15.

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Capítulo 15

Christopher Vélez

Ter tido a Giu como minha, totalmente entregue, pela primeira vez, foi definitivamente, uma das melhores sensações do mundo. Ver que estávamos numa sintonia indiscutível e que desejávamos tanto um ao outro era mágico. Foi de outro mundo. E aquilo só nos aproximou ainda mais. Passamos a ter mais liberdade e intimidade, a dormir juntos, dividir o chuveiro... Mais momentos rotineiros juntos. E era gostoso demais. Estávamos dividindo a vida, e por mais que pareça cedo — principalmente porque desde aquele dia passamos a nos dizer com frequência que nos amamos —, é sincero e real.

Talvez pareça rápido, apressado... Mas, eu acredito que o amor nunca foi questão de tempo. É saber o tanto que alguém te faz bem, o tanto que seus dias ficam melhores com a presença dela e os momentos que compartilham viram memórias inesquecíveis. É quando falta ar, as mãos suam, as pernas bambeiam e a língua parece ter desaprendido a falar. E isso não é definido pelo tempo. E mesmo que fosse, eu e Giu temos uma dinâmica diferente dos demais casais por morarmos um ao lado do outro. Nos vemos todos os dias, fazemos várias coisas juntos, até compartilhamos as camas agora. Vivemos juntos, praticamente. É diferente. Dessa forma as coisas acontecem mais rápido, não há quem o negue.

Ainda estávamos vivendo um dia após o outro, não sentamos e falamos abertamente sobre a nossa relação, mas eu já não posso chamá-la de indefinida dado a tudo que vivemos nos últimos dias. Não que eu ache necessária essa formalidade de pedir alguém em namoro, ou ser pedido. Para mim se nós já temos isso é porque estamos juntos. Se estamos juntos, não me importam os rótulos. São puro pro forme.

***

Estamos a dois dias do Natal e eu estou saindo do trabalho para encontrar com Giu no shopping. Vamos faltar à academia porque a minha brasileira precisava de vestidos novos para as festas de fim de ano. Falei que talvez eu não fosse o melhor nessa missão, e lhe pedi para contatar Talita e Eduarda por facetime, já que ambas estão com as famílias para as datas. Ela disse que poderia fazê-lo, mas que ainda assim queria muito a minha opinião. Lógico que ela barganhou um pouco comigo também, me ofertou seus beijos e otras cositas más como pagamento, foi inevitável negar.

Cheguei ao shopping e fiquei esperando-a, que, surpreendentemente, estava atrasada hoje. Assim que a vi, pensei "valeu a pena o atraso", porque estava linda, mesmo sem tudo aquilo que ela apelida de produção. Estava naquilo que ela chama de simples, usando short e um moletom meu, sem maquiagem e com os cabelos úmidos ainda. É como eu lhe acho mais linda.

— Está esperando há muito tempo? — disse selando meus lábios com os seus — Eu me atrasei por causa do trânsito.

— Não, acabei de chegar também — explico — Ao menos uma vez chegando primeiro que você — ela sorriu e estendeu seus braços por meu pescoço, ficando na ponta dos pés para me beijar outra vez. Me inclinei um pouco e voltei a selar nossos lábios, deixando outros beijinhos por seu rosto antes de nos afastarmos. Ela cruzou seus dedos nos meus e nós começamos a caçada pelos looks perfeitos.

Na opinião dela, lógico. Porque na minha, ela ficaria perfeita de qualquer jeito, em qualquer vestido.

Ou sem ele.

Fomos em algumas lojas já conhecidas por Giu e eu servi de cabide a tarde inteira, segurando as roupas para que a pequena provasse. Ao final, ela havia feito suas eleições, e eu espero que não tenhamos que voltar tão cedo. Quando já estávamos refazendo o caminho até a saída, onde agora eu sirvo de carregador de pacotes, passamos por uma vitrine e a brasileira se encantou com uma camisa masculina que havia visto.

Best Part • Christopher VélezOnde histórias criam vida. Descubra agora