CAPÍTULO 17: Confiança.

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[ Narrado pelo autor ]:

Alberto: — Entre. – pediu quando ouviu baterem na porta de sua sala.

Guilherme: — Co-com licença, Diretor... Queria falar comigo?

Alberto: — Guilherme... Achei que não Viria. Sente-se, por favor.

Guilherme entrou e sentou-se à frente da mesa do Diretor. Ele estava nervoso e o Diretor percebeu.

Alberto: — Não fique tão nervoso. Não vou te dar uma bronca ou um puxão de orelhas como sua mãe me aconselhou a fazer.

Guilherme: — Então... O que quer comigo? O Luka disse que...

Alberto: — Isso, – ele o interrompeu. — é exatamente sobre isso que eu quero falar. Vamos falar sobre o Luka.

Guilherme: — Hã? – ele franziu as sobrancelhas sem entender.

Alberto: — Luka veio pedir que eu te liberasse da suspensão.

Guilherme: — Ele me disse isso.

Alberto: — Ele também disse que praticamente implorou?

Guilherme: — Não... Ele não disse. – respondeu olhando para o chão.

Alberto: — Luka me parece ser um menino diferente. Mesmo que você tenha feito mal a ele, ele está tentando te ajudar.

Guilherme: — Eu… – ele iria dizer algo, mas se interrompeu e achou melhor não dizer. Queria se explicar, mas sabia que nenhuma explicação seria convincente o bastante, e estranhamente ele não queria inventar algo para se safar das acusações… Dessa vez ele queria sentir a culpa.

Alberto: — Eu falei que iria te liberar, mas com uma condição... Se você machucasse mais alguém por aqui, seria suspenso ou até mesmo expulso. E sabe o que Luka disse?

Guilherme: — Não...

Alberto: — Ele disse que iria fazer o possível e o impossível para você não se meter em confusão novamente. Ele prometeu que te ajudaria a ser diferente.

Um nó se formou na garganta do Guilherme. Ele sentiu um remorso intenso por ter feito o que fez com o Luka. Se ele queria mesmo sentir a culpa pelo que fez, agora estava sentindo-a fortemente. Ele queria poder voltar ao passado e não fazer o que fez… Mas não podia voltar em algo que já aconteceu.

Alberto: — Você se arrepende de tê-lo machucado? – Guilherme respirou fundo.

Guilherme: — Sim... Mandei muito mal naquele dia. Acho que o Luka não merecia aquilo.

Alberto: — E os outros alunos? Você se arrepende pelo que fez com eles?

Guilherme: — Não! Eles mereceram tudo. Mas o Luka não... A culpa foi minha em tudo… Eu que senti raiva naquele momento e agi sem pensar. Ainda era a primeira semana de aula e eu deveria conhecê-lo melhor, mas fiquei com raiva por ele ter me desafiado…

Alberto: — Ah, então é isso que te faz abaixar a guarda quando Luka fala contigo. Você foi desafiado, e mesmo depois de dar seu “castigo” ao seu desafiador, ele continuou sendo duro e firme com você. Você ligeiramente gosta de desafios e ao encontrar alguém com mais voz ativa que você, sentiu que poderiam ser amigos.

Guilherme: — Não é bem assim… – o Diretor levantou uma sobrancelha e Guilherme respirou fundo. — Tá, talvez seja um pouco sim, mas Luka tem um jeito diferente de tratar as pessoas. Ele me trata como se eu nunca tivesse feito nada de ruim… Ele é gentil, me olha de uma forma meiga e…

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