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Capítulo 48

Christopher Vélez

Os dias finais da produção de um single sempre são os mais tensos e agitados, ficamos o dia inteiro no estúdio e voltamos para casa somente para descansar algumas horinhas. E quando a pequena chegou para me visitar foi como sentir calmaria no meio da tempestade. Seu sorriso lindo me fez esquecer que estávamos tentando algo desde cedo e não estávamos conseguindo deixar como queríamos. Sua chegada me devolveu o gás que eu precisava para concluir o que era necessário e então poder aproveitar o restante do dia com ela.

Sem nenhuma timidez ou receio, vi que ela conseguiu quebrar rapidamente o gelo com os meninos e quando, por fim, terminamos o trabalho do dia, já estava tudo acertado para que saíssemos juntos, e com Talita e Eduarda incluídas no pacote. Dividimos nosso grupo nos carros e antes de irmos para o meu apartamento, que foi escolhido por votação como o local onde iriamos terminar a noite, passamos no drive-thru mais próximo e compramos os melhores combos.

Ollie parecia saber que a casa ficaria cheia, já que começou a latir antes mesmo de eu abrir a porta, e quando o fiz, meu filhinho se esbaldou no tanto de pernas que tinha para lambeijar e pessoas para brincar. Todos colocaram na mesa os combos e parecia comida para quinze pessoas, e não sete. Cada um buscou seu lanche e nós nos sentamos para comer enquanto conversámos sobre o melhor filme de Velozes e Furiosos, o que gerou alguma discussão, principalmente entre Richard e Talita, que discordavam um do outro e defendiam seus pontos com veemência, caso distinto ao de Eduarda e Zabdiel, que concordavam entre si que o melhor filme era aquele que se passava no Rio, ponto que foi defendido por mim e Giu também, por razões óbvias.

— Você só quer concordar com eles porque sua amiga é brasileira — Richard alfinetou.

— Lógico que não! Eu realmente acho o Velozes e Furiosos 5 é o melhor. Você que quer ser do contra falando que o 7 é o melhor — explicou Tali, já um pouco exasperada.

— Talita, você nem tem argumentos para defendê-lo! — exclamou o dominicano, enquanto nós seguíamos assistindo a discussão dos dois.

— Você tem, por acaso? — a texana também seguia sem ceder, e eu sorria por dentro de como um assunto tão aleatório gerou uma discussão tão grande e ao mesmo tempo tão boba.

— Ei, como é o nome dele mesmo? — ouvi Eduarda sussurrar para Giu apontando com os olhos para Erick, que estava em sua frente na mesa. Parecendo desinteressado da discussão que acontecia ao seu lado, e com a audição bastante aguçada para o que Duda falasse, Erick sorriu atrevido e a olhou.

— Erick Brian Colón — respondeu fixando seus olhos nela. Ele tinha o costume de sempre se apresentar com o nome e sobrenome, e eu percebi como a angelena havia ficado nostálgica de repente, logo após escutar o nome de Erick, estava com uma expressão esquisita, como se estivesse se forçando a lembrar de alguém. Zabdiel, por sua vez, olhava quieto e observando atento a reação da morena ao seu lado.

Eu conheço o meu amigo, sei que ele está, no mínimo, encantado por ela, ou não estaria desse jeito. Quando Zabdiel não está interessado simplesmente não dá atenção, é somente educado. Mas desde que viu Eduarda, ele está sempre sorridente, conversando sem parar sobre os mais diversos assuntos, descobrindo o que têm em comum... E agora que os nossos diálogos paralelos pararam um pouco por causa da calorosa discussão de Tali e Rich, e ele viu como ela ficou ao falar com Erick, ficou completamente paralisado, atento aos sinais que Duda lhe dava inconscientemente.

Lógico que isso foi apenas uma observação minha da situação e feita natural e instantaneamente, até porque não tive muito tempo para fazer a análise completa de comportamento, eu tinha uma carinha linda para encher de beijos e um filhote ansioso para brincar.

Best Part • Christopher VélezOnde histórias criam vida. Descubra agora