitei que teria muito tempo e resolvi mudar um pouquinho as coisas em mim. Não estava me sentindo muito confortável com certas coisas. Eu queria me arrumar o máximo que eu pudesse naquele momento.

Entrei no banheiro e fiz o melhor que eu podia fazer com shampoo, condicionador, e tudo o que posso tacar na cara. E assim que terminei, fui para o espelho. Espero que meu cabelo não fique ondulado outra vez, pois isso sempre acontece e minha mãe tem sempre que dar um jeito. Não gosto quando meu cabelo ondula. Apenas não gosto. Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, fui para a frente do espelho e comecei o trabalho. Deixei minha cara como bunda de bebê. Finalmente usei os produtos de limpeza de pele que Nath me deu. Busquei pelas gavetas do armário e encontrei a máquina de corte capilar que minha mãe comprou pra mim. Liguei-a na tomada. Fiz a marcação com um pente e amarrei com um lacinho a parte que eu não iria cortar. Cortei tudo o que estava aos lados e atrás, deixando um degradê de fios curtos e longos da base até o topo. Soltei meu cabelo e o balancei, notando a diferença de peso na cabeça. Gostei do resultado, mas poderia ficar melhor. A parte de cima estava muito grade e eu poderia dar um jeito. Peguei a tesoura com ponta mais longa e comecei a aparar as pontas. Olhei no espelho, dei os retoques finais e… perfeito. Voltei para o chuveiro para tirar os cabelinhos agarrados nas minhas costas e na minha cara. Me enxuguei e fiz meu penteado natural, penteando os fios para frente, deixando uma franja curta para a esquerda. Logo Nath ligou.

Nath: — Pronto?

Eu: — Há muito tempo. Fiz umas mudanças por ter acordado cedo.

Nath: — Ah, essa eu quero ver! Deve estar parecendo que foi atropelado por um caminhão transportando vacas.  – comecei a rir. De onde ela tira essas coisas? Eu não faço a menor ideia.

Eu: — Aposto que você estava nesse caminhão. – ela riu.

Nath: — Cala a boca e vem logo pra cá! Quero chegar cedo pra gravar os cantos daquele inferno.

Desci para a cozinha e fiz um sanduíche pra matar a fome da manhã. Fui escovar os dentes e quando desci novamente, encontrei minha mãe sentada no sofá com uma xícara de chá nas mãos. Aqui nós não bebemos café. Acho terrivelmente amargo e também nos faz muito mal. Acho que tenho alergia a isso. É tão ruim que nem consigo explicar. É estranho demais para meu paladar! Além disso, minha mãe não gosta que bebamos esses tipos de coisa, pelo fato dele ser conter cafeína que pode acelerar alguns processos no corpo, como um energético. Bebidas energéticas podem destruir células saudáveis rapidamente ao privá-las de descanso… bom, é isso que o pai da Nath diz e eu não ouso discordar da sabedoria dele e nem da minha mãe. Minha mãe uma vez narrou uma neurocirurgia como se fosse um jogo de futebol e parecia fácil enquanto ela falava. Não vou duvidar dos conhecimentos dela, sendo que também já vi ela lendo enciclopédias de medicina dezenas de vezes.

Sílvia: — Bom dia, bebê. Já vai tão cedo? – ela levantou a cabeça e me olhou de cima a baixo. — O que aconteceu contigo???

Eu: — Bom dia, mãe. Eu quis mudar um pouco. O cabelo estava muito grande... Por quê? Ficou ruim? – ela me olhava com os lábios entreabertos.

Sílvia: — Ficou lindo! – ela se levantou e me abraçou — isso tudo é pra nova namorada?

Eu: — Ah... não. – ela riu.

Sílvia: — Notei que dessa vez não ondulou.

Eu: — Amém… nada contra. – ela riu. Ela tem os cabelos ondulados. Mas ainda assim eu acho que fica estranho em mim essas ondas. Meu cabelo fica alto demais. — Vou pra casa da Nath.

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